ETH expande iniciativas sociais em municípios carentes
Carla Pires, responsável pelo programa na ETH: "Processo demora mais de um ano para dar resultado"
Estratégia de gigante do mercado sucroalcooleiro é expandir negócios para o Centro-Oeste e, ao mesmo tempo, incentivar programas socioambientais na região.
Boas perspectivas rondam municípios situados na região da tríplice divisa entre os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde está situado o quarto polo produtor de etanol e energia elétrica da ETH Bioenergia.
De olho na expansão dos seus negócios no mercado nacional e internacional, a ETH inaugura na região um projeto de desenvolvimento futuro cujo objetivo é dar sustentação a seus empreendimentos.
Pertencente à leva de empresas que fizeram forte aposta no segmento sucroalcooleiro, a ETH, empresa controlada pela Odebrecht, investe em tecnologia e capacitação de pessoas em municípios que demandam infraestrutura em quase tudo: saúde, educação, saneamento, qualidade de vida.
Com um aporte de R$ 3,5 milhões em colheita mecanizada e equipamentos modernos, ela não pode correr o risco de adotar a mesma prática das velhas usinas de açúcar que protagonizaram a história do Brasil no passado: utilizar mão de obra barata, sem especialização, sem raízes nas cidades isoladas. Daí a criação do programa Energia Social.
A empresa importou o programa de suas outras unidades, situadas no Pontal do Paranapanema. Em todos esses locais, ele é destinado a fortalecer os laços nas comunidades por meio de incentivo à participação das pessoas e das organizações em projetos que a própria sociedade considera importantes para o seu desenvolvimento.
Participação comunitária
O foco de atuação é aquele que as comunidades são mais carentes: educação, cultura, atividades produtivas e saúde, segurança e preservação ambiental. "Cada município desenvolve seus projetos de acordo com as necessidades", afirma Carla Pires, diretora responsável pela área de sustentabilidade da ETH.
É assim que são identificados problemas crônicos como a falta de perspectiva e emprego dos jovens, deficiência de saneamento e tratamento de resíduos, escolas adequadas, tratamento médico. "Nosso papel é identificar junto com a população as deficiências do local, fazer as escolhas para juntos construirmos alguma coisa que seja sustentável ao longo do tempo."
Na semana passada, a ETH inaugurou oficialmente o programa no município de Mineiros, onde desde agosto funciona a unidade de produção Morro Vermelho. Antes disso, porém, o Energia Social já havia entrado no município, que trocou as pastagens do passado pela agricultura da cana e necessita urgentemente de mão de obra capacitada.
Foram escolhidos o conselho comunitário e os grupos de trabalho responsáveis pela avaliação, seleção e proposição dos projetos. "É um processo que demora mais de um ano para dar resultado", afirma Carla Pires.
Ela explica que a empresa optou por criar uma parceria com o Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental 5 Elementos, uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) com atuação em políticas públicas de pequenas comunidades destinadas a promover a cultura de sustentabilidade.
"A possibilidade de participar de projetos relacionados à questão da água, esgoto, lixo ainda não faz parte da cultura da população", afirma a coordenadora da 5 Elementos, Mônica Borba.
"Nós estamos invertendo a lógica, dando oportunidade para as pessoas se manifestarem para que elas mesmas busquem a solução para seus problemas."
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