sexta-feira, 13 de maio de 2011

CNI muda estratégia e reforça atuação em São Paulo

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está reforçando suas operações em São Paulo, de forma a centralizar no escritório paulista a realização de seminários e divulgação de estudos. A ideia é deixar para o escritório em Brasília a missão de atuar junto a parlamentares e o governo federal, e direcionar para São Paulo grandes divulgações. O fortalecimento das operações no território da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) visa "contrabalançar" a atuação política da entidade, liderada por Paulo Skaf, avalia fonte do setor.

Quando inaugurado o escritório da CNI em São Paulo, em outubro de 2009, o presidente da Fiesp acabara de preencher a ficha partidária do PSB - pelo qual se lançou candidato ao governo do Estado nas eleições do ano passado. Agora, o fortalecimento das operações paulistas da entidade ocorre no momento em que Skaf migra do PSB ao PMDB, conduzido por Michel Temer, vice-presidente da República. Fontes ligadas à CNI afirmaram à reportagem que a atuação de Skaf, na Fiesp, é vista com "ceticismo" por associações e empresários industriais ligados à Fiesp - que é filiada à CNI.

Para liderar o escritório em São Paulo, o presidente da CNI, Robson Andrade, designou Carlos Alberto Pires, que há pouco mais de um mês assumiu a direção-geral das operações paulistas. Carioca, Pires mora em São Paulo e coordena outras quatro diretorias na CNI - que passam de pesquisa macroeconômica a administração de entidades do Sistema S (Senai, Sesi).

"Será que o pequeno industrial ou a associação de um setor, filiado à CNI, entende nosso papel junto ao setor público, sabe de nossos encontros e nossas pesquisas sobre encargos na folha, desoneração tributária, incentivo à inovação?", pergunta Carlos Alberto Pires, para quem a mudança de sede - o escritório passará a ocupar espaço maior na capital paulista, já no segundo semestre - "será central para convidarmos mais entidades e empresários".

As críticas ao ativismo político do presidente da Fiesp ganharam força dentro da CNI depois que Armando Monteiro deixou a presidência da entidade - também político, Monteiro assumiu cargo como senador pelo PTB-PE. (JV)

Nenhum comentário:

Postar um comentário