Produção industrial tem maior alta desde março de 2010

Produção da indústria aumentou 1,9% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal

Alexandre Rodrigues, da Agência Estado

RIO - A produção industrial aumentou 1,9% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima do intervalo das expectativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (de 0,50% a 1,70%), com mediana de 1%. Na comparação com fevereiro de 2010, a produção subiu 6,9%.

Nesta comparação, as estimativas dos analistas variavam de 2,00% a 7,00%, com mediana de 5,35%. Em 12 meses, a produção da indústria acumula alta de 8,6%. Os técnicos do IBGE responsáveis pela pesquisa dão entrevista dentro de instantes para comentar os resultados.

A alta de 1,9% da produção industrial em fevereiro é a maior desde março do ano passado, quando ficou em 3,5% na comparação com o mês anterior. O resultado aponta uma recuperação do setor industrial após os sinais de acomodação que o indicador começou a mostrar a partir de abril.

Entre os 27 ramos industriais pesquisados pelo IBGE, 17 apresentaram expansão na atividade industrial entre janeiro e fevereiro deste ano, informou hoje o instituto. O destaque entre os desempenhos de aumento na produção industrial, de acordo com o IBGE, ficou com alimentos e veículos automotores. Nesses dois setores, houve expansão de 6,7% e 4,7%, respectivamente.

Segundo o IBGE, a indústria de alimentos teve o segundo mês de avanço consecutivo, acumulando ganho de 7,7% no período, após o recuo de 5,2% entre setembro e dezembro do ano passado.

Outras elevações expressivas na atividade industrial foram registradas em produtos de metal (7,0%), metalurgia básica (3,3%) e bebidas (2,8%), também na comparação entre fevereiro e o mês anterior.

Por outro lado, na passagem de janeiro para fevereiro, o IBGE também apurou quedas no nível de atividade. Entre destaques negativos, estão os recuos na produção de produtos químicos (-3,7%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-5,7%).

Bens de capital

A produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) da indústria registrou alta de 0,9% em fevereiro deste ano em relação a janeiro, segundo informou hoje o IBGE. Na comparação com fevereiro de 2010, a produção de bens de capital subiu 17,9% em fevereiro deste ano.

O instituto informou ainda que a produção de bens intermediários teve alta de 1,3% em fevereiro deste ano, ante o mês anterior, e avançou 4,1% na comparação com fevereiro de 2010. Já a produção de bens de consumo em fevereiro de 2011 cresceu 0,5% em relação a janeiro e teve alta 6,9% na comparação com fevereiro de 2010.

No entanto, ainda no segmento de bens de consumo, a produção de duráveis teve queda de 2,3% em fevereiro, na comparação com o mês anterior. Já ante fevereiro do ano passado, houve alta de 17,4% na produção de duráveis. A produção de semiduráveis e não duráveis também recuou em fevereiro deste ano ante janeiro. Apresentou, em fevereiro, baixa de 0,2% ante mês imediatamente anterior, mas teve alta de 3,6% na comparação com fevereiro de 2010.

Patamar acima de 2010

O coordenador da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, André Macedo, destacou, durante entrevista coletiva, a alta de 0,5% da produção da indústria na média móvel trimestral apurada em fevereiro. Segundo ele, o resultado, que reflete uma tendência mais harmonizada da atividade no setor industrial, é o primeiro positivo após queda consecutiva nos dois últimos meses.

"Já estamos num patamar levemente acima do de 2010", apontou. "Houve alta em todos os segmentos nesse indicador, exceto o de bens de consumo semiduráveis. Isso se deve ao comportamento de mais estabilidade que essa atividade vem mostrando nos últimos meses."

Ainda segundo Macedo, na avaliação da média móvel trimestral por atividades, há um comportamento positivo na maior parte das categorias em fevereiro ante janeiro: 16 do total de 27 segmentos, sendo 12 acima da média geral da indústria de alta de 0,5%. Entre os destaques, está a produção da indústria de alimentos (2,5%).