segunda-feira, 6 de junho de 2011

SIG Combibloc vai dobrar produção no PR em 2 anos

Embalagens : Fábrica em Campo Largo receberá aportes de € 90 mi até 2016

Rolf Stangl, presidente: América do Sul estará entre operações mais relevantes
O Brasil conquistou lugar de destaque nos planos de internacionalização da suíça SIG Combibloc e, em até cinco anos, a América do Sul deverá representar uma das mais relevantes operações para a companhia. É assim que Rolf Stangl, presidente da SIG, define o papel da região para os negócios da fabricante de embalagens longa vida que, depois de avançar sobre território asiático, inaugura hoje sua primeira fábrica no país - instalada no Paraná -, já com 100% da capacidade tomada e planos de duplicação em até dois anos. "Com a fábrica, a participação da região deve crescer rapidamente", diz Stangl, que está no país para acompanhar a cerimônia no município de Campo Largo.

Conforme Stangl, a operação sul-americana ainda é muito pequena se comparada a outras regiões - esse mercado estava na lanterninha em termos de representatividade nas vendas globais em 2010, com fatia de 4%. Países do Oeste Europeu, com participação de 44%, e Ásia-Pacífico, com fatia de 22%, apareciam na ponta oposta. "O que chama a atenção é que a América do Sul vem crescendo rapidamente e isso representa também um desafio", explica. No ano passado, as vendas na região avançaram 60%, ante crescimento médio anual global de 9,8%, desde 2004, considerando-se o volume total comercializado pela SIG.

Com capacidade de produção inicial de 1 bilhão de embalagens cartonadas assépticas por ano, a unidade paranaense atenderá tanto o mercado brasileiro quanto demais países sul-americanos, especialmente Chile. Ainda assim, a SIG seguirá importando determinados tamanhos de embalagem, produzidos na Europa, até que a operação brasileira se torne autossuficiente. "Vamos reduzir a importação gradualmente e temos como meta ser autossuficiente o mais rápido possível", destaca o presidente. "Nosso foco inicial é ganhar escala nesta fábrica."

No Paraná, serão produzidas inicialmente embalagens longa vida de tamanho médio, com capacidades de 750 ml a 1 litro. Mais adiante, as "caixinhas" de 200 ml poderão ser incorporadas à produção local. A escolha dessa linha levou em conta o perfil de consumo do país. Na China, exemplifica Stangl, a SIG optou por fabricar apenas embalagens pequenas, as mais consumidas localmente.

Em menos de dois anos, a companhia deverá duplicar a capacidade produtiva no Paraná - o projeto original já contempla a expansão. Até 2016, serão € 90 milhões em investimentos na unidade e há possibilidade de a empresa instalar também uma extrusora no país. Num primeiro momento, todo o papel laminado que será utilizado na produção de embalagens no Brasil será importado de outras fábricas da SIG. No futuro, contudo, a companhia poderá buscar fornecedores locais de papel-cartão, entre os quais Klabin, Suzano Papel e Celulose e a chilena CMPC. Segundo Stangl, não existe política de fornecimento exclusivo.

Apesar da aposta significativa na região, o executivo reconhece que há desafios a serem confrontados, entre os quais o câmbio e aqueles inerentes a mercados que estão em rápido crescimento. "Mas isso também ocorreu quando chegamos à Tailândia e à China, de forma que não é exatamente uma novidade", pondera. Além disso, a companhia suíça terá de avançar sobre o mercado da concorrência. Grande rival da SIG, a Tetra Pak domina hoje o mercado de embalagens longa vida no país, que está estimado em 10 bilhões de unidades ao ano, e também anunciou recentemente planos de expansão. Dentre os clientes no país destacam-se BR Foods, Itambé, Schincariol, Shefa, entre outros.

A história da SIG começa na Alemanha, em 1878, com a iniciativa de Ferdinand Emil Jagenberg de constituir uma indústria de papel. Em 1989, a PLK, que já produzia embalagens assépticas para bebidas e alimentos, foi comprada pela suíça SIG. Em 2007, foi a vez da SIG ser comprada pelo grupo Rank, da Nova Zelândia. No ano passado, a fabricante de embalagens correspondeu ao segundo maior negócio do grupo, cujas vendas totais superaram US$ 9 bilhões.

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