quarta-feira, 17 de novembro de 2010

BP oferece R$ 800 mi por até 50% da Cerradinho

12 de novembro de 2010 | 9h 44

EDUARDO MAGOSSI - Agencia Estado

SÃO PAULO - A petroleira britânica BP fez uma oferta de aproximadamente R$ 800 milhões para comprar até 50% do Grupo Cerradinho. A administração da Cerradinho tem até hoje para decidir se aceita a oferta da BP, cuja exclusividade para negociar com o grupo terminou ontem.
Se não aceitar a oferta da petroleira, a Cerradinho volta a analisar propostas feitas por outros grupos consolidadores do setor sucroalcooleiro, como Cosan, Bunge, Tereos, Louis Dreyfus e Noble Group. Procuradas, BP e Cerradinho disseram apenas que não comentam rumores de mercado.
Segundo fontes próximas à negociação, o presidente da Cerradinho, Luciano Sanches Fernandes, esteve em Londres nas últimas semanas para fazer ajustes na operação com a BP, durante o período do Sugar Dinner londrino, evento que reúne a nata do setor sucroalcooleiro mundial.
As negociações entre as duas empresas já duram mais de seis meses e a BP realizou a due diligence (uma análise detalhada dos ativos) da Cerradinho nos últimos meses.
Fernandes disse, esta semana, que o parceiro estratégico procurado pelo grupo vai ser anunciado até dezembro e que a Cerradinho permanecerá no controle da empresa. Originalmente, a Cerradinho procurava por um parceiro estratégico que ficasse com até 30% do grupo ou 50% da Usina Porto das Águas, em Goiás. A Cerradinho possui três usinas, duas localizadas em São Paulo - a Catanduva e a Potirendaba - e a Usina Porto das Águas.
Enquanto as usinas paulistas têm a produção dedicada ao açúcar, embora também produzam etanol e bioeletricidade, a usina goiana produz apenas etanol e energia. A colheita de cana-de-açúcar na safra 2010/11 está estimada em 10 milhões de toneladas.
Se a operação for concretizada, essa será a segunda usina do setor sucroalcooleiro a contar com uma participação da BP. A petroleira já possui 50% da Usina Tropical Bioenergia, localizada em Goiás. Os outros 50% estão divididos igualmente entre o Grupo Maeda, agora parte do Veremonte Group, e a Louis Dreyfus Commodities. A estratégia da BP é, contudo, de controle compartilhado, e de comprar sempre 50% de um ativo.
Para as fontes ouvidas pela Agência Estado, o preço pago pela BP indica a compra de 50% da Cerradinho." A Cerradinho é um ótimo ativo, mas sua dívida é alta, o que reduz seu valor", afirma um analista. A dívida da Cerradinho é de cerca de R$ 1,2 bilhão, e a maior parte vence a partir da safra 2013/14.
Fonte: Estado de S. Paulo

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