terça-feira, 15 de março de 2011

Empresa vai modernizar refinaria de níquel cubana Ernesto Che Guevara

De São Paulo
15/03/2011
 
Fora do eixo tradicional de serviços no Brasil e exterior, a Progen foi escolhida para fazer a modernização de uma refinaria estatal de níquel de Cuba, chamada de Comandante Ernesto Che Guevara, um dos homens que comandou a revolução cubana em 1958/59 ao lado de Fidel Castro. A fase principal da obra tem investimento orçado em € 55 milhões e tem o Brasil, por meio do BNDES, como financiador.

O investimento será feito na forma de "project finance", ou seja, o fluxo de caixa da refinaria é a garantia para o financiamento. Para isso, foi firmado, por nove anos, um contrato de compra da produção de níquel e cobalto da Che Guevara com a Jinchuan Nonferrous Metals, uma das maiores produtoras de níquel, cobalto e platina da China.

O BNDES confirmou sua participação, informando que a operação já foi aprovada pela diretoria do banco e agora entra na fase de contratação. O Banco do Brasil é o mandatário da operação, que terá como garantia os recebíveis da venda de níquel a Jinchuan.
Segundo Eduardo Barella, presidente da Progen, a empresa foi escolhida para fazer a engenharia, compra de material e equipamentos e construção do projeto por ter realizado outro semelhante no Brasil anos atrás, da Votorantim Metais, em Niquelândia (GO).
"É um projeto com duração prevista de 18 a 24 meses que visa melhorar a eficiência operacional e reduzir o consumo de energia da planta industrial, além de elevar a produção em 20%", informa Barella. A empresa já atua no país desde 1999 e participou de outros projetos, caso do ferro-níquel na usina Las Camariocas.

Devido às dificuldades de Cuba, o projeto de modernização da Che Guevara, que tem tecnologia russa, já dura cerca de 10 anos. A expectativa, hoje, é que tudo esteja finalmente pronto até meio do ano. A obra consiste em trocar os principais equipamentos (48 turbo aereadores e 20 sedimentadores) por outros 20 e 8, respectivamente, com moderna tecnologia, além de outras instalações.

No momento, com financiamento à usina de um fundo de investimento internacional, a Progen já realiza a modernização de um dos sedimentadores, ao custo de € 7 milhões, diz Barella.
A refinaria, localizada na província de Holguin-Moa e detentora de uma jazida de minério de níquel na região, opera há 25 anos e tem uma capacidade de produção anual de 30 mil toneladas de metal refinado. Com a modernização, deve ir a 36 mil, e uma segunda fase está nos planos para chegar a 50 mil toneladas. Cuba detém cerca de 30% das reservas mundiais de níquel e atualmente conta com três unidades produtivas: Nicaro, Pedro Sotto e Che Guevara. (IR)

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