COLINA - O presidente da Petrobrás Biocombustível, Miguel Rossetto, afirmou nesta quarta-feira, 13, que a companhia "seguramente" irá ampliar o investimento de US$ 1,9 bilhão, previsto para a produção de etanol entre 2010-2014. Segundo ele, o novo Plano de Negócios 2011-2015 da companhia, a ser divulgado em maio, "terá um crescimento muito forte para atender as necessidades do mercado", disse.
Rossetto visitou hoje duas das sete unidades da Guarani S.A.- companhia sucroalcooleira da qual a estatal tem 31,4% de participação acionária - em Pitangueiras (SP) e em Colina (SP). Nessa última, o grupo deve inaugurar, em junho, uma destilaria para a produção de 100 milhões de litros de etanol por safra. A destilaria faz parte de um pacote de R$ 767,4 milhões de investimentos, anunciado este ano pela Guarani, que inclui o aumento da produção de cana e de energia elétrica
O presidente da Petrobrás Biocombustível considerou a crise de oferta do etanol como uma oportunidade de crescimento para a companhia. "Nossa resposta é ampliar a produção de etanol; nos preparamos para ocupar parte do mercado", afirmou o executivo. "Petrobrás, isoladamente, não vai responder por toda a demanda", ponderou. Em 2010, a Petrobrás Biocombustível ofertou 950 milhões de litros de etanol nas 10 usinas em que tem sociedade e a expectativa é de atingir 2,6 bilhões de litros em 2014.
Rossetto evitou polemizar sobre as medidas estudadas pelo governo para regular o mercado e ainda incentivar a produção do etanol. "Agenda regulatória é do governo, nossa agenda é aumentar a produção." O presidente da Petrobrás Bicombustível, no entanto, comentou a alta no preço do combustível, que disparou nos postos entre fevereiro e março, e previu uma queda com o início da safra. "Expectativa é de redução de preços do etanol a partir de agora com o início da safra, como já ocorre." Ainda de acordo com ele, a queda nos preço do etanol anidro, com o início da produção, deve ajudar a segurar os preços da gasolina, já que esse combustível é misturado em 25% ao derivado de petróleo comercializado nos postos. "Essa queda pode ajudar a segurar a gasolina", completou.
Guarani
O presidente da Guarani S.A., Jacyr Costa Filho, afirmou que os investimentos futuros da companhia vão priorizar a produção do etanol, já que a demanda mundial pelo combustível cresce 10% ao ano, ante 3% ao ano do açúcar. "A Guarani vai avançar conforme os mercados requerem e, obviamente, diante desse aumento de demanda, os investimentos vão crescer para o etanol", disse.
Recentemente, a Guarani anunciou um pacote de R$ 767,4 milhões em investimentos com suporte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de um aporte de R$ 195,4 milhões da Petrobrás Biocombustível, que ampliou de 26,5% para 31,4% a participação na empresa. Os investimentos serão direcionados à produção de etanol, de cana e de energia elétrica.
Só na unidade de Colina, visitada hoje pelo presidente da Petrobrás Biocombustível, Miguel Rossetto, são investidos R$ 29,6 milhões na construção de uma destilaria anexa à fábrica de açúcar, cuja produção deve ser iniciada em junho. "É um movimento em linha com o crescimento do mercado brasileiro de etanol", disse Costa Filho.
Com o aporte, a Guarani deve atingir a capacidade de moagem de 20 milhões de toneladas de cana em 2012/2013, ante uma expectativa de 18,5 milhões de t em 2011/2012, queda de 6% sobre as 19,7 milhões de t da safra anterior. "Vamos retomar a capacidade de produção em 2012 que foi prejudicada nesta safra pela estiagem no ano passado. Em três anos deveremos chegar a 25 milhões de t", afirmou o presidente da Guarani.
Costa Filho avaliou, ainda, que a escassez de etanol na atual safra também é consequência da estiagem que prejudicou a cana no passado. Mas negou que haja desabastecimento do combustível. "Temos álcool nos tanques para honrar contratos", concluiu.
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