sexta-feira, 15 de abril de 2011

Por que dar voz aos stakeholders

Apesar de nosso país estar próximo de completar 511 anos, ainda engatinhamos em nosso processo de democratização, sobretudo nos temas relacionados à socioeconomia.

É muito comum no mundo corporativo os gestores referirem-se em seus relatórios financeiros aos stakeholders, termo que nossa xenomania tomou emprestado do inglês para fazer alusão aos públicos de interesse de uma empresa, tais como acionistas, empregados, fornecedores, governo e a comunidade onde a companhia atua.

Contam-se nos dedos as organizações que dão voz em seus fóruns de decisões a algum dos entes relacionados nessa lista de stakeholders a partir do segundo da fila.
Não se trata de levar para os conselhos de administração reivindicações sindicais ou de defensores da natureza, mas de medir o reflexo das atitudes das empresas dentro e fora dos muros que limitam a sua propriedade. O que redigem em seu estatuto nem sempre corresponde aos fatos.

Ao comentar artigo que escrevi nesta coluna em 5 de abril ("O que fez a Rhodia perder a sua química"), a leitora Cristiane (infelizmente ela não registrou seu sobrenome) fez a seguinte admoestação:

"'Valores e princípios... uma das tolices que empresas de consultoria transformaram em moda no século passado'. Pergunto-lhe, meu caro Costábile, quais são seus valores e princípios? Possuí-los é tão importante para um indivíduo comum quanto para uma empresa. Aliás, se cada empresa desse o mérito necessário a valores e princípios éticos e à transparência que a sociedade espera que se tenha, talvez não houvesse vergonhosos episódios como os do Banco Santos, Mappin, Vasp (lembra-se?), Banco Panamericano, Arthur Andersen, Enron. E não basta estar no papel, tem de incorporá-los!"

A tolice a que me referi não é em relação a ter valores e princípios, e sim em apenas escrevê-los mas não cumpri-los, como muitas empresas fazem, seja induzidas por consultorias, seja por copiar seus concorrentes naquilo que têm de pior

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