Mário Lindenhayn: "Queremos nos consolidar entre os grandes produtores de biodiesel no Brasil"
Para empresa, parcela dos biocombustíveis no consumo mundial deve passar de 3% para 15% nos próximos anos.
Após anunciar investimentos de US$ 91 milhões no Brasil, a petrolífera britânica BP divulgou que pretende quadruplicar sua produção de cana-de-açúcar no país nos próximos cinco anos.
A empresa ampliar a capacidade de moagem, dos atuais 7,5 milhões de toneladas para 30 milhões de toneladas, chegando a obter capacidade para produzir 2,7 bilhões de litros de etanol.
O objetivo é conquistar uma participação relevante no mercado brasileiro. "Queremos nos consolidar entre os grandes produtores de biodiesel no Brasil", disse Mário Lindenhayn, presidente da BP Biocombustíveis Brasil.
A BP adquiriu a fatia da Tropical Bioenergia, das mãos da Brasil Ecodiesel e da Louis Dreyfus Commodities, por US$ 71 milhões em dinheiro, no total. Antes dona de 50% da usina, passa a deter 100% da unidade.
Adicionalmente, a empresa comprou uma participação adicional de 3% na Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA), anteriormente nas mãos da Louis Dreyfus Commodities, por US$ 25 milhões. A BP passará a deter 99,97% da CNAA, cujas operações já controla desde abril deste ano.
Com isso, a BP passa a ser dona de três usinas de etanol no país, sendo duas da CNAA, e uma da Tropical. Juntas, as unidades proporcionam capacidade de moagem de 7,5 milhões de toneladas.
A BP entrou no mercado de etanol do Brasil há três anos, com a compra de 50% da Tropical. A aquisição deve permitir que a empresa aumente suas operações e administre as empresas sem dividir o controle com outros sócios.
"A aquisição da tropical traz consigo o plano de investimentos para expansão", disse Lindenhayn.
O projeto da empresa é dobrar a produção nas usinas existentes nos próximos anos, levando o grupo a uma produção de 15 milhões. Além disso, a empresa pretende criar mais três unidades, sendo que uma já está em construção.
"Assim que obtivermos as aprovações das autoridades regulatórias, iniciaremos os projetos de engenharia para a expansão", afirma. A aquisição precisa ser aprovada pela Agência Nacional Energia Elétrica (Aneel) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
No entanto, o investimento não será realizado de uma só vez. A expansão das usinas vai depender da ampliação das áreas de plantio de cana-de-açúcar e, conforme a capacidade ociosa das unidades for se esgotando, novos investimentos serão feitos.
"Uma vez que a gente tenha cana disponível, buscaremos o investimento para mais capacidade", anunciou. No curto prazo, a empresa vai investir R$ 70 milhões em melhorias no plantio, visando aumentar o uso da capacidade.
A empresa afirmou que o etanol produzido deverá atender tanto ao mercado brasileiro quanto ao mercado externo.
A ampliação dos investimentos da empresa ocorre apesar das recentes quedas no preço do petróleo, o que reduz as perspectivas para o uso de biocombustíveis em substituição aos derivados a commodity.
Ainda assim, a empresa vê, no longo prazo, uma ampliação do mercado.
A empresa estima que hoje os biocombustíveis representem 3% do consumo no setor de transportes. A BP espera que esse consumo chegue a 15% nos próximos anos.
"O Brasil é quem tem a melhor competitividade para produzir esse etanol", afirma.
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