| De São Paulo
16/03/2011
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) avalia que ainda é cedo para fazer projeções para o resto do ano, sobretudo diante de um cenário macroeconômico incerto. Mesmo assim, a entidade estima que, se a indústria registrar crescimento em torno de 4% em 2011, o emprego na indústria poderá ter expansão de aproximadamente 3%.
"Não esperamos nada espetacular na criação de vagas. O desempenho neste ano provavelmente será aquém das estimativas para crescimento do país (4,5%) e da indústria (entre 3% e 4%)", disse Paulo Francini, diretor da entidade.
Segundo ele, os resultados da indústria em 2011 não podem ter como referência os anos de 2009 e 2010, porque o setor teve no ano passado uma trajetória de recuperação, após amargar perdas no ano anterior por conta da crise financeira mundial.
Além disso, Francini observa que a geração de postos de trabalho na indústria de transformação paulista vai depender do comportamento das taxas de câmbio e de juros e da maneira com que o governo federal pretende enfrentar a concorrência dos importados, especialmente dos produtos oriundos da Ásia.
Há uma expectativa que a presidente Dilma Rousseff e a equipe econômica anunciem em breve novas medidas macroprudenciais, que exigiriam esforço menor do BC para segurar a inflação.
Com os juros crescendo num ritmo menor, a autoridade monetária reduz a atratividade do país para entrada de capital especulativo, o que ajuda a conter a valorização do real. O mercado também aguarda ações de incentivo para as empresas exportadoras. "Tenho a impressão que medidas possam ser anunciadas entre março e abril. É um palpite. A orquestra está em período final de arrumação", disse Francini, referindo-se ao início do governo Dilma.
Em fevereiro, foram criados 20,5 mil postos de trabalho, aumento de 0,81% em relação a janeiro, comportamento considerado normal pela Fiesp. O avanço no mês passado foi muito similar ao registrado em anos anteriores nos mesmos períodos, com exceção de 2009 e 2010, que tiveram impacto da crise global. No acumulado do ano, o emprego apresenta alta de 1,36%, com 34,5 mil vagas geradas. Dentre os 22 setores analisados em fevereiro, 16 contrataram, três ficaram estáveis e três demitiram.
Os segmentos com maior destaque no mês passado foram fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,5%) e alimentos (2,9%). Os que mais demitiram foram metalurgia (-1%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-0,2%).
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