quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Setor de energia alternativa atrai investimentos



Leoni Ramos e Ricardo Kassardjian, da G.P.I., detectam apetite pelo mercado de energia

Expectativa de rentabilidade das pequenas centrais hidrelétricas atinge 12% ao ano. Aplicação de longo prazo agrada fundos.
A conclusão dos primeiros projetos alternativos de geração de energia que receberam aportes de fundos de participação (ou FIPs) começa a dar aos investidores o gostinho do lucro. Na Infra Asset Management, gestora do grupo G.P.I., a inauguração de cinco pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) até dezembro no Rio Juruena, em Mato Grosso, é motivo de comemoração.
A Infra gere o FIP Energia PCH, que detém a Juruena Participações, responsável pelas cinco usinas, localizadas no rio homônimo.
"O amadurecimento e a prospecção de projetos são um desafio em si", conta Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo Collor e presidente da G.P.I. É por isso que fundos do tipo têm prazos dilatados. Por tal razão e pela promessa de retornos polpudos no longo prazo, são capazes de atrair os maiores fundos de pensão como cotistas.
"Ainda sinto muito apetite desses investidores para o mercado de energia", avalia Ricardo Kassardjian, diretor da Infra Asset Management.
Fundos de pensão
Só no FIP Energia PCH, os fundos de pensão detêm um patrimônio de R$ 480 milhões. A maior parte está investida nas PCHs do Rio Juruena, cuja construção contou também com financiamento (na proporção de 72%) do BNDES. Em funcionamento, as cinco vão gerar algo em torno de 100 MW a partir de 2011.
O restante dos recursos foi direcionado ao desenvolvimento de uma usina termelétrica - a Usitesc - na cidade de Treviso, em Santa Catarina, e a mais um grupo de cerca de 15 PCHs também em Mato Grosso. Estando todas em funcionamento, em 2014, o potencial gerador dos empreendimentos do FIP Energia PCH deve beirar os 740 MW.
Também partiu do interesse das fundações a constituição do FIP Brasil Energia, o maior brasileiro do setor, com patrimônio de R$ 1,1 bilhão. Operando desde 2005, o fundo vai colocar em operação, em janeiro, a PCH Rio do Braço, no Rio de Janeiro.
"O interesse cresceu depois do apagão do início da década", explica Bruno Franco, da equipe de gestão do Brasil Energia no BTG Pactual. Assim como as obras do FIP Energia PCH, as desenvolvidas pelo FIP Brasil Energia - e por outros fundos -receberam financiamento do BNDES, além dos Bancos do Nordeste e da Amazônia.
"A possibilidade de retorno no setor é grande", avalia o sócio de infraestrutura do Pátria Investimentos, André Sales. Em 2006, a instituição decidiu investir em energia por meio do Pátria Energia FIP.
Com patrimônio de R$ 317 milhões, a carteira foi criada para levantar recursos para a constituição da Ersa, empresa especializada em energias renováveis que conta também com outros sócios (como o próprio FIP Brasil Energia). Quatro PCHs implementadas pela Ersa entrarão em operação até janeiro. Outras quatro foram inauguradas neste ano e três em 2007 e 2008.
Fonte: Brasil Econômico

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