O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou ontem que o governo vai forçar uma redução de até 10% nos preços do combustível comercializado pela BR Distribuidora, controlada pela Petrobras. Segundo Lobão, a decisão poderá ser tomada assim que houver a "normalização completa" dos preços da gasolina e do etanol nos postos de combustível. "Os preços já estão caindo nas bombas de gasolina e nos postos de combustível. A BR vai reduzir a gasolina entre 6% e 10%. A mesma coisa ocorrerá com o etanol. Mas, além disso, outras distribuidoras já estão trabalhando nessa direção", disse.
Para Alísio Jacques Mendes Vaz, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), o pedido do governo à BR Distribuidora é totalmente desnecessário. "O mercado é competitivo e é isso o que assegura um preço justo ao consumidor. O preço cai naturalmente todos os anos com o início da safra de cana de açúcar, iniciada no fim de abril", disse Mendes Vaz. "Não há necessidade de recomendação do governo. A BR pratica os preços compatíveis e, como qualquer outra empresa, não pode ter prejuízo."
A BR Distribuidora é líder de mercado no país. A empresa detém 22% da distribuição do etanol, 30% da gasolina e 41% do mercado de óleo diesel. Para Mendes Vaz, a tendência é de que o preço do etanol caia, inclusive, acima de 10% em menos de um mês. "O preço vai despencar e voltar a patamares competitivos com a gasolina", comentou. "Tudo isso se deve à entressafra da cana. A produção do etanol ficou aquém das expectativas e tivemos um estoque baixo nessa entressafra. Mas, com o início da nova safra, o mercado voltará a ser abastecido plenamente." Esta semana Edison Lobão afirmou que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) passará a se responsabilizar pelo mercado de etanol. O ministro criticou a formação de cartéis realizada por postos de gasolina de alguns Estados e pediu à ANP que fosse ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para tentar dar fim à prática. A intenção do governo é punir com mais rigor os donos de postos que formam cartéis na cobrança dos combustíveis.
Ontem, conforme o Valor havia antecipado, a Secretaria de Direito Econômico (SDE) abriu um processo contra a BR Distribuidora. Segundo a SDE, a distribuidora oferece vantagens à rede de postos Gasol, do Distrito Federal, que não são oferecidas às demais redes. (Com Agência Brasil)
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