quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Investimento da Odebrecht em Angola chega a US$ 1 bilhão

Depois de fortalecer presença na capital Luanda, companhia cresce no interior angolano

Companhia inicia a expansão para cidades do interior e estuda a possibilidade de entrar no segmento de média e baixa renda, caso surjam opções de financiamento para o setor.
A Odebrecht está entrando em uma nova fase de desenvolvimento no mercado imobiliário angolano, no qual estreou há 15 anos.
Prestes a alcançar a marca de US$ 1 bilhão em investimentos, a grande maioria deles concentrados na capital, Luanda, a construtora brasileira começa agora a desenvolver projetos no interior e estuda entrar nos segmentos de média e baixa renda.
"É uma das áreas mais promissoras", diz Felix Martins, diretor da área na Odebrecht Angola.
Os dois projetos mais recentes lançados pela companhia foram a quarta etapa do condomínio Belas Business Park, o primeiro complexo empresarial e residencial de Angola, com área construída de 150 mil metros quadrados e 700 unidades imobiliárias de apartamentos e escritórios, em Luanda; e o Terraços Lobito Privilege, na província de Benguela. Cada um deles é orçado em US$ 100 milhões.
Mas a Odebrecht Angola estuda também projetos em outras províncias. Apesar de Martins não especificar em quais, não são tantas as alternativas: Soyo,Ambriz, Malanje, Porto Amboin, Huambo, Luena, Lubango, Menongue e Namibe estão entre as principais cidades do país e são candidatas.
De modo geral, porém, estes são empreendimentos voltados ao público de alto poder aquisitivo do país. De acordo com Martins, a investida nos segmentos de média e baixa renda, ainda que em estudo, depende do aumento da oferta de linhas de financiamento à população. Um problema que até recentemente travava mercados bem mais robustos, como o brasileiro.
A conta de US$ 1 bilhão em investimentos no país inclui tanto empreendimentos residenciais quando empresariais. A entrada da Odebrecht no mercado imobiliário de Angola aconteceu em 1997 com o desenvolvimento de um novo centro urbano, na região de Talatona, parte sul de Luanda.
Lá, a companhia brasileira ergueu seu primeiro empreendimento imobiliário no país africano, batizado Condomínio Atlântico Sul. Entre 2004 e 2005, com a economia local aquecida pelas exportações do petróleo, a Odebrecht resolveu apostar em um shopping center, o Belas, que tornou-se um projeto âncora na região.
A partir daí, seguiram-se empreendimentos como o Arte Yetu Residencial, com 16 torres e 76 unidades imobiliárias; o Morada dos Reis, com duas torres e 64 unidades; e condomínios de alto luxo, como o Vivendas São Paulo de Luanda, com 24 unidades de 494 metros quadrados cada, e o Mansões do Vale, também com 24 residências, de 408 metros quadrados cada.
"O ingresso no mercado imobiliário foi um movimento natural", afirma Martins. Há 27 anos em Angola, a companhia brasileira viveu parte da guerra civil que destruiu a infraestrutura do país. Com a pacificação, a partir de 2002, partiu para consolidar sua posição participando dos esforços de reconstrução, embalados por exportações de petróleo e minérios, como ouro.
Hoje, a Odebrecht atua em uma série de outros setores da economia local, como infraestrutura, mineração, energia e óleo e gás. A área imobiliária representa 8% da receita total no país, onde tem em andamento cerca de 20 contratos.

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