quinta-feira, 30 de junho de 2011

Grupo São Martinho contabiliza lucro líquido recorde

BALANÇO

DE RIBEIRÃO PRETO - O grupo sucroenergético São Martinho S.A. encerrou o exercício financeiro de 2011 com endividamento líquido de R$ 486,6 milhões, queda de 41% ante o mesmo período de 2010.
De acordo com a empresa, o valor foi obtido por causa da forte geração de caixa nos últimos 12 meses, combinado com o primeiro aporte da Petrobras Biocombustível S.A. na Nova Fronteira S.A., joint venture entre o grupo e a estatal.
Ainda de acordo com a empresa, após o segundo aporte da Petrobras, de R$ 163 milhões, previsto para ocorrer até o final do ano, o endividamento deverá cair mais R$ 120 milhões. O primeiro aporte foi de R$ 250 milhões.
O lucro líquido do grupo registrou recorde de R$ 142,3 milhões. A São Martinho tem três usinas no Brasil, entre elas a maior do país.

Bertin vende ativos e busca sócios para concluir usinas

Bertin vende ativos e busca sócios para concluir usinas
28 de junho de 2011 | 18h 41

KARLA MENDES - Agencia Estado
BRASÍLIA - Para levantar capital e continuar à frente das seis usinas termelétricas em atraso que foram alvo de decisão hoje da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Grupo Bertin está vendendo ativos e já negocia um sócio para o empreendimento. "O empreendedor desmobilizou ativos contra sua vontade com a PCH Sacre 2 ao grupo Brookfield. Estamos em negociação para a venda de mais duas PCHs de nosso parque renovável e mais 2 UTEs (termelétricas) a gás, cujo pedido de transferência acionária já foi submetido à Aneel, além de outras UTEs", revelou Inaê Lobo, diretora jurídica do Grupo Bertin.
A empresa também já efetuou a compra de lastro, segundo ela, para o complexo das seis usinas até julho, além do contrato de combustível para as termelétricas e está em busca de um sócio para os empreendimentos. "Estamos negociando a entrada de investidores estrangeiros estratégicos. Não podemos divulgar os nomes, pelo acordo de confidencialidade. O processo de duo diligence está em fase final", ressaltou.
Segundo Inaê, o grupo negocia recursos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e financiamento internacional. As usinas, segundo ela, são a "meta maior" do grupo. A advogada declarou-se "parcialmente satisfeita" com a decisão da Aneel, e evitou falar se a empresa acionaria a Justiça para obter a dilatação do prazo para entrada em operação das usinas em sete meses.
Decisão
Hoje, a Aneel acatou parcialmente o pedido de reconsideração do grupo para a data de adiamento do início da operação de seis usinas termelétricas, que deveriam ter entrado em operação em janeiro deste ano. O órgão regulador já havia tomado uma decisão sobre a questão no fim de março, sem direito a recurso, negando o pedido da empresa para postergação da data de suprimento das usinas. O Bertin, no entanto, entrou com mandado de segurança para ter direito a nova apreciação da diretoria colegiada da agência.
Depois do mandado de segurança e da sustentação oral da empresa, o órgão regulador reviu parcialmente a decisão anterior e atendeu parcialmente o pedido da empresa, excluindo do período de atraso o prazo de 101 dias, que representa o tempo em que o Ministério de Minas e Energia demorou para fazer a concessão da outorga. O pleito da empresa era de que fossem excluídos sete meses do período de atraso.
A revisão da decisão da Aneel ocorreu por três votos a dois. Votaram a favor do pleito do Bertin os diretores Julião Coelho, Edvaldo Santana e André Pepitone. O diretor-geral da agência, Nelson Hübner, e o diretor Romeu Rufino, mantiveram o voto anterior para que esse prazo não fosse excluído do período de atraso.

Fiesp prevê para 2º semestre medidas para a indústria


SÃO PAULO - O conjunto de medidas em estudo pelo governo Dilma Rousseff com o objetivo de diminuir os impactos da apreciação cambial sobre a atividade da indústria só deve ser lançado a partir do segundo semestre, quando o governo deverá começar a se preocupar menos com a inflação. A previsão é do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini.
De acordo com ele, a entidade tem acompanhado os estudos e as negociações em torno das medidas. Entretanto, disse, "a discussão estava mais acesa 60 dias atrás do que está hoje". Isso, de acordo com Francini, porque de lá para cá entrou no radar do governo a preocupação em conter a inflação. "Todas as medidas esbarram na cautela com a inflação, e ainda tem a questão fiscal", lamentou.
O conjunto de medidas, segundo afirmou no começo deste mês o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, deverá incluir desonerações e pesados incentivos à inovação e aos investimentos, além do reforço nas linhas de financiamento para a exportação. Mas a avaliação de Francini é de que, enquanto o foco da equipe econômica estiver na inflação, as medidas não sairão. "Eu acho que as discussões voltarão a campo só a partir do segundo semestre. É o mais propício", explicou, acrescentando que quando isso acontecer o ministro Pimentel poderá anunciar medidas como proteção à indústria e antidumping.
Apesar de estar vendo as discussões se transferirem para a segunda metade do ano, Francini disse não estar cético quanto ao resultado que poderá sair dos estudos em andamento pelo governo. Quanto à possível dificuldade de alguns setores da indústria em cumprir parte do pacote, que prevê investimentos em inovação, o diretor da Fiesp afirmou não ver grandes problemas. De acordo com ele, na questão de compra de máquinas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) continua aberto para fazer os financiamentos necessários e o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) foi renovado.
"A questão da competitividade, sim, é um grande problema por conta do câmbio", disse Francini, para quem as medidas de restrição à entrada de capital externo no Brasil, como a tributação via Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), levaram os dólares a passarem a entrar no País disfarçados de Investimento Estrangeiro Direto (IED), mantendo o câmbio apreciado e favorecendo o ingresso de produtos importados em território nacional. 

Senado aprova repasse de R$55 bi ao BNDES


BRASÍLIA, 29 DE JUNHO - O Senado aprovou medida provisória que autoriza a União a conceder crédito de 55 bilhões de reais ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nesta quarta-feira. A matéria segue à sanção presidencial.
A medida aprovada pelos senadores, voltada a empréstimos para aquisição de bens de capital, produção de bens de consumo para exportação e a projetos de inovação tecnológica, entre outros, também amplia o limite global das subvenções econômicas do banco para 208 bilhões de reais nas operações contratadas até 30 de junho de 2012, prazo prorrogado.
Para cobrir o crédito ao BNDES, a MP autoriza a União a emitir títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal, mas fica a cargo do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a definição dos detalhes dessa operação.
A matéria foi aprovada por 38 votos a 15, mas recebeu críticas porque o governo terá de arcar com as diferenças entre as taxas de juros praticadas pelo mercado e a definida na subvenção da União. Os juros de empréstimos do BNDES são subsidiados, e, portanto, mais baixos.
"Esse é um ponto essencial porque trata-se de transferência do setor público para o setor privado, privilegiando alguns em detrimento do crescimento econômico do país de forma sustentada", afirmou o líder do PSDB na Casa, Alvaro Dias (PR). "O BNDES deveria retirar o 's', porque ele deixou de ser banco social. Ele passou a ser um grande banco de fomento, privilegiando grandes empresários com recursos públicos."
O relator Lindbergh Farias (PT-RJ), no entanto, disse que é preciso aumentar o investimento no país. "Isso é estratégico."
"Esse investimento em crescimento tem um papel na discussão da luta contra a inflação... com esses investimentos, nós estamos aumentando a oferta de bens", afirmou.
O pagamento da equalização depende de comprovação de que os recursos foram aplicados de forma regular e de apresentação de declaração de responsabilidade pelo BNDES.
A medida também determina que o BNDES envie ao Congresso relatórios trimestrais com os detalhes das operações contratadas.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello) 

Copersucar pode movimentar R$2,7 bilhões em maior IPO do ano

SÃO PAULO - A companhia de açúcar e álcool Copersucar pode movimentar 2,7 bilhões de reais na maior oferta pública inicial de ações realizada no ano até agora, segundo termos da operação divulgados nesta quinta-feira.
A companhia fez em maio o pedido de registro da operação que prevê ofertas primária --em que os recursos obtidos com as novas ações vão para o caixa da empresa-- e secundária --com o dinheiro destinado aos acionistas vendedores.
A oferta primária envolve 86.486.486 ações ordinárias e a secundária, 21.621.621 papéis. A faixa de preço estimada pelos coordenadores da operação foi definida entre 14,50 e 18,50 reais.
A operação ainda prevê ofertas de lote suplementar de até 16.216.216 ações e adicional de 21.621.621 papéis.
Considerando o exercício integral de todos os lotes de ações ao valor máximo definido na faixa de preço, a operação pode movimentar cerca de 2,7 bilhões de reais.
A operação pode superar em muito o IPO da Queiroz Galvão Exploração e Produção, que em fevereiro fez um IPO que movimentou 1,52 bilhão de reais, e o do Magazine Luiza, com 925,8 milhões de reais.
Além da Copersucar, que cujos papéis serão negociados na Bovespa no segmento Novo Mercado pelo código "COPR3", estão listadas no segmento de açúcar e álcool da bolsa paulista a Cosan, a São Martinho e a Usina Costa Pinto.
O período de reserva para investidores interessados no IPO da Copersucar começa em 7 de julho e se encerra no dia 18 do mesmo mês. A definição do preço por papel ocorre em 19 de julho e os negócios com as ações da companhia começam em 21 de julho.
A Copersucar, que foi uma cooperativa até 2008, tornou-se uma companhia que negocia açúcar e etanol, e atualmente conta com cerca de 40 usinas associadas que participam da operação como acionistas vendedores.
A oferta é coordenada pelos bancos Itaú BBA (líder), Bank of America Merrill Lynch, Credit Suisse e Goldman Sachs.
(Por Alberto Alerigi Jr.) 

Alcoa destina 25% do investimento para geração de energia

Alumínio:

Os investimentos da Alcoa na geração própria de energia vão representar neste ano cerca de 25% do total a ser desembolsado no país. A empresa planeja aplicar em torno de R$ 455 milhões, sendo R$ 119 milhões em projetos energéticos. Com os ativos existentes, a companhia vai garantir 70% de autosuficiência energética.

Somente na conclusão da hidrelétrica de Estreito, no rio Tocantins, serão aplicados R$ 109 milhões. O projeto - fruto do consórcio formado pela GDF Suez /Tractebel Energia (40,07%), Vale (30%), Camargo Corrêa (4,44%) e Alcoa (25,49%) - é o mais recente da multinacional e está previsto para atingir plena operação no início de 2012.
Em maio, foi instalada a primeira das oito turbinas previstas para Estreito. Em julho, será instalada a segunda turbina. A capacidade total da hidrelétrica é de 1.087 MW. Além de Estreito, a Alcoa opera, com sócios, as hidrelétricas de Machadinho (SC), Barra Grande (RS) e Serra do Facão (GO), todas no sistema de autogeração elétrica.
A energia é insumo fundamental na produção de alumínio primário, respondendo por 25% a 35% do custo cash. O insumo adquirido de terceiros, segundo as fabricantes, custa acima de US$ 70 o MWhora, o que é não competitivo para se fabricar o metal. O Brasil é apontando como um dos países de custos mais elevados - corresponde cerca da metade do custo total de produção.


Mesmo diante da crescente demanda por alumínio - a indústria prevê alta de 13% a 15% no consumo doméstico do metal neste ano - os investimentos em unidades de fundição têm sido limitados pela questão do custo local da energia. A situação abrange toda a indústria.


O foco, no momento, é a ampliação de unidades de transformação do metal. A Alcoa, em linha com o boom da construção civil verificado nos últimos anos, anunciou recentemente dois investimentos: a aquisição de uma prensa para a fábrica de Tubarão (SC) e o aumento da capacidade de extrusão de Itapissuma (PE). Os aportes somam US$ 63 milhões, a serem aplicados em até 36 meses. "Não paramos de investir. Estamos já abrindo espaço para a quinta prensa em Tubarão. Mas temos de pensar na questão da energia, em seus custos", afirmou o presidente da Alcoa no país, Franklin Feder.


Convidada pelo governo a entrar na sociedade da usina de Belo Monte, a Alcoa declinou do convite. "Tínhamos de duas a quatro semanas para decidir. Não dava tempo", disse Feder, destacando a falta de atratividade do negócio da hidrelétrica, cujo custo da energia, ao final, ficaria bem acima dos US$ 35 por MWhora definidos como teto para o setor.


O executivo negou o interesse em investir em usinas termelétricas, como as controladas pelo grupo Bertin.

Coca-Cola e Raízen iniciam parceria com açúcar "verde"

Bebidas: Ponto de partida é Brasil, mas ideia é que insumo seja usado em todas as operações no mundo

"Só neste ano outras cinco usinas da Raízen serão certificadas. Todas as unidades, até 2015", diz Pedro Mizutani


Muitos produtos, hoje em dia, têm certificação socioambiental, para satisfação de consumidores mais preocupados com a preservação do planeta. Esses produtos vão de madeira a produtos orgânicos. Mas o que pouca gente imagina é que a Coca-Cola está prestes a conseguir essa certificação para o refrigerante mais vendido do mundo. A companhia e a produtora de açúcar Raízen (Cosan / Shell) estão iniciando no Brasil um projeto para usar açúcar certificado com o selo Bomsucro na fabricação do refrigerante. A parceria tem o Brasil como ponto de partida, mas a ideia é expandir a iniciativa para as operações globais da Coca-Cola.

"O selo certifica que os fornecedores do açúcar obedecem às leis do país, aos direitos humanos e trabalhistas, buscam eficiência em sustentabilidade, protegem a biodiversidade e buscam a melhoria contínua de seus processos", diz Rino Abbondi, vice-presidente de técnica e logística da Coca-Cola Brasil. "A iniciativa está em linha com os esforços da empresa de mundialmente minimizar o impacto de nossa operação no meio ambiente", afirma o executivo.
Ele conta que dos 20 fornecedores de açúcar da Coca-Cola no Brasil, apenas um, - a Raízen - conseguiu a certificação para uma de suas usinas, a Maracaí, no interior de São Paulo. A certificação internacional Bonsucro de práticas sustentáveis é uma exigência da União Europeia para exportadores de commodities. Até agora, a Raízen é a única empresa no mundo que dispõe desse selo para o cultivo de cana.
"Estamos em uma fase piloto do projeto. Mas a ideia é fazer com que todas as usinas de nossos fornecedores alcancem essa certificação. Também queremos estender esse projeto para todos os países em que a Coca-Cola atua", diz Abbondi. Segundo ele, ainda não há prazo para que todas as usinas fornecedoras da empresa alcancem essa certificação ou para a expansão internacional da iniciativa.


"Quando o projeto estiver mais amadurecido, pensaremos em uma estratégia de marketing para comunicar essa iniciativa, talvez um selo no rótulo de Coca-Cola", afirma o executivo.


A Coca-Cola, segundo Abbondi, está entre as três maiores companhias compradoras de açúcar do mundo. A Raízen - maior produtora de açúcar do Brasil - vende 5% do que processa para a Coca-Cola Brasil.
Por meio do projeto de certificação, a empresa de bebidas adquiriu um volume adicional do produto com pagamento de um prêmio sobre o preço normal.
Por razões contratuais, Pedro Muzutani, vice-presidente de Açúcar e Etanol da Raízen, não divulga qual é o volume adicional e nem o prêmio que foi pago por sua cliente. No entanto, segundo o executivo, a expectativa é que o mercado reconheça esse produto com um adicional de preço de até 10% em relação ao açúcar comum. Ele reconhece que a certificação internacional deve abrir portas para o fornecimento do açúcar sustentável, com valor agregado, para outros grandes clientes, além da Coca-Cola. "Não há neste momento um contrato global sendo negociado com a Coca-Cola, mas existe sim perspectiva de negociação internacional", diz Mizutani.


Na safra passada (2010/11), a produção de açúcar da Raízen foi de 3,8 milhões de toneladas. Considerando que a Coca-Cola consome cerca de 5% desse volume, o contrato convencional das duas empresas deve ser de aproximadamente 190 mil toneladas anuais. O selo da Raízen atingiu uma moagem de 1,7 milhão de toneladas de cana e produção de 130 mil toneladas de açúcar e 63 milhões de litros de etanol. A meta da companhia é certificar 100% de suas 24 usinas nos próximos cinco anos. A empreitada deve demandar investimentos de US$ 350 milhões em melhorias em saúde, ambiente e segurança das unidades 

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Setor sucroenergético requer novo ciclo de investimentos

O setor sucroenergético encontra-se numa situação de impasse e necessitando que o governo dê sinais que permitam o início de um novo ciclo de investimentos.
As atuais políticas governamentais não trazem segurança nem incentivos a novos investimentos. Desde 2008, verifica-se uma queda dos investimentos no setor sucroenergético.


Entre 2000 e 2008, a produção de cana-de-açúcar mais do que dobrou, resultado do avanço de 10,3% ao ano.

Nesse período, o consumo de etanol superou o de gasolina e atendeu à expansão da frota flex. Com o advento da crise global de 2008, o setor foi atingido, e o crescimento caiu para cerca de 3% ao ano.
O setor sucroenergético produz, basicamente, três produtos: açúcar, etanol e bagaço de cana. A crise é detonada pelo aumento do preço do etanol e a possibilidade de falta do produto.
A primeira acusação é que o responsável pela restrição da oferta e pelo aumento do preço do etanol seria a ampliação da demanda por açúcar no mercado externo e a mudança no mix de produção das usinas, priorizando a produção açucareira.
Porém, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), há uma rigidez na escolha da produção. Isso significa que apenas 6% da cana moída pode ter sua produção direcionada ao açúcar ou ao etanol.
Quando se observa o mix de cana moída em 2010, ou seja, a proporção destinada a um ou a outro produto final, verifica-se que essa variação não foi significativa.
O verdadeiro problema, portanto, não está na substituição do etanol pelo açúcar, mas sim na falta de investimentos em produção de cana para produzir ambos.
Em vez de promover medidas que incentivem investimentos na produção de cana, o governo, de forma míope, olhando exclusivamente para o etanol, publica a medida provisória nº 532/2011, que altera a classificação do etanol de "produto agrícola" para "combustível", prática que permite que a ANP possa atuar na fiscalização, na comercialização, na estocagem, na exportação e na importação do produto
.
Essa MP e sua futura regulamentação não seriam ruins se fossem acompanhadas de outras medidas. A intervenção do governo, via MP, não traz solução de longo prazo para o assunto.

A solução virá apenas quando for elaborada uma política que leve ao maior investimento na produção de cana e à regulação por incentivos econômicos que forneça sinais para produzir mais açúcar ou mais etanol.

Não será estabelecendo cotas para a exportação de açúcar, obrigando a se ter estoques e contratos de longo prazo de etanol e não dando condições econômicas para a utilização do bagaço de cana na geração de energia que resolveremos o problema do setor sucroenergético (Adriano Pires é diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura); Folha de S.Paulo, 25/6/11)


DEDINI VÊ RECUPERAÇÃO DO SETOR SUCROENERGÉTICO

A Dedini, uma das maiores fornecedoras nacionais de equipamentos para usinas de cana, já identifica sinais firmes de recuperação de investimentos no setor sucroenergético. Desde 2008 sem registrar vendas de moendas e difusores, a companhia verifica uma retomada nos pedidos de orçamentos e cotações dos equipamentos, que são usados no processamento da matéria-prima e cuja aquisição pelas empresas revela projetos de expansão.

O negócio mais recente foi a venda de dois ternos de moenda para a usina Valparaíso (SP), da Raízen. Outros dois conjuntos foram negociados para Pindorama (AL) e Alta Mogiana, de São Joaquim da Barra (SP). "Vemos para o fim deste ano e início de 2012 investimentos representativos em novas unidades greenfields", diz José Luiz Olivério, diretor da Dedini.

Nos últimos três anos, conta ele, houve poucos negócios, e em sua maioria voltados para diversificação do parque instalado. Os desembolsos se concentraram na maior flexibilização das plantas, com o objetivo de permitir a oferta de açúcar, etanol hidratado ou anidro por usinas que não dispunham desses produtos ou que passaram a produzi-los em maior volume como forma de aproveitar janelas de oportunidade.

Olivério prevê que a Dedini deva recuperar gradativamente o faturamento perdido desde 2008 no segmento onde a empresa é mais forte. A crise financeira foi contornada graças à diversificação da produção que atende também as áreas de petroquímica, química, refino, produção de biodiesel e geração de energia elétrica (Energia Hoje, 22;6;11)

Etanol é mais vantajoso que a gasolina em 16 Estados do país

O etanol voltou a ser mais vantajoso na maior parte dos Estados brasileiros durante a primeira quinzena de junho, segundo o IPTC (Índice de Preços Ticket Car).
O combustível é mais econômico do que a gasolina em 16 dos 26 Estados do Brasil.
Nos demais Estados e no Distrito Federal, a gasolina ainda é mais vantajosa.


"Para saber qual opção é mais econômica, divida o preço do etanol pelo da gasolina. Resultados de até 0,7 significam rendimento melhor do etanol", diz Eduardo Lopes, do Ticket Car.


O preço médio do etanol no país é de R$ 2,771, enquanto o da gasolina é R$ 1,898, de acordo com o mesmo levantamento.
Na cidade de São Paulo, houve retração de 0,68% no valor médio cobrado por litro de etanol, na comparação com o final do mês de maio.

Noble investirá US$ 50 mi em usina na Argentina

Projeto, que inclui uma usina de geração de energia, ficará perto do complexo portuário da companhia e da unidade de processamento de oleaginosas ao longo do rio Panamá


 BUENOS AIRES - A Noble Argentina investirá US$ 50 milhões na construção de uma fábrica de biodiesel na província de Santa Fé, informou o governo em um comunicado divulgado na noite de quarta-feira.
O projeto, que inclui uma usina de geração de energia, estará localizado perto do complexo portuário da companhia e da unidade de processamento de oleaginosas ao longo do rio Panamá, ao norte da cidade de Rosário.

A Noble planeja usar o biodiesel para reduzir ou substituir o uso de gás natural ou óleo combustível necessários para o funcionamento das instalações de moagem, cuja capacidade de produção diária é de quase 10 mil toneladas de óleo e farelo de soja.

Desde 2005, a empresa investiu US$ 250 milhões na Argentina, segundo o comunicado, que foi divulgado em um site administrado pela presidência da Argentina. A Noble Argentina é uma subsidiária do Noble Group Ltd., que tem sede em Hong Kong e é uma das maiores tradings de commodities do mundo. As informações são da Dow Jones.

Governo quer acelerar patentes

Um dos objetivos da modernização do Instituto Nacional de Propriedade Industrial é reduzir prazo de concessão à metade, de 8 anos para 4 anos

SÃO PAULO - Está em ajuste final a segunda etapa do projeto de modernização do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi). A partir de agosto, serão contratados novos servidores e adquiridos computadores. O objetivo é cortar pela metade o prazo de concessão de patentes no País, reduzindo dos atuais 8 anos para 4 anos até 2015.
A iniciativa faz parte da nova política industrial da presidente Dilma Rousseff, cujo foco é a inovação. "As medidas vão gerar grande demanda para o Inpi. É preciso prepará-lo", disse o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. O Inpi é uma autarquia do ministério.

Segundo o Estado apurou, o governo deve autorizar a contratação de mais servidores para o Inpi, apesar do ajuste fiscal. Serão 380 novos examinadores: 50 até agosto, 165 em 2012 e 165 no início de 2013. Para abrigar sua nova equipe, o instituto já alugou, com opção de compra, um prédio no centro do Rio e deve se mudar até o fim do ano.
A modernização do Inpi vai custar no total cerca de R$ 55 milhões por ano em salários e R$ 29 milhões na compra de computadores. Segundo Jorge Ávila, presidente do órgão, o investimento estatal ocorrerá nos primeiros dois anos, quando os examinadores estão em treinamento. O Inpi cobra pela concessão de patentes e a expectativa é de que o valor arrecadado cubra os gastos.
A intenção do governo é melhorar o desempenho do Inpi, que ainda está muito abaixo dos padrões internacionais. Nos Estados Unidos e na União Europeia, uma patente demora, respectivamente, 3,5 anos e 4,5 anos para ser aprovada. Na Coreia do Sul, que também é emergente, é ainda mais rápido: 3 anos.
"Todo esse atraso causa descrença para o Inpi e desestimula as empresas a solicitar patentes", diz Paulo Moll, gerente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo ele, algumas empresas chegam a desistir da patente e optam por manter o segredo industrial, apesar do risco de que um concorrente registre antes a invenção.
O professor da Universidade de Campinas (Unicamp) Carlos Pacheco diz que o processo de análise no Brasil consome quase a metade dos 20 anos de validade da patente. O especialista ressalta ainda que, por causa do atraso, as empresas deixam de ter acesso a alguns benefícios fiscais e não podem agregar o valor da patente ao seu patrimônio.
O Inpi recebeu 30 mil pedidos de registro de patente em 2010, para serem analisados por 273 examinadores - uma média de 109 por pessoa. Nos EUA, são 480 mil pedidos por ano, mas o número de examinadores chega a 5.477, ou seja, 87 patentes por pessoa. Na Europa, a média é ainda mais baixa: 40 patentes por ano para cada examinador.
Por causa dessa situação, o estoque de patentes à espera de análise no Inpi já é de 154 mil, o equivalente a 5 vezes o total do ano. Nos EUA, o estoque é de 764 mil patentes, mas significa 1,6 vez a demanda anual. Na Europa, a relação entre estoque e pedidos anuais é de 2,1.
Essa é a segunda fase do projeto de modernização e reaparelhamento do Inpi, que começou em 2005, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Inpi tinha apenas 112 examinadores na época, mas o prazo médio de concessão das patentes também era de 8 anos.
O número de examinadores subiu 223 examinadores em 2009, mas, segundo especialistas, o prazo de análise não caiu por causa da dificuldade de treinar a mão de obra e do aumento do volume de pedidos de patentes, que saiu de 24 mil em 2005 para 28 mil no ano passado.

Noble em biodiesel

O governo da Argentina anunciou que a trading global Noble vai investir US$ 50 milhões em uma unidade de biodiesel e de cogeração de energia. O aporte será feito no complexo da empresa em Timbúes, na província de Santa Fé, onde a Noble detém uma processadora com capacidade para 10 mil toneladas diárias de soja. Desde o início de suas operações na Argentina, em 2005, a Noble já investiu US$ 250 milhões no país.

Prejuízo da Da Mata

A usina Da Mata Açúcar e Álcool, de Valparaíso (SP), teve prejuízo de R$ 11,6 milhões no exercício encerrado em 31 de dezembro de 2010. No ano anterior, a empresa também amargou resultado negativo, de R$ 16,2 milhões. A receita líquida da empresa, que tem o empresário Alexandre Grendene como sócio com 50% de participação, encerrou o ano em R$ 164,5 milhões, 36,5% mais do que em 2009 (R$ 120,5 milhões).

Açúcar volta a subir no mercado interno

Tendências:

O ritmo ainda lento de produção no Centro-Sul está gerando novas altas nos preços do açúcar cristal no mercado interno. No início de maio, as cotações até chegaram a arrefecer, mas desde meados de junho voltaram a subir. O resultado é que atualmente o preço do açúcar está 37,5% mais elevado do que em igual período do ano passado, segundo o indicador Cepea/Esalq.

A demanda por açúcar para exportação elevou o prêmio (ágio sobre a cotação em Nova York) nos portos brasileiros, o que sustentou o valor do produto no mercado doméstico, explica Thiago Gil, consultor da FCStone. No começo de maio, os prêmios para o açúcar bruto (VHP) chegaram a 250 pontos por tonelada e os do branco (açúcar 150) a 180 pontos.

Atualmente, diz Gil, o prêmio para o açúcar bruto está em 20 pontos por tonelada, e caminha para ser zerado. Já o ágio para o açúcar branco segue em 140 pontos, o que indica uma escassez mais aguda do produto no mercado, diz o especialista da FCStone.

A remuneração do açúcar no mercado interno continua a superar a do açúcar na bolsa de Nova York e a do etanol, segundo cálculos da consultoria Datagro. Enquanto o contrato nº 11 em Nova York fechou o dia 22 deste mês valendo 26 centavos de dólar por libra-peso, o açúcar de mercado interno posto no porto fechou ao valor equivalente a 27,41 centavos de dólar. O etanol anidro fechou a 22,34 centavos de dólar e o hidratado, a 21,62 centavos de dólar.

A oferta mundial de açúcar, no entanto, continua a crescer. Na última semana, a consultoria F.O. Licht divulgou que a produção recorde na Tailândia no ano-safra que começa em novembro pode compensar uma possível queda de produção no Brasil, maior produtor mundial da commodity. A previsão da consultoria alemã é de que a produção de açúcar da Tailândia deve crescer 500 mil toneladas, para 10,5 milhões de toneladas. A F.O. Licht prevê para a Índia uma produção 8,5% maior, de 28,5 milhões de toneladas.

Ainda que se confirme o crescimento de produção desses dois países, diz Gil, o cenário permanece altista, pois o mercado externo está ainda precificando a redução da safra no Brasil.

Há duas semanas, a Datagro revisou sua estimativa da safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul para 536 milhões de toneladas, 3,2% abaixo do estimado em maio e 3,6% menor do que na safra passada. (Fabiana Batista)

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tereos pagará R$ 44,6 milhões em proventos

Ações

A Tereos Internacional, empresa que controla a usina Açúcar Guarani, informou que pagará 44,6 milhões líquidos em dividendos e juros sobre o capital próprio.

A companhia pagará R$ 42,6 milhões em juros sobre o capital próprio, valor já incluído o desconto do Imposto de Renda, e R$ 2 milhões em dividendos. Somados, o proventos correspondem a um valor líquido de R$ 0,06605444 por ação.

As ações são negociadas sem direito a dividendos ou juros a partir desta terça-feira (22/6).


Atraso nas térmicas deixa importante lição ao setor elétrico

ANÁLISE ENERGIA

Um dos grandes desafios postos ao setor elétrico refere-se à garantia de abastecimento de energia nos anos à frente.
Essa não é uma tarefa simples, haja vista a complexidade e o tempo demandado na construção de usinas e de estruturas de transporte de energia, além do alto custo dos ativos e da grande mobilização de fatores de produção que trazem elevados custos financeiros e de oportunidade, tornando proibitiva a construção de uma grande capacidade ociosa.


Assim, o planejamento do setor elétrico ocorre sempre de forma antecipada, visando a atender a demanda projetada para os próximos anos.
Nesse sentido, o marco regulatório de energia elétrica, aprovado em 2004, lidou com engenhosidade com essa particularidade, ao obrigar que as concessionárias contratem energia em licitações, nas quais ganham as usinas que oferecerem energia ao menor preço às distribuidoras.
Os contratos, por sua vez, podem ser utilizados como colaterais dos financiamentos dos empreendimentos, o que atua no sentido de facilitar a expansão da oferta de energia.
Em tese, o modelo garantiria o abastecimento futuro, ao atrelar a expansão da oferta às perspectivas de crescimento da demanda.
O principal risco consistiria no aumento da demanda além do previsto ou nos atrasos na construção das usinas contratadas, que seria minimizado com a criação do contingente de energia de reserva, um excedente do sistema. A despeito de toda a engenhosidade do marco, o não cumprimento do cronograma de construção de algumas usinas vem perturbando o mercado.

Os atrasos relacionam-se mais à dificuldade de alguns grupos em viabilizar os empreendimentos que se propuseram a construir do que a fatores que tradicionalmente preocupam o setor -morosidade na concessão das licenças ambientais e restrição na oferta de combustíveis para as termelétricas.
O caso chama a atenção por se concentrar em dois grupos -Bertin e Multiner- de pouca tradição no setor elétrico, que conquistaram o direito de ofertar grandes volumes de energia e se mostraram despreparados para lidar com o tamanho da empreitada.
O episódio deve deixar uma lição importante aos planejadores do setor, no sentido de adotarem medidas mais criteriosas de seleção dos empreendedores, em particular na avaliação da capacidade financeira dos mesmos.

Vale ressaltar que não se trata de restringir o acesso de empresas interessadas em participar do mercado de energia, mas de definir limites à atuação de cada um deles, de forma a garantir a segurança e a robustez do setor, que, por suas características e relevância para a sociedade e a economia, não pode ficar sujeito a comportamentos de risco de agentes isolados.




WALTER DE VITTO é mestre em economia pela FEA-USP e analista do setor de energia da Tendências Consultoria Integrada.

Para estimular o etanol, crédito para o açúcar vai acabar

Decisão, comunicada pelo ministro de Minas e Energia, reflete preocupação do governo com o abastecimento de combustível

A produção de açúcar não terá um único centavo de investimento público. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, informou ao "Estado" que o crédito oficial para o açúcar vai acabar, como parte da política de incentivo à produção de etanol. "Não somos contra o açúcar, mas somos mais a favor do etanol neste momento", disse o ministro.


Andre Dusek/AE



Ajuda. A Petrobrás deve ampliar sua participação na produção de etanol, diz Edison Lobão

"É uma questão estratégica de atender ao interesse nacional de produzir etanol, para que não haja desabastecimento e os preços não se elevem", acrescentou.

A decisão reflete a preocupação do governo de não permitir que se repita em 2012 o cenário do início deste ano, em que a escassez do produto pressionou o valor dos combustíveis, colaborando para acelerar os índices de preços, o que forçou o Banco Central a elevar os juros. O ministro afirma que não chegou a haver desabastecimento, "nem haverá", mas admite que os preços subiram muito, com repercussão na inflação.

O governo também vai abrir uma linha de crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para atender os produtores de etanol "na medida exata da necessidade desses produtores". Não haverá limite de recursos pré-fixado para garantir o aumento da produção do etanol.

Outra medida do governo será a formação de um estoque regulador de 30 dias. O governo acredita que um mês é prazo suficiente para manter a demanda sob controle. Os distribuidores é que têm de estocar, mas hoje eles só têm capacidade para armazenar por cinco dias, enquanto a capacidade de estocagem da Petrobrás é de 15 dias.

Hoje, só os produtores é que têm condições de estocar por seis meses o etanol. Diante disso, a solução do governo para contornar o problema da falta de estrutura física dos distribuidores é precisamente o uso da estrutura dos produtores.

Custo. Como tudo tem custo, uma segunda linha de crédito será aberta para que o BNDES também financie os distribuidores na compra do produto já com o compromisso de estocagem por um mês. Os produtores, por sua vez, também terão financiamento garantido para a renovação do canavial, desde que seja com o compromisso de produzir etanol, e não açúcar.

Na verdade, a primeira providência do governo foi determinar à Petrobrás que elevasse de 5% para 12% sua participação na produção de etanol brasileira, o que vai começar com a organização de novas destilarias. Mas essa é uma medida para médio prazo, já que a estatal vai precisar de cerca de dois anos, na avaliação do Ministério de Minas e Energia, para comprar áreas, fazendas, equipamentos, plantar cana e começar a produzir.

Este ano, a estatal deve escolher os locais de plantio. "Recursos não faltarão e a Petrobrás tem a instrução de promover a elevação de sua participação na produção do etanol com toda a urgência", afirmou Lobão.
No auge da crise de preços do álcool, no início do ano, o governo cogitou taxar as exportações de açúcar para forçar um aumento na produção de etanol. A medida foi abortada depois que se percebeu que seria um "tiro no pé", pois o Brasil corria o risco de perder participação no mercado internacional de açúcar, sem a garantia de que a produção de etanol seria aumentada.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Usina Bertolo bate recorde de produção de açúcar


17/06/11 - A Usina Bertolo, de Pirangi/SP, que pertence ao Grupo Bertolo alcançou nesta safra seu recorde de produção de açúcar, até a safra passada a média situava-se em torno de 5 mil sacas/dia, nesta safra a unidade já ultrapassou a marca das 11 mil sacas/dia.

De acordo com o gerente industrial da unidade, Marco Antonio Salvi, nos últimos anos, as dificuldades financeiras que o grupo atravessava impossibilitaram manutenções adequadas.
Com o pedido de recuperação judicial e apoio da diretoria a situação se reverteu.


Salvi destaca que este aumento de produtividade tem como base a aplicação de conceitos de engenharia. "Buscamos os pontos limitantes da produção e investimos nas melhorias necessárias, passando a produzir aproximadamente o dobro do que se produzia", explica.

Além desses investimentos estruturais, a unidade também realizou a capacitação de seus colaboradores e reestruturou as funções operacionais. Salvi também explicou que esse aumento na produção ocorre fora do pico de sacarose, que é entre agosto e setembro. "Acredito que quando o pico chegar, poderemos atingir até 12 mil sacas/dia", destaca.

Estas mudanças têm reflexo direto no mix de produção. Até a safra 2010/11 o volume esmagado era divido em 40% para açúcar e 60% para etanol. Hoje esse mix já atingiu 70% para açúcar e 30% para o etanol.

Rafaela Giomo
Fonte: Agência UDOP de Notícias

Nova usina de álcool é lançada


20/06/11 - Com a presença do governador André Puccinelli, o Grupo ETH Bioenergia lança nesta segunda-feira (20) a pedra fundamental da Unidade Costa Rica que está em construção no município. A partir das 10 horas, André e as autoridades locais irão conhecer as instalações da futura unidade produtora de etanol e energia elétrica, além dos planos da empresa para a região com foco no crescimento da capacidade produtiva do Mato Grosso do Sul.

O grupo já opera no estado duas outras unidades - a Santa Luzia, em Nova Alvorada do Sul, e Eldorado, em Rio Brilhante. A Unidade Costa Rica, localizada na estrada que liga o município a Alcinópolis, será inaugurada em outubro deste ano.

MPX fecha compra de 660 MW em projetos do Grupo Bertin

MPX pertence ao Grupo EBX, do empresário Eike Batista

A MPX Energia firmou um acordo com a Bertin Energia e Participações para a aquisição de autorizações de construção de usinas termelétricas, com capacidade total de 660 MW, no estado do Espírito Santo.

Os projetos foram comercializados em leilão realizado em setembro de 2008, na forma de Contratos de Comercialização de Energia no Ambiente Regulado por Disponibilidade (CCEARs).

Os contratos, com prazo de 15 anos e início de vigência em janeiro de 2013, totalizam 450 MW médios, a um preço de R$ 146/MWh e receita fixa anual de R$ 323,8 milhões.

A MPX pretende transferir os projetos para o Complexo Termelétrico Parnaíba no estado do Maranhão. A companhia já possui licença de instalação para implantar 1.863 MW a gás natural na região.

"A presente aquisição representa um passo fundamental para a completa integração do gás natural da bacia do Parnaíba até a geração de energia", afirma o comunicado enviado ao mercado.

A aquisição está sujeita à obtenção da autorização pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

País investirá R$ 1,7 tri em máquinas, diz estudo

RIO - Os investimentos da indústria e da infraestrutura no Brasil devem consumir R$ 1,76 trilhão em máquinas e equipamentos nos próximos quatro anos. É o que mostra um estudo da área de pesquisa econômica do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que será publicado nos próximos dias. A cifra representa 56,2% do total de inversões projetadas pelo banco para o período entre 2011 e 2014: R$ 3,34 trilhões.

No trabalho, os economistas do BNDES Fernando Puga e Gilberto Borça Júnior demonstram que, apesar de ser uma das menores do mundo, a taxa de investimento no Brasil produz um efeito maior e mais rápido no crescimento. Ao contrário da maioria dos países, a maior parte das inversões no Brasil se dá em bens de capital (máquinas e equipamentos) - e não na componente da taxa relativa à construção -, uma característica que, para o BNDES, está se aprofundando.

Eles chegaram a essa conclusão ao investigar a composição da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no Brasil, historicamente baixa em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e considerada o principal obstáculo para o crescimento mais robusto da economia sem pressões inflacionárias. Numa comparação internacional a partir de dados do Banco Mundial, de 2005, a taxa de investimento brasileira, de 16,3% do PIB, figurava em último lugar entre outros 20 países. A China já liderava, investindo robustos 41,5% do PIB, seguida por nações como Espanha (29,4%), Índia (28,5%) e Japão (23,1%).

No entanto, analisando apenas o componente relativo a máquinas e equipamentos, o Brasil alcançava 7,9% do PIB, superando países como Reino Unido (5,8%), Espanha (7,2%), França (5,8%), EUA (5,8%) e até a média mundial (7,6%). O Brasil ainda perdia nesse quesito para países asiáticos como China (11,5%), Índia (13,1%) e Coreia do Sul (9,1%), mas a distância fica bem menor na comparação da taxa agregada.
Para os economistas, isso mostra que não há uma defasagem muito grande entre o padrão de investimento na produção e modernização das empresas brasileiras e o das de outros países. "A taxa de investimento agregada do Brasil está na lanterna e isso dá uma percepção de que o nosso parque industrial estaria muito defasado, obsoleto por causa do baixo investimento. No entanto, quando olhamos apenas para máquinas e equipamentos, estamos investindo até acima da média mundial", diz Puga. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

BNDES lança fundo de R$ 150 milhões para inovação ambiental

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou ontem a criação de um fundo de investimento de R$ 150 milhões, voltado exclusivamente a empresas que desenvolvem projetos de tecnologias "limpas" e encontram-se em estágio nascente ou inicial de atividades.

De acordo com o banco, poderão receber os aportes do chamado Fundo de Inovação em Meio Ambiente companhias que "trabalham com a criação de ações voltadas à redução da emissão de carbono e outros resíduos ou que promovam o uso inteligente de recursos".

Para Cláudia Nessi, gerente do Departamento de Operações de Meio Ambiente do BNDES, o fundo deve preencher uma lacuna no mercado de fundos de partipação, que ainda não atende completamente empresas com essas características e que buscam volumes mais elevados de investimentos.

O diferencial que esse fundo pretende oferecer é atingir empresas que trabalham especificamente com inovação ambiental. A intenção é que essas companhias possam receber aportes de valor maior, segundo explicou Cláudia. De acordo com ela, os valores devem superar o R$ 1,5 milhão, que compreende o investimento recebido por empresas apoiadas pelo Criatec, programa de capital semente lançado pelo banco em 2007 e semelhante ao novo fundo.

Com limite de participação de 90% (R$ 135 milhões), o BNDES está em fase de seleção de gestores para o projeto, que deve ser finalizada em agosto. Após essa etapa, haverá a captação dos demais investidores, seguida da discussão entre gestores e acionistas para a definição de regras detalhadas para as empresas que poderão receber os recursos. O processo ainda será sujeito a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e então poderá receber propostas de investimentos.

A expectativa da gerente do BNDES é que o fundo possa começar a operar em seis meses, sendo lançado ainda em dezembro deste ano.

Importação de máquinas pesadas subiu 28% até maio, informa Abdib

Bens de capital:

A balança comercial do setor de bens de capital sob encomenda registrou baixa de US$ 558 milhões nos primeiros cinco meses do ano. O déficit foi maior que os US$ 354 milhões verificados de janeiro a maio de 2010.

Segundo sondagem divulgada ontem pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), as importações somaram US$ 2,3 bilhões, 28% superior ao mesmo período em 2010, quando as compras de equipamentos pesados estrangeiros atingiram US$ 1,8 bilhão.

Para o vice-presidente da Abdib, Ralph Terra, o volume de maquinário importado tem crescido a uma velocidade preocupante. "Caso o país não crie condições para que a indústria local possa competir internacionalmente, a Abdib prevê um cenário de curto e longo prazo complicado para os fabricantes nacionais", disse.

Entre os entraves relacionados à competitividade, ele aponta questões tributárias e a ausência de mão de obra qualificada na área.

Conforme a Abdib, até 2015 teriam de ser feitos no país investimentos da ordem dos R$ 922 bilhões, divididos entre os setores de energia elétrica (R$ 142 bilhões), petróleo e gás (R$ 424,5 bilhões), transporte e logística (R$ 172 bilhões), telecomunicações (R$ 98,5 bilhões) e saneamento básico (R$ 85 bilhões).

As importações vêm crescendo desde 2010, quando fecharam em alta de 29% ante 2009, segundo a analista setorial da Tendências Consultoria, Estefânia Grezzana. A perspectiva é que a demanda interna cresça 11% neste ano, impulsionada, principalmente, pelos setores de extração mineral, agricultura e construção civil.

É preciso elevar gasto com inovação, diz ministro

Para acelerar a taxa de inovação e ampliar a competitividade da indústria, o Brasil precisa atrair projetos que garantam como contrapartida investimentos em pesquisa e desenvolvimento. "Não dá para ceder incentivo fiscal sem esse retorno. Temos condições de exigir mais de quem quer investir no país", declarou Aloizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia, durante a cerimônia de abertura da 11ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, que termina amanhã em Fortaleza.

A estratégia é fundamental para que o Brasil avance na produção de valor agregado, deixando de ser uma economia com forte base nas commodities. Entre os exemplos, Mercadante avalia a cadeia produtiva do petróleo e chama a exploração em águas profundas de "nosso sputnik", em alusão à declaração que presidente americano Barack Obama fez sobre a importância do programa espacial para a economia dos Estados Unidos.

No Brasil, o desafio está em criar uma cadeia produtiva capaz de atender às demandas tecnológicas do pré-sal. Quanto maior o índice de nacionalização, maiores serão os impactos da exploração em toda a economia, criando empregos e gerando riquezas para o país.

A decisão, segundo ele, é se agiremos como a Venezuela, que não deve deixar uma boa herança para o futuro, ou a Noruega, cuja estratégia para a exploração de petróleo e gás garantiu desenvolvimento econômico e social. "É a nossa poupança para o futuro".

O ministro comentou ainda suas preocupações em relação à proposta para a divisão dos royalties do pré-sal. Com o projeto que está em avaliação, o fundo setorial, que garante os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, perderá em torno de R$ 12 bilhões até 2020, nas contas do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O cálculo tem base no potencial das reservas.

De acordo com Mercadante, o Brasil já possui 20 bilhões de barris certificados, com potencial de ultrapassar os 40 bilhões. A um preço médio de US$ 120 o barril, o total da produção alcançará o patamar de US$ 5 trilhões. "Parte dos lucros tem de ser investida em educação, ciência, tecnologia e inovação. Não temos o direito de repetir o erro de muitas nações petrolíferas", diz.

No encontro, organizado pela Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), o ministro conclamou os empresários a ampliar os aportes em pesquisa e desenvolvimento. O Brasil investe cerca de 1,19% do PIB em atividades para criação de novos produtos e mais da metade desse orçamento vem do poder público. No Japão, o total alcança 3,44% do PIB, a maior parte com dinheiro da iniciativa privada. O mesmo se repete nos Estados Unidos e na Europa. "A meta é criar uma cultura empresarial inovadora, para que o salto tecnológico aconteça", afirma.

Para os representantes das empresas, o governo também precisa apostar mais, dividindo os riscos e criando instrumentos mais eficientes para financiar as atividades de pesquisa e desenvolvimento. "A política econômica tem de ser direcionada para a inovação. É preciso ousadia para avançar", afirma Carlos Eduardo Calmanovici, presidente da Anpei.

Para Calmanovici, nos encontramos diante de um cenário perigoso: muito à frente de países pouco desenvolvidos na questão da inovação, mas nos descolando de forma perigosa dos outros emergentes, como China e Índia. "Para sermos eficientes, temos de pensar em projetos que envolvam as cadeias produtivas, distribuindo a inovação e gerando conhecimento em todo o país."

Mesmo com um sofisticado sistema para fomento à inovação, o país ainda não consegue trazer competitividade para as cadeias produtivas. "Não dá para inovar sozinho. Mesmo que uma grande empresa aposte muito em pesquisa e desenvolvimento, vai esbarrar na falta de capacitação da cadeia produtiva", avalia Calmanovici.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) possui mais de 60 instrumentos de fomento à inovação, que se transformaram em verdadeiro labirinto burocrático para obtenção de crédito. Para dar mais agilidade ao sistema, o ministério quer transformar a Finep em uma espécie de banco. "A Finep será o grande agente da inovação no Brasil, com linhas diversas e que incluem até capital semente", conta Mercadante, afirmando que nos últimos três meses a entidade desembolsou R$ 1,4 bilhão para o financiamento de projetos.

Etanol EUA X Brasil

Os contratos futuros do etanol atingiram ontem a maior alta em um semana na bolsa de Chicago, puxados pela valorização do milho. De acordo com analistas ouvidos pela Bloomberg, o milho subiu diante de sinais de que a demanda por exportação vai aumentar. O etanol para entrega em julho subiu 2,5 centavos de dólar, ou 0,9%, fechando a US$ $2.666 o galão. Neste ano, os futuros do biocombustível subiram 12% na bolsa americana. No Brasil, o indicador Esalq/BM&F para o hidratado em Paulínia subiu 0,08%, com o metro cúbico a R$ 1.199,00.

Etanol deixa milho 17% mais caro

Commodities:
 
Os subsídios do governo americano ao etanol já podem ter inflado em até 17%, de modo artificial, os preços do milho em 2011. A estimativa consta em um estudo que o Centro Internacional para o Comércio e Desenvolvimento Sustentável (ICTSD, na sigla em inglês) divulga nesta semana, dias após o Senado dos Estados Unidos aprovar uma emenda que extingue o incentivo de US$ 5 bilhões ao setor. Atualmente, os produtores que usam a mistura de gasolina com etanol recebem um crédito tributário de US$ 0,45 por galão.

O ICTSD, um "think tank" com sede em Genebra, avalia que os altos preços da gasolina estimularam o consumo de etanol, criando um cenário de aperto na oferta doméstica de milho. "Sob essas condições, o incentivo aos misturadores tem um impacto significativo sobre os preços do grão", afirma Bruce Babcock, professor da Universidade Estadual de Iowa e autor do estudo, em comunicado. Para ele, a política americana para o setor poderia ser mais flexível em períodos de escassez da matéria-prima.

O uso de milho para a fabricação de etanol mais do que triplicou desde 2004, de 36 milhões para quase 130 milhões de toneladas - o volume corresponde a praticamente toda a produção brasileira de soja e milho prevista para este ano. A oferta não acompanhou a demanda, e a participação do biocombustível na destinação da safra praticamente quadriplicou nesse período. De cada 10 sacas colhidas em solo americano, 3,8 vão abastecer alguma destilaria, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Com isso, os americanos já usam mais milho para fabricar etanol do que ração para abastecer a produção de carnes.

Se a produção americana de etanol tivesse se mantido nos níveis de 2004, sugere o estudo do ICTSD, os preços do milho em 2009 seriam aproximadamente 21% inferiores aos registrados. No período, os preços da commodity mais do que triplicaram em meio ao crescimento não só dos biocombustíveis, mas da demanda por alimentos nos países em desenvolvimento. O enfraquecimento do dólar e os crescentes fluxos de capital especulativo para os mercados futuros de commodities também contribuíram para a guinada nas cotações.

Embora tenham caído quase 12% na última semana, os preços futuros do milho negociado na bolsa de Chicago dispararam cerca de 85% nos últimos 12 meses. No dia 9, alcançaram um dos maiores patamares da história depois que o USDA reduziu em 22% sua projeção para os estoques locais de passagem da safra 2011/12. O volume previsto é o menor em 15 anos.

O ajuste reflete o impacto das severas chuvas sobre as áreas de cultivo, especialmente no Estado de Ohio. Os estoques globais também foram reduzidos, em 13%, para o menor nível em cinco anos - em grande parte, resultado do aumento do consumo na China. No Brasil, a colheita da safra de inverno está atrasada, resultado do atraso no plantio. De acordo com boletim divulgado ontem pela consultoria Céleres, apenas 2,5% das lavouras foram colhidas até a última sexta-feira, ante 9,7% no mesmo período de 2010.

A preocupação com o nível e a volatilidade dos preços agrícolas deve dominar a pauta dos ministros de agricultura do G-20, que se reúnem em Paris a partir de quarta-feira (22).

Raízen recebe selo global de açúcar e álcool

Sustentabilidade: Certificação é uma das exigências para exportação desses produtos para a União Europeia


A Raízen, joint venture formada pela Cosan e Shell, anunciou ontem que recebeu a primeira certificação mundial exclusiva do setor de álcool e açúcar. Conhecido como Bonsucro, o selo é uma exigência da União Europeia para exportadores dessas commodities. Ele determina critérios ambientais, sociais e trabalhistas de produção.

De acordo com a empresa, foram certificadas 1,7 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, 130 mil toneladas de açúcar e 63 milhões de litros de etanol, todos produzidos na unidade Maracaí, no interior de São Paulo. O volume representa aproximadamente 50% da produção da unidade paulista.

"A meta é certificar 100% de suas 24 usinas no Brasil em cinco anos", disse ao Valor o vice-presidente de Sustentabilidade e Relações Exteriores da Raízen, Luiz Osório. A empresa deverá levar a certificação este ano a outras quatro unidades em São Paulo, onde está concentrada a produção sucroalcooleira.

Para chegar a esse objetivo, Osório conta com o suporte de US$ 350 milhões previstos para melhoramentos em saúde, ambiente e segurança das usinas até 2015.

No momento, a empresa realiza a análise de "gaps" - exigências não atendidas segundos os critérios para a certificação. São 48 indicadores e cinco princípios, que visam reduzir impactos ambientais e sociais na produção de açúcar, etanol e energia provenientes da cana. Eles vão desde a manutenção da biodiversidade até o aperfeiçoamento contínuo do setor.

O executivo explica que os principais "gaps" hoje estão nos chamados critérios não essenciais - redução de emissões de efluentes e manejo da terra, por exemplo.

Para obter a certificação Bonsucro é necessária a aprovação de 100% dos critérios essenciais (basicamente o cumprimento da legislação nacional) e de, no mínimo, 80% dos critérios não essenciais.

O selo é essencial para os planos de expansão dos negócios da empresa, tanto no mercado interno quanto externo. Joint venture formada em abril, a Raízen pretende atingir uma capacidade de moagem de cana-de-açúcar de 100 milhões de toneladas até 2015. Hoje, sua capacidade de moagem é de 65 milhões de toneladas de cana.

Na mesma linha, almeja uma expansão dos atuais 4,4 milhões de toneladas de açúcar para 6 milhões, enquanto a produção de etanol subiria de 2,2 bilhões de litros para 5 bilhões em cinco anos.

"Nós não vamos conseguir isso só com as usinas atuais. Optaremos pela expansão das atuais, a construção de novas ou aquisições", afirmou Osório, reiterando planos da empresa já anunciados. E as novas usinas terão a certificação? "Estudaremos caso a caso".

O selo deverá facilitar a entrada dos produtos brasileiros na União Europeia, que exige desde o início do ano diretivas ambientais para os biocombustíveis produzidos e importados pelo bloco. A Diretiva de Energias Renováveis (Red, na sigla em inglês), aprovada pela Comissão Europeia, estabelece a adoção de 10% de energia renovável no setor de transportes da região até 2020, entre outros pontos.

"E uma das maneiras de se conseguir isso é através de biocombustíveis certificados", explica Luiz Fernando Amaral, gerente de sustentabilidade da Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Com alguma razão, os europeus passaram a exigir a certificação da produção brasileira de etanol em meio a questionamentos sobre a sustentabilidade do etanol. Na época, a principal crítica foi de que a expansão da cana forçaria as demais culturas a se deslocarem para áreas ainda preservadas, como a Amazônia e o Cerrado brasileiros.

Por esse motivo, a certificação Bonsucro (inicialmente chamado de Better Sugarcane Initiative) foi trabalhada em detalhes e submetida à apreciação europeia, de forma que não houvesse dúvidas de que atendesse às exigências do bloco.

Única certificação voltada exclusivamente para a cana-de-açúcar, o Bonsucro começou a ser elaborado há cinco anos e reúne grandes produtores e consumidores de açúcar e álcool, como Coca-Cola, Shell e BP, além de financiadores (IFC, afiliada do Banco Mundial) e organizações não governamentais (WWF entre elas).

Apesar de envolver o maior número de membros e do alcance internacional, há outros selos para biocombustíveis aceitos desde o início do ano pela União Europeia.