sexta-feira, 1 de abril de 2011

Só 45% da frota flex terá álcool neste ano, dizem usinas

Crescimento da demanda acima da oferta deve piorar esse cenário nos próximos anos

A oferta de etanol hidratado aos consumidores será cada vez menor caso a produção da cana não acompanhe o aumento da demanda gerada pelo crescimento da frota de carros flex no Brasil.
O cenário foi traçado ontem pela Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).Neste ano, por exemplo, a previsão é que apenas 45% da frota flex tenha etanol disponível para os próximos 12 meses, considerando a produção de 632 milhões de toneladas de cana em todo o país, segundo a instituição.
Mantendo o ritmo de crescimento atual, a previsão para 2015 é que a produção alcance 778 milhões de toneladas, mas atenda só 44% da frota flex. Até dezembro, o Brasil tinha 12,2 milhões de carros bicombustíveis.
num cenário em 2020, a produção de cana estimada é de 974 milhões de toneladas, o que atenderia só 37% da frota de carros flex.
"Isso poderá acontecer porque a velocidade do crescimento da demanda é maior que a velocidade do incremento da oferta", disse o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
Seguindo as projeções, a maior parte dos motoristas será obrigada a migrar para a gasolina, assim como ocorreu em março, quando os preços ficaram pouco competitivos devido à baixa oferta na entressafra da cana.
"A grande preocupação é o que pode acontecer nas montadoras, na política de manter ou não esse incremento de carros flex. Não queremos perder essa frota", afirmou.

Ele apontou como parte da solução a melhoria dos motores e a redução dos custos de produção do etanol e dos tributos que incidem sobre sua comercialização.

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