sexta-feira, 22 de julho de 2011

Setor sucroenergético pode estar mergulhando na pior crise da sua história

Setor sucroenergético pode estar mergulhando na pior crise da sua história- Ronaldo Knack

Em entrevista gravada nesta última quarta-feira para o TV BrasilAgro, que
irá ao ar pela STZ TV neste domingo e estará disponibilizada em nosso site
www.brasilagro.com.br a partir desta próxima terça-feira, o consultor da
Canaoeste - Associação dos Plantadores de Cana da Região Oeste do Estado
de São Paulo Oswaldo Alonso, mostra os efeitos da quebra da safra
2011/2012.
Ele reconhece que a atual safra é totalmente atípica e que a falta de
investimentos nos canaviais a partir da eclosão da crise financeira
internacional no segundo semestre de 2008 começa a ser sentida agora com
maior intensidade. Também a falta de chuvas e o excesso delas, nas duas
últimas safras, piorou a situação. E, revela: há pragas velhas e pelo
menos uma nova, que estão criando preocupação entre os plantadores de
cana.

Alonso reconhece que a safra 2011/2012 será mais curta e que a maior parte
das usinas deixará de moer cana já a partir de outubro. Segundo ele, há
algumas poucas unidades industriais que, por força de contratos de
cogeração de energia elétrica e venda antecipada de etanol, seguirão
moendo mas em ritmo menor. Portanto, para aqueles que imaginavam que as
más notícias que atingiram o setor sucroenergético nesta última
entressafra terminaram, vai daqui uma certeza: vem coisas piores pela
frente!

As indústrias de bens de capital e o próprio BNDES, reconhecem que não há
sequer sinais de novos investimentos no setor sucroenergético. A tão
esperada "retomada" não está ocorrendo e as indústrias de máquinas,
equipamentos, bens de capital, serviços e tecnologia já ensaiam, quando
não praticam, demissões nos seus quadros de colaboradores.

Com a quebra da safra teremos menos cana para moer e, por consequência,
menos açúcar, menos etanol e menos empregos. Por consequência, preços mais
elevados para os consumidores. Os produtores de cana, que têm neste
momento um relativo bom preço de referência, já convivem com a quebra de
quantidade e qualidade. Ou seja, o ganho no preço pode ser anulado pela
perda da produção entregue às usinas.
É verdade que em épocas de crise o setor sucroenergético têm conseguido se
unir e buscar soluções que contemplem toda a cadeia produtiva. O único
erro que as lideranças do setor não têm o direito de cometer, é o de
ficarem esperado piorar o que já está ruim.
Como já defendia em seu memorável hino "Pra não dizer que não falei das
flores", "quem sabe faz a hora não espera acontecer".
(Ronaldo Knack é
jornalista e bacharel em direito e administração de empresas. É também
fundador, diretor e editor do BrasilAgro; ronaldo@brasilagro.com.br)

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