SÃO PAULO - O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou no sexto Seminário Anbima de Mercado de Capitais, que os investimentos no Brasil manterão uma velocidade de expansão bem maior do que a do PIB, em 2011. Segundo ele, "os investimentos devem crescer entre 8% e 10% neste ano, enquanto o PIB deve subir perto de 4%".
De acordo com Coutinho, um dos instrumentos importantes para a ampliação dos investimentos no País é o fortalecimento do mercado de capitais. Segundo ele, o banco oficial está disposto a dar suporte de até 20 % na emissão de debêntures de longo prazo, cujas normas foram criadas recentemente pelo governo.
Setor privado
Coutinho disse que o objetivo do banco oficial a partir de agora "é dar espaço ao setor privado" nas operações de financiamento de projetos de longo prazo. "O sucesso do BNDES neste ano será medido pela ampliação do processo de 'crowding in' na economia", disse. Na literatura econômica, crowding in é conhecido pela capacidade do estado de estimular e reter as empresas privadas para produzir e gerar investimentos na economia.
Em manifestações recentes, Coutinho tem dito que o BNDES deseja diminuir sua participação relativa na concessão de empréstimos para empreendimentos de longa maturação no Brasil. Ele ressaltou que neste ano os desembolsos no primeiro trimestre ficaram ligeiramente inferiores aos realizados no mesmo período do ano passado. Ele destacou que a liberação de recursos neste ano pelo banco deve ficar próxima ao registrado no ano passado, que ficou perto de R$ 144 bilhões.
Ele ressaltou que o BNDES deverá reduzir a concessão de financiamentos neste ano em cerca de R$ 30 bilhões ante os volumes liberados em 2010. Em conversas nos bastidores após a palestra, ele destacou que tal montante é relativo à exclusão dos recursos repassados pelo banco oficial à Petrobras no ano passado no processo que culminou na capitalização da estatal.
"Contudo, não podemos reduzir financiamentos de forma radical", comentou Coutinho. Em palestras recentes, Coutinho tem dito que a redução abrupta da concessão de recursos para projetos de longo prazo penalizaria as empresas, pois os custos financeiros para captação de empréstimos de outras fontes subiriam expressivamente.
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