terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cimpor investirá € 240 mi para elevar produção no Brasil

A empresa ressaltou as boas perspectivas de evolução para o setor de construção no Nordeste

A Cimpor, fabricante portuguesa de cimentos, anunciou que vai investir € 240 milhões nos próximos três anos, para ampliar em 35% a capacidade de produção de suas unidades no Brasil.
Com os investimentos, a produção deve aumentar em 2,3 milhões de toneladas anuais.
De acordo com a empresa, os investimentos vão priorizar a instalação de uma nova linha de produção na unidade em Cezarina (Goiás), ampliando a capacidade em 650 mil toneladas, e a instalação de uma nova unidade em Caxitu (Paraíba).
A linha de produção na Paraíba deve alcançar produção de 1,45 milhões de toneladas de cimento, e será concluída em 2013. A empresa ressaltou as boas perspectivas de evolução para o setor de construção no Nordeste.
A decisão foi reforçada pelo bom desempenho de vendas no país. A receita avançou 18% no terceiro trimestre, ante igual período do ano passado.
Fonte: Brasil Econômico   (redacao@brasileconomico.com.br)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Matérias veiculadas no Jornal Cana e Revista Energia Mundo com referência a venda para exportação da 537® Caldeira ZS.




Biocombustível pode responder por 15% do consumo da aviação

23/11/10 - O presidente da TAM, Líbano Barroso, acredita que o uso do biocombustível a partir do pinhão manso pelo setor de aviação é uma questão de escala de oferta. O executivo participou ontem do primeiro voo com o combustível misturado ao querosene de aviação (QAV).

Durante 45 minutos, o A-319 da companhia voou com 50% do combustível feito a partir do vegetal misturado ao querosene em uma das turbinas. O resultado foi uma temperatura média mais baixa na turbina, além de um consumo menor. "Com isso, o motor poderia entrar em manutenção mais tarde, sem contar a economia com o combustível", disse Líbano.

Para ele, uma oferta em larga escala do produto poderia permitir que o combustível alternativo representasse até 15% do consumo total dentro de cinco a dez anos.

"Precisa de uma cadeia produtiva em funcionamento, o que não existe ainda", frisou, lembrando que, para fazer o teste de ontem, TAM, Air BP, GE e Airbus compraram toda a produção de pinhão manso do Brasil em 2009.

"Se empreendedores quiserem desenvolver combustíveis em escala industrial, nós somos compradores", ressaltou.

Segundo Líbano, o combustível ainda é mais caro que o querosene, mas o executivo acredita que é possível ter preços equivalentes dentro de dez anos em caso de produção em larga escala.

Líbano negou que a infraestrutura dos aeroportos seja um limitador para o crescimento da companhia. "Não deixamos de crescer", disse, lembrando que em em 2011 a empresa deverá aumentar entre 8% e 12% o número de passageiros. Já a expectativa para o mercado brasileiro é de um crescimento de 7% a 9% ao ano pelos próximos 20 anos.

De acordo com ele, a TAM e a chilena LAN não poderão unir estratégias até que as autoridades reguladoras e de defesa da concorrência de Chile, Brasil e outros países em que a LAN tem operações aprovem a fusão. A expectativa é que as aprovações ocorram entre abril e junho de 2011.

Fonte: Valor On Line

Guarani anuncia usina de etanol e mudança de nome

Agroenergia: Empresa vai tirar "açúcar" da razão social em linha com a estratégia de avançar em energia

Fabiana Batista | De São Paulo
24/11/2010
Ana Paula Paiva/Valor

A companhia também toca investimentos para quintuplicar capacidade de cogeração de energia até 2013, diz Costa
A Açúcar Guarani vai tirar o "açúcar" do nome e se transformar em breve em Guarani S.A. O processo de mudança já foi iniciado e está em linha com a estratégia da companhia de se tornar também uma grande produtora de energia. Neste trimestre, a companhia, que faturou R$ 1,35 bilhão na safra 2009/10, deu início à construção de uma usina de etanol que será acoplada à unidade açucareira São José, localizada em Colina (SP).
O projeto, que receberá investimentos de R$ 30 milhões e deve começar a funcionar na próxima safra, resultará em uma produção de etanol de 100 milhões de litros e elevará o mix alcooleiro da companhia dos atuais 38% para 45%, diz Jacyr Costa Filho, CEO da empresa. Ele explica que a estratégia, acertada com seus acionistas, inclusive com a Petrobras, visa dar mais flexibilidade de produção à empresa, tradicionalmente açucareira, para que a Guarani consiga captar no mercado as melhores oportunidades de preço, tanto de açúcar como de álcool.
A mudança do nome da companhia, que foi criada na década de 60, também visa adequar a imagem à sua estratégia de atuação, que é mais abrangente do que só a produção de açúcar, diz Costa.
Até a última safra, 62% do caldo de cana da Guarani eram destinados à produção de açúcar e os 38% restantes iam para o etanol. O foco da empresa é levar esse mix para 50%, com flexibilidade de 10 pontos percentuais para cada um dos dois produtos.
Juntamente com a destilaria, a Guarani toca um projeto para ampliar a capacidade das usinas já existentes. No total são sete unidades, todas localizadas no Estado de São Paulo, mas neste momento, duas passam por expansão: usina Mandu, de 3,5 milhões de toneladas para 4 milhões de toneladas, e a São José, de 3,2 milhões para 4 milhões de toneladas. "Com esses projetos, a capacidade instalada de moagem de cana na temporada 2012/13 será de 21,8 milhões de toneladas", calcula Costa.
Há ainda potencial para crescer 2,6 milhões de toneladas de capacidade em outras três unidades, apesar de o início desse projeto ainda não ter data marcada, diz Costa. O executivo se refere às usinas Vertente, de 1,7 milhão de toneladas para 2,5 milhões, Tanabi, de 1,7 milhão para 3 milhões de toneladas e Severínia, que pode ser ampliada dos atuais 2,5 milhões para 3 milhões de toneladas. "Essa segunda fase elevaria nossa capacidade de moagem de cana para 24,4 milhões de toneladas", contabiliza ele.
Nesta próxima temporada, a 2011/12, que começa no mês de abril, a Guarani deve processar 18,5 milhões, queda de 7,5% em relação aos quase 20 milhões de toneladas que estão sendo processados no ciclo 2010/11, em finalização. Para se ter uma ideia do avanço, na safra 2009/10, a Guarani processou 14,5 milhões de toneladas de cana.
Controlada pela multinacional francesa Tereos, que neste ano transferiu sua sede para o Brasil e agora chama-se Tereos Internacional, a Guarani se associou à Petrobras, que vai injetar nos próximos cinco anos R$ 1,6 bilhão para abocanhar 45,9% da companhia.
Até o momento, a estatal injetou R$ 682 milhões, parte utilizada na aquisição da usina Mandu e nos projetos de cogeração de energia com bagaço. Com os investimentos em curso, a companhia sairá de uma produção de 120 mil megawatts-hora por ano para 700 mil MWh até 2013 - incluindo a parceria com a Tractebel Energia feita em 2008 para produção de 180 MWh.
Os projetos, tanto de aumento da escala e da cogeração de energia, vão tornar a empresa mais competitiva, sobretudo, diante de um processo de crescimento dos custos, avalia Costa.
Fonte: Valor On Line

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Real forte acelera renovação industrial no Brasil

22 de novembro de 2010 | 9h 28
AE - Agencia Estado

SÃO PAULO - O real forte está ajudando em uma das maiores renovações do parque industrial brasileiro. Nos últimos quatro anos, o País importou US$ 124 bilhões em bens de capital (entre 2007 e outubro deste ano). A cifra impressiona porque significa mais que o dobro dos US$ 57 bilhões adquiridos entre 2003 e 2006. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento.
São milhares de prensas, fresas, tornos, tratores e todo tipo de equipamento destinados a elevar a capacidade de produção do País, que cresce a um ritmo de mais de 7% ao ano. A desvalorização do dólar barateou as máquinas importadas e a crise global provocou uma "liquidação" de equipamentos no exterior.
Um ciclo de investimentos dessa magnitude aumenta a oferta de produtos na economia e, consequentemente, reduz a pressão sobre os preços. Mais máquinas também significam mais tecnologia. Cálculo da Consultoria Tendências mostra que a produtividade da indústria avançou 6% ao ano entre 2007 e setembro de 2010 - o dobro do registrado entre 2002 e 2006.
"Várias empresas aproveitam a situação cambial para adquirir equipamentos e comprar ativos no exterior. No médio prazo, é positivo para o comércio exterior, porque garante ganhos de eficiência e redes de distribuição", disse o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral.
Fonte: O Estado de S. Paulo.

Indústria nacional de máquinas perde espaço



22 de novembro de 2010 | 0h 00
Raquel Landim - O Estado de S.Paulo

Os fabricantes de máquinas e equipamentos reclamam de uma "invasão" de produtos importados, principalmente da China. O país ultrapassou a Alemanha e o Japão e se tornou o segundo maior fornecedor do Brasil, atrás apenas dos EUA.
De janeiro a setembro, os chineses venderam 12,3% das máquinas adquiridas pelas empresas brasileiras, acima dos 11,9% dos tradicionais fornecedores alemães. Em 2004, a China respondia por apenas 2,1% do total.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Máquinas (Abimaq), as máquinas chinesas chegam ao País por 10% a 15% do valor do produto brasileiro. "Como competir com isso?", indaga o presidente da entidade, Luiz Aubert Neto.
A concorrência com importados piorou com a crise, pois a China perdeu clientes nos EUA e na Europa. Levantamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra que as importações de máquinas estão crescendo em ritmo muito superior ao da produção.
No terceiro trimestre, a produção de bens de capital caiu 2,2% em relação ao segundo (excluídas as influências sazonais), enquanto o consumo cresceu 3,8% e as importações avançaram expressivos 36,1%. As máquinas importadas têm hoje 44% do mercado. "As máquinas importadas estão puxando o investimento", disse Fernando Puga, chefe do departamento econômico do BNDES. Ele ressalta que o aumento da utilização de eletrônica aplicada nas máquinas acaba favorecendo as importações.
O setor está pressionando o governo para elevar as tarifas de importação e por medidas de defesa comercial, que combatam o dumping e o subfaturamento. "Já mandei três cartas para o ministro Mantega (Guido Mantega, da Fazenda) e até agora nada", disse Aubert Neto.
Sobrevivente. Segundo o empresário, fabricantes nacionais estão desistindo da atividade e se transformando em importadores. Ele conta que, uma década atrás, existiam dez fabricantes de fresas (ferramenta de corte) no País. Hoje só uma sobrevive, a Kone, instalada em Limeira, no interior de São Paulo.
Fundada em 1974, a empresa, que chegou a ter 400 funcionários, trabalha com apenas 100. "A concorrência com a importação é tão forte que o impacto do boom do mercado brasileiro é pequeno na empresa", conta o diretor industrial, Marcelo Cruanes Filho. Para compensar, ele admite que a Kone está importando máquinas. "Se não tivéssemos feito isso, estaríamos fora do mercado", argumenta.
Fonte: Estado de S. Paulo.

Petrobras dedica novas refinarias ao mercado interno


Ricardo Rego Monteiro   (rmonteiro@brasileconomico.com.br) | Correspondente do Brasil Econômico no Rio de Janeiro
18/11/10 16:03 

Refinaria Abreu e Lima teve orçamento revisto de US$ 4 bilhões para US$ 13,3 bilhões

 
Companhia muda estratégia para unidades do Maranhão e do Ceará e desiste de exportar derivados de petróleo.
 
A Petrobras decidiu praticamente abrir mão das exportações de derivados para os mercados americano e europeu, nos próximos anos, para atender ao consumo crescente do produto no Brasil.
O diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, confirmou ontem que terá que desviar para o mercado brasileiro não só a produção da futura refinaria Premium 1, prevista para o Maranhão, mas também da Premium 2, que a empresa planeja erguer no Ceará, até 2018, na área do porto de Pecém.
A medida representará oferta adicional de 1,2 milhão de barris por dia de derivados para o consumidor brasileiro quando as duas unidades, originalmente projetadas para exportação, estiverem em plena operação.
Enquanto a Premium 1 começará a processar o equivalente a 300 mil barris por dia em 2014 - de um total de 600 mil barris até 2016 -, a Premium 2 tem inauguração prevista para 2017, quando processará os primeiros 300 mil barris de derivados. Pelo cronograma da estatal, os 300 mil barris restantes deverão começar a ser processados no ano seguinte.
Ontem, Costa anunciou a mudança na estratégia de longo prazo da companhia e justificou a decisão como consequência de um crescimento acima da média do consumo de derivados de petróleo no país, que em 2010 superou o próprio crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Mas também como reflexo de projeções do próprio governo de alta de 5,9%, para os próximos quatro anos, do total de riquezas produzidas no país.
Costa avalia que, se este cenário para 2014 for confirmado, os US$ 78,7 bilhões de investimentos previstos pela área de Abastecimento da Petrobras, no mesmo período, serão até insuficientes para suprir toda demanda do mercado interno.
"A estratégia mudou, Atender ao mercado brasileiro é a prioridade", justificou Costa, ao lembrar que os consumidores nacionais respondem por praticamente 85% do faturamento da Petrobras com derivados.
"Atualmente, nossas refinarias já operam com fator de capacidade de 90%, acima da média das demais refinarias no mundo. E isso é muito, levando-se em consideração a necessidade de paradas técnicas para manutenção nas unidades. Daí nossos investimentos em refino se justificarem."
O diretor descartou, pelo menos por ora, confirmar investimentos em novas refinarias para atender a demanda projetada para os próximos anos. Todos os investimentos em refino atualmente em curso estão incluídos no Plano de Negócios que compreende o período 2010 e 2014.
O executivo evitou se comprometer até mesmo com a inclusão de novos projetos no próximo Plano (2011-2015), ao argumentar que ainda não começou a discuti-lo na empresa.

Zerar importações
 
Embora a Petrobras tenha alcançado a autosuficiência na produção de petróleo em 2006, ainda importa uma fração de petróleo leve de países como Iraque, Arábia Saudita e Nigéria. As compras se destinam não só à mistura com o petróleo pesado, para a composição de um blending de óleos no processo de refino, mas também para fabricação de lubrificantes.
O executivo revelou, no entanto, que a perspectiva é de zerar tais importações até 2014, caso a substituição do produto pelo petróleo leve do pré-sal se revele tecnicamente viável. Com a entrada em produção das novas refinarias, acrescentou, a autosuficiência também deverá se estender aos derivados de petróleo.
Fonte: Brasil Econômico.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CONHEÇA A LISTA COMPLETA DAS PERSONALIDADES QUE SERÃO HOMENAGEADAS NO 8º PRÊMIO VISÃO BRASIL 2010

 
 
Além das Empresas Fornecedoras e Usinas. O Grupo Visão apresenta a lista completa das personalidades que serão homenageadas no 8º Prêmio Visão Brasil 2010. São eles:

PERSONALINADES DO ANO 
  

• ADEZIO JOSÉ MARQUES – PRES. CEISE BR & CIESP
PERSONALIDADE DA INDÚSTRIA
 
• ANTONIO CARLOS CHRISTIANO – PRES. SERMATEC
PERSONALIDADE DO ANO

 
• ANTÔNIO DE PADUA RODRIGUES – DIRETOR UNICA
PERSONALIDADE DO AGRONEGÓCIO
 
• ANTONIO EDUARDO TONIELO – PRES. COPERCANA
PERSONALIDADE DO COOPERATIVISMO
 
• ANTONIO ROQUE DECHEN – DIRETOR ESALQ
DESTAQUE INSTITUCIONAL DO ANO
 
• ARNALDO JARDIM – DEPUTADO FEDERAL
PERSONALIDADE POLITICAS DO AGRONEGÓCIO
 
• DOUGLAS FISCHER FAZANARO - DIRETOR GENERAL CHAINS
EMPRESÁRIO DO ANO
 
• ELIANA CANEVAROLO –
PRES. GEGIS
DESTAQUE INSTITUCIONAL EM GESTÃO INDUSTRIAL SETOR SUCROALCOLEIRO
 
• ISMAEL PERINA JUNIOR – PRESIDENTE ORPLANA
PERSONALIDADE DA AGRICULTURA
 
• JOSE CARLOS GRUBISICH – PRES. DA ETH
LÍDER DO ANO
 
• MANOEL CARLOS DE AZEVEDO ORTOLAN – PRES.  CANAOETE
PERSONALIDADE DOS PLANTADORES DE CANA
 
• NÉRIO GARCIA DA COSTA – PREFEITO DE SERTÃOZINHO
PERSONALIDADE POLITICA DO ANO

• PAULO SKAF – PRES. DA FIESP E CIESP
PERSONALIDADE DO SINDICATO PATRONAL INDUSTRIAL


OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO

     • ANDRE LUIZ BAPTISTA LINS ROCHA  - PRESIDENTE DO SIFAEG – GOIAS
OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
 
• JACYR COSTA FILHO – DIR. PRESIDENDE  DA USINA GUARANI
OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
 
• JOSE CORAL  -  PRESIDENTE DA COPLACANA
OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
 
• JOSE PAULO STUPIELLO  -  PRESIDENTE DA STAB
OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
 
• LUIZ OTAVIO KOBLITZ  - PRESIDENTE DA AREVA KOBLITZ
OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
 
• MAURILIO BIAGI FILHO  -  PRESIDENTE DO CONSELHO DO GRUPO MOEMA & MAUBISA
OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
 
• NARENDRA MURKUMBI  -  PRESIDENTE DA RENUKA DO BRASIL
OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
 
• PLINIO NASTARI  - PRESIDENTE DA DATAGRO
OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
 
• TARCISIO ANGELO MASCARIM  -  PRESIDENTE DO SIMESPI
OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
 
• WAGNER ROSSI  - MINISTRO DA AGRICULTURA
OS 10 HOMENS DE VISÃO DO SETOR SUCROALCOOLEIRO
 


Todos estarão reunidos durante a 8ª edição do prêmio Visão Brasil, no em um luxuoso jantar que acontecerá no dia 25 de novembro às 20 horas no Espaço Golf www.espacogolf.com em Ribeirão Preto – SP.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Grãos ofuscam ganhos e Tereos fecha trimestre no vermelho; ações caem 9%


Fabiana Batista | De São Paulo
17/11/2010
Davilym Dourado/Valor

"Estamos renegociando preços dos contratos", afirma André Trucy, da Tereos
A alta dos preços dos grãos no mercado internacional ofuscou o bom momento das cotações do açúcar no balanço da Tereos Internacional, controladora da Açúcar Guarani, uma das maiores companhias sucroalcooleiras do Brasil. Com isso, a Tereos, desde meados deste ano listada na Bolsa de Valores de São Paulo, amargou prejuízo de R$ 18 milhões no segundo trimestre da safra 2010/11, finalizada em 30 de setembro, ante um resultado positivo de R$ 153 milhões em igual período da temporada 2009/10.
O mercado reagiu mal ao resultado da companhia, cujas ações tiveram forte queda na bolsa paulista. Os papéis fecharam valendo R$ 3,87 (ON), desvalorização de 9,15%, diante de um Ibovespa com queda de 1,67%. O açúcar, produto carro-chefe da Açúcar Guarani, também encerrou o dia queda, de 3,3%, na bolsa de Nova York.
O balanço da Tereos mostra que no acumulado dos seis meses da safra 2009/10 o saldo ainda é de prejuízo, de R$ 77 milhões, ante lucro de R$ 218 milhões em igual semestre de 2009. Desde junho deste ano, as cotações dos cereais subiram fortemente nas bolsas internacionais, alta que não foi repassada aos clientes da companhia ao longo desse segundo trimestre, explicou André Trucy, executivo-chefe da Tereos Internacional.
Ele avisa, no entanto, que desde setembro a companhia iniciou a renegociação de todos os seus contratos e está otimista de que conseguirá repassar o maior custo de aquisição de matéria-prima.
Além de amidos, feitos a partir de milho, a Tereos Internacional, de origem francesa, também produz etanol a partir de trigo, cujas cotações desde o início de junho subiram 49,92%, no segundo contrato na bolsa de Chicago, segundo o Valor Data.
No segundo trimestre da safra a Tereos Internacional registrou uma receita líquida de R$ 1,498 bilhão, 12,5% mais do que em igual período do ano passado. A expansão se deveu ao negócio de cana-de-açúcar, cuja receita saiu de R$ 408 milhões no trimestre encerrado em 30 de setembro de 2009 para R$ 744 milhões em igual intervalo deste ano. Já a receita do negócio de cereais recuou no trimestre de R$ 924 milhões em 2009 para R$ 751 milhões neste ano.
No acumulado dos seis meses da safra, a receita bateu R$ 2,578 bilhões, praticamente estável em relação ao mesmo intervalo de 2009 (R$ 2,576 bilhões).
O lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 286 milhões no trimestre, alta de 44%, sendo que a operação de cana respondeu por R$ 228 milhões deste montante. Apesar de ser no Brasil a maior operação de cana-de-açúcar da Tereos, a companhia também atua com o negócio em regiões do Oceano Índico - Ilhas da Reunião e Moçambique.
O lajida ajustado da Açúcar Guarani cresceu de R$ 41 milhões no segundo trimestre da safra 2009/10 para R$ 189 milhões em igual intervalo desta temporada. Em dimensão semelhante foi o avanço da margem lajida ajustado que foi de 30,9% neste trimestre, ante 11,5% de igual trimestre da safra 2009/10.
Em grande parte, a aquisição de duas usinas neste ano - as unidades paulistas Mandu e de 50% da Vertente foi fundamental para o crescimento da moagem da Açúcar Guarani. Nos três meses findos em 30 de setembro, a empresa processou 8,751 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 67% mais do que em igual trimestre da safra passada. A produção de açúcar foi de 766 mil toneladas, 82,8% maior, e a de etanol de 340 milhões de litros, 87,8% maior.
A Tereos informou que, em 30 de setembro, sua dívida líquida estava em R$ 2,416 bilhões, 9,7% maior em relação ao registrado em 30 de junho deste ano e equivalente a 3,4 vezes seu lajida. De acordo com a companhia, esse aumento está em linha com a maior necessidade de capital de giro das operações de cana-de-açúcar. A dívida bruta está distribuída em 24,2% em real, 26,1% em dólar, 47,8% em euro e 1,9% em outras moedas.
Fonte: Valor OnLine

Açúcar em alta turbina resultado do grupo São Martinho


| De São Paulo
17/11/2010
Com preços recordes de açúcar e uma produção da commodity maior do que o previsto, o grupo São Martinho fechou o segundo trimestre da safra 2010/11 com lucro líquido de R$ 46,6 milhões, ante os R$ 20,2 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. No acumulado dos seis meses da safra o resultado líquido é de R$ 69,5 milhões, 41,5% maior do que em igual semestre de 2009.
De acordo com o presidente da companhia, Fábio Venturelli, a meta desta temporada é encerrar a produção com 880 mil toneladas de açúcar, apesar do planejamento inicial ter sido de 860 mil toneladas. A maximização da produção do adoçante se deveu aos preços atrativos da commodity, assim como seus fundamentos altistas para os próximos meses.
A companhia informou que até 30 de setembro tinha fixado 274 mil toneladas de açúcar da safra atual, a 2010/11, ao preço médio de 21,26 centavos de dólar por libra-peso. Para a próxima temporada, a 2011/12, 61 mil toneladas de açúcar estavam fixados, até 30 de setembro, ao valor médio de 20,39 centavos de dólar por libra-peso.
A produção de etanol do grupo, que até dezembro deve concluir a associação com a Petrobras para produzir etanol no Centro-Oeste, será nesta safra de 572 milhões de litros, ante a meta de 600 milhões de litros projetada inicialmente. "A piora na produção de etanol se deve à estiagem observada em alguns meses da safra em toda a região Centro-Sul", diz Venturelli.
Puxadas pela queda do Ibovespa, de 1,7%, e pelo próprio arrefecimento das cotações do açúcar na bolsa de Nova York, as ações do grupo fecharam ontem em queda de 2,52% na BM&F Bovespa.
A empresa divulgou ontem que sua dívida líquida atingiu em setembro R$ 930,7 milhões, uma redução de 5,2% em relação a setembro de 2009. Também em 30 de setembro, o indicador dívida líquida/lajida ficou em 1,9 vez, ante as 3,7 vezes de mesmo mês de 2009.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) ajustado encerrou o trimestre em R$ 127,1 milhões, 66% mais que os R$ 76,5 milhões de igual trimestre de 2009. No acumulado dos seis meses o lajida ajustado foi de R$ 245,5 milhões, ante R$ 120,7 milhões de mesmo intervalo do ano passado. A margem lajida fechou o trimestre em 37,5%, avanço de 10,8 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2009. No semestre, a margem lajida acumula 39,3%, ante 24% do mesmo semestre de 2009. (FB)

Fonte: Valor On Line

Caterpillar adquire a Bucyrus por US$ 7,6 bi


Negócio acelera o processo de expansão da empresa em produtos para mineração
15 de novembro de 2010 | 14h 41

Reuters

NOVA YORK -
A fabricante de equipamentos pesados Caterpillar fechou o maior negócio da sua história nesta segunda-feira, 16, ao anunciar a compra da Bucyrus International por US$ 7,6 bilhões, acelerando seu processo de expansão em produtos para mineração.
O negócio que deve criar a maior fornecedora de caminhões, escavadeiras hidráulicas, perfuração para explosivos e equipamentos para mineração marca o passo inicial da Caterpillar sob o comando de seu novo presidente-executivo, Doug Oberhelman.
Os acionistas da Bucyrus receberão US$ 92 por ação, um prêmio de 32% sobre o preço de fechamento na sexta-feira. As notícias provocaram forte alta das ações da Bucyrus.
"O segmento de mineração é para nós uma importante área estratégica", disse Oberhelman, que substituiu Jim Owens este ano, em entrevista ao canal CNBC. "A demanda por minerais, carvão e outros elementos que vêm da terra aumentará na medida em que a urbanização ocorre".
Oberhelman, acrescentando que os custos financeiros eram muito atrativos, disse que a Caterpillar vai emitir cerca de 2 bilhões em novas ações assim que o negócio for concluído, em meados de 2011.
"Estamos na fase inicial do ciclo do nosso principal negócio e na mineração", disse ele.
Jim Dugan, porta-voz da Caterpillar, disse que o negócio foi "de longe" o maior da história da companhia. Incluindo a dívida de US$ 1 bilhão da Bucyrus, a transação equivale a US$ 8,6 bilhões.
Por James B. Kelleher e Nick Zieminski
Fonte: Estado de S. Paulo

Ambiente: Economista prevê início da terceira revolução industrial


Brasil será líder na área energética, diz Rifkin

Luciano Máximo | De São Paulo
16/11/2010
Carla Romero/Valor

Jeremy Rifkin: "As atuais fontes de energia não estão disponíveis em qualquer lugar e a energia renovável distributiva é encontrada em qualquer metro quadrado do mundo"

Defensor de causas ambientais e de iniciativas de sustentabilidade empresarial, o economista americano Jeremy Rifkin é um ativista diferente. Professor da Wharton School, tradicional faculdade de administração dos Estados Unidos, sua militância se resume a aconselhar executivos de grandes corporações e chefes de Estado em todo o mundo. Já previu o esgotamento dos empregos por causa do advento de novas tecnologias e profetiza o fim da era do petróleo. 

Aos 65 anos, Rifkin se dedica atualmente a ajudar a União Europeia a implantar o que chama de terceira revolução industrial. Trata-se de um plano que prevê a substituição, no longo prazo, do atual modelo energético baseado em combustíveis fósseis por fontes renováveis, com a tecnologia da internet como grande aliada.

O economista aposta que o Brasil será uma das lideranças globais na área energética nos próximos anos e terá papel fundamental na difusão de energia limpa na América do Sul. Segundo Rifkin, a adoção de novos modelos no setor energético é a principal receita da recuperação da economia mundial.
Rifkin estará em São Paulo nesta sexta-feira para participar do Prêmio Eco, iniciativa que premia ações empresariais de sustentabilidade. O evento é promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), com parceria do Valor.

Valor:
Baseado em que o sr. diz que o mundo, hoje, passa por uma transição econômica?
Jeremy Rifkin: Nos últimos três anos, dois grandes eventos mostraram que estamos perto do fim da revolução industrial baseada nos combustíveis fósseis. O primeiro, em julho de 2008, veio quando o barril do petróleo atingiu US$ 147. Os preços explodiram e influenciaram a economia global, porque tudo que é produzido hoje no mundo vem dos combustíveis fósseis. Os alimentos triplicaram de preço, uma situação muito perigosa num contexto em que 40% da população mundial vive com renda inferior a US$ 2 por dia. Quando o poder de compra é afetado por causa do petróleo podemos sofrer com a paralisação do motor industrial no mundo inteiro. Esse foi o terremoto econômico, enquanto a crise financeira, que veio 60 dias depois, foi aquele abalo posterior ao primeiro tremor.

Valor: O outro evento, então, foi o colapso dos mercados financeiros?
Rifkin:Não, foi Copenhague. O momento em que a comunidade científica internacional alerta que o mundo acumulou tanto gás carbônico na atmosfera que caminhamos para riscos de mudanças catastróficas no planeta, talvez as maiores que os seres humanos já enfrentaram. O atual modelo de globalização baseado na indústria do carbono está chegando no limite. Já existem previsões de que em poucos anos o mundo já terá usado metade de suas reservas de petróleo, ou seja, vai ficar mais caro. O problema é que a energia continua vindo do carvão e dos combustíveis fósseis, China e Índia crescem com base nesse modelo. Mas se o preço do barril do petróleo chegar a US$ 147 de novo serão momentos de pânico. O mundo precisa de uma nova visão econômica, um plano revolucionário que seja poderoso o suficiente para superar riscos de crise.

Valor: Qual é o plano?
Rifkin: Se olharmos para a história, a convergência entre energia e comunicação gerou grandes impactos econômicos. No século XIX, quando a tecnologia de impressão se tornou mais barata, foi introduzido o sistema de escolas públicas no mundo todo, primeiro passo para a criação de uma força de trabalho letrada em massa, com habilidades para lidar com as complexidade das demandas energéticas da época - o carvão, o vapor. No século XX, o telefone se tornou instrumento de comunicação avançado para gerir e controlar a segunda revolução industrial, que marcou a era do petróleo e a do automóvel. Atualmente as tecnologias baseadas nessas energias estão se tornando velhas rapidamente. O mundo precisa de renovação, por isso estamos no limiar da terceira revolução industrial. A internet aparece como tecnologia de comunicação revolucionária, porque é distributiva e colaborativa, enquanto a impressão, a TV, o rádio eram centralizadas. Isso é uma peça-chave para a tendência dos negócios atualmente.

Valor:
Qual a relação entre internet e o fim da era do petróleo?
Rifkin: Minha ideia é que esse modelo colaborativo e distributivo da internet possa ser convergente com novos regimes de distribuição de energias renováveis. Isso torna a ideia de terceira revolução industrial poderosa, porque terá um efeito multiplicador em todo o mundo, num processo que será liderado por Índia, Brasil e União Europeia.

Valor: Já está em andamento?
Rifkin: A União Europeia já se comprometeu com um planejamento bastante ambicioso de infraestrutura na direção da terceira revolução industrial. Eu sou um privilegiado por participar. A grande meta é passar a usar 20% de energia renovável na Europa até 2020. É uma corrida contra o tempo, governos e empresas já estão trabalhando.

Valor: Como funciona essa terceira revolução industrial?
Rifkin: As atuais fontes de energia, como carvão, petróleo e urânio, são de elite, não estão disponíveis em qualquer lugar, demandam investimentos políticos, militares e de capital. Já a energia renovável distributiva é encontrada em qualquer metro quadrado do mundo. Vem do sol, do vento, do calor debaixo do solo, do lixo, dos compostos orgânicos gerados pelos processos agrícolas, das marés e das ondas do mar. Mas o importante é coletar nossa própria energia. Em 25 anos, milhões e milhões de prédios no mundo inteiro poderão ser convertidos em miniusinas, utilizando o sol, o vento, o calor debaixo do solo, para gerar energia limpa em forma de hidrogênio, que será armazenado como uma mídia digital. A forma de distribuição será inteligente e compartilhada como a internet, as redes de transmissão de energia renovável serão integradas. 

Valor:
Na contramão do que o sr. fala, o Brasil está entrando em uma nova era do petróleo, com as descobertas da camada pré-sal.
Rifkin: O Brasil tem muita sorte em relação aos outros países do mundo e um poderoso papel no campo energético, principalmente na região onde está. Seu potencial energético limpo o transformará numa grande liderança mundial. O pré-sal tem de permitir uma transição limpa, usando as receitas do petróleo para subsidiar a construção da infraestrutura de energia renováveis. O país pode liderar esse processo na América do Sul.

Fonte: Valor On Line

União de forças para alcoolduto é confirmada

União de forças para alcoolduto é confirmada
Rafael Rosas | Do Rio
16/11/2010
A Petrobras anunciou que aprovou a assinatura de um termo de compromisso de associação com Camargo Correa Óleo e Gás, Copersucar, Cosan, Odebrecht Transport Participações (OTP) e Uniduto Logística para formar uma empresa fechada de capital autorizado para o desenvolvimento, construção e operação de um sistema logístico multimodal para transporte e armazenagem de líquidos, sobretudo etanol.
O acordo é resultado de estudos preliminares da PMCC Soluções Logísticas de Etanol, que tem como acionistas Petrobras, Camargo Correa, Uniduto e OTP, visando à implementação de um único projeto de transporte e armazenagem de etanol. O capital social inicial da nova companhia será de R$ 100 milhões, composto exclusivamente por ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal. Copersucar, Cosan, OTP e Petrobras terão 20% de participação cada, enquanto Camargo Correa e Uniduto terão fatias de 10%.
"As partes estudarão o modelo societário e fiscal mais adequado e definirão em 60 dias a forma mais eficiente de associação, garantindo a continuidade dos projetos que estão sendo conduzidos pela PMCC. A associação será efetuada através de uma nova sociedade ou através da PMCC com a incorporação dos novos sócios", diz nota da Petrobras.
Fonte: Valor On Line

Petrobras, Cosan e Odebrecht se unem em prol do etanol

Estudos da PMCC tinham o objetivo da implementação de um único projeto de transporte e armazenagem de etanol

A Petrobras assinou um termo de compromisso de associação com Camargo Corrêa, Copersucar, Cosan, Odebrecht e Uniduto para desenvolver um sistema de transporte e armazenagem de etanol.
O acordo "tem o objetivo de estabelecer uma associação, em caráter vinculante e exclusivo, em uma única empresa, na forma de uma sociedade anônima fechada de capital autorizado, da qual todas as empresas serão acionistas, para o desenvolvimento, construção e operação de um sistema logístico multimodal para transporte e armazenagem de líquidos, com ênfase em etanol".
Segundo comunicado divulgado nesta sexta-feira (12/11), o capital social da companhia será, inicialmente, de R$ 100 milhões, composto exclusivamente por ações ordinárias, sem valor nominal.
A divisão se dará da seguinte forma: Copersucar, 20%; Cosan, 20%; Odebrecht Transport Participações (OTP), 20%; Petrobras, 20%; e Camargo Corrêa, 10%, e Uniduto, 10%.
"As partes estudarão o modelo societário e fiscal mais adequado e definirão em 60 dias a forma mais eficiente de associação", finaliza a nota
O projeto é resultado de estudos preliminares conjuntos da PMCC Soluções Logísticas de Etanol (da qual são acionistas a Petrobras e Camargo Correa), Uniduto e OTP, visando à implementação de um único projeto de transporte e armazenagem de etanol.

Etanol pode perder subsídio e proteção tarifária


O etanol americano corre o risco de perder, a partir de 1º de janeiro, a proteção tarifária e o subsídio para sua adição à gasolina. Com a vitória do partido republicano nas eleições de novembro para o Congresso, os US$ 6 bilhões destinados anualmente ao setor, em subvenção, e a tarifa de importação de US$ 0,46 por galão tendem a ser eliminados. Se isso acontecer, a competitividade do etanol americano cairá, e a capacidade de produção brasileira tenderá a se expandir.
A briga entre o lobby brasileiro e o americano no Congresso dos Estados Unidos tem sido intensa. Até o dia 3 de dezembro, os parlamentares devem chegar a um acordo final sobre os projetos pendentes que serão aprovados nesse último mês de seus mandatos.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) trabalha para que não entrem nesse pacote as prorrogações da tarifa de importação e da taxa adicional de US$ 0,54 por galão ao etanol, que corresponde ao valor pago pelo governo americano ao produtor como subsídio para a mistura do combustível à gasolina. A expectativa também é de corte dessa mesma subvenção ao produtor.
Déficit fiscal. Dessa forma, tanto a proteção comercial quanto o subsídio deixariam de vigorar a partir de janeiro. Como o Congresso que tomará posse nesse mês terá maior participação republicana, a Unica considera difícil uma revisão da decisão de dezembro. Os republicanos se valeram de um forte discurso em favor da redução do déficit fiscal do país, com base na redução dos gastos públicos. Os subsídios de US$ 6 bilhões ao ano dificilmente retornariam à pauta.
Os lobbies americanos, especialmente a Associação de Combustíveis Renováveis (RFA), atuam para a prorrogação da tarifa e dos subsídios. Ou, pelo menos, a equiparação do valor da subvenção ao da tarifa, de US$ 0,45, como informou Matt Hartwig, diretor de Relações Públicas da RFA. Hartwig insistiu que a taxa adicional de US$ 0,54 na importação do etanol é uma forma de anular o subsídio que o produto brasileiro também recebe do governo americano ao ser misturado à gasolina. Por isso, na sua tática em Washington, a Unica defende a eliminação de ambos, tarifa e subsídios.
'Ficaremos desapontados se não houver a prorrogação', afirmou Hartwig. 'Isso resultará em queda na produção, no aumento das importações e na perda de empregos em um momento em que os EUA buscam desesperadamente criar postos de trabalho.'Para o Brasil, essa será a chance de tornar-se um 'exportador estrutural' de etanol, segundo Marcos Jank, presidente da Unica. Conforme informou, a entidade está em contato com o governo de transição para discutir um novo ciclo de investimento na expansão da produção brasileira de etanol e as mudanças resultantes da crise econômica. Cerca de um quinto do setor mudou de mãos nos últimos dois anos. Porém, qualquer decisão do futuro governo de Dilma Rousseff sobre o tema dependerá do que o Congresso americano dirá sobre tarifa e subsídio ao etanol até 3 de dezembro.
'O setor de etanol ainda está atado ao mercado interno por causa do protecionismo. Por enquanto, é como a jabuticaba, que só existe no Brasil', afirmou Jank. 'Mas, se o mundo falar sério sobre mudança climática e derrubar as barreiras comerciais, o etanol pode deixar de ser jabuticaba e virar uma commodity', completou.
Fonte: Estado de S. Paulo

Com dólar em queda, EUA exportam etanol

Graças a subsídios do governo e ao dólar desvalorizado, país rivaliza com o Brasil na disputa pelo título de maior exportador mundial do combustível
16 de novembro de 2010 | 0h 00

Denise Chrispim Marin - O Estado de S.Paulo

Subsídios e proteção comercial, além de uma obrigatória mistura à gasolina, continuam a ser os ingredientes dos EUA para avançar no mercado mundial de etanol. O país ultrapassou o Brasil como maior produtor mundial do combustível limpo em 2006.
Neste ano, graças especialmente ao dólar desvalorizado, vão se aproximar da liderança brasileira dessas exportações (uma consultoria, a F.O. Licht, diz que os EUA passaram o Brasil no primeiro semestre, mas outros estudos dizem que a ultrapassagem ainda não ocorreu).
De janeiro a setembro, 949 milhões de litros de etanol foram embarcados, inclusive para o Brasil, responsável pelo fornecimento de 1,330 bilhão de litros ao exterior. "Preferimos não exportar e atender a demanda doméstica em crescimento. Queremos ser um setor exclusivamente nacional, que gera empregos no país e se mostra capaz de abastecê-lo", disse Matt Hartwig, diretor de Relações Públicas da Associação de Combustíveis Renováveis (RFA, na sigla em inglês).
Mas, este ano, as movimentações do setor mostraram uma inédita preferência pela exportação. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) está ciente de que a concorrência americana não será apenas esporádica e, por enquanto, não reclama. Nas contas da RFA, as exportações americanas devem somar 1,247 bilhão de litros em 2010, contra a estimativa da Unica de embarque de 2,750 bilhões de litros de etanol brasileiro.
"Os EUA podem se tornar apenas exportadores ocasionais de etanol, como acontece neste ano. Com a perspectiva de demanda interna americana, é muito difícil imaginar essa liderança", afirmou Marcos Jank, presidente da Unica, em Washington. "O Brasil é o único País em condições de ser exportador estrutural de etanol. Mas isso depende da redução do protecionismo, a começar pela eliminação da tarifa de importação e do subsídio com que os EUA beneficiam seu setor de etanol", completou.
Arrancada. A produção americana de etanol deu uma arrancada a partir de 2006, graças ao custo de capital baixíssimo, à decisão do governo de obrigar a mistura de 12,5 bilhões de galões à gasolina ao ano, à tarifa de importação de US$ 0,54 por galão, ao subsídio de US$ 0,45 por galão misturado à gasolina e às subvenções à produção de milho. Os EUA hoje abrigam 200 usinas, responsáveis pela produção de 40,1 bilhões de litros em 2009. O volume foi mais do que o dobro da fabricação total nas 400 usinas brasileiras no período, de 17,7 bilhões de litros.
Em artigo, o presidente da RFA, Tom Dinneen, tratou o limite de adição de 10% de etanol à gasolina como uma "barreira interna" ao setor. A demanda doméstica americana, hoje estacionada nos 12,5 bilhões de galões anuais, tem potencial de atingir 47,2 bilhões ou até 51,0 bilhões antes de 2022, em seus cálculos, se o limite for elevado. Hoje, a indústria americana do etanol tem capacidade de atingir a produção de 47,2 bilhões de galões e ainda conta com projetos que a expandiria em mais 1,2 bilhão de galões, informou Dinneen.
Para isso, o Departamento de Energia terá de aprovar a demanda pela elevação do limite de adição a 15% ou até mesmo a 20%. A medida está em fase de estudos, que envolvem testes nos carros americanos, e não tem prazo para ser concluída. Mas, uma vez posta em prática, restringirá a capacidade exportadora americana. Além disso, sempre haverá a limitação dada pela safra de milho, destinada em boa parte ao setor produtor de carnes.
Preço. Hartwig reconhece que o contínuo aumento dos preços do milho terá interferência na produção e na exportação futura de etanol. Neste ano, a cotação internacional do milho cresceu 39%. A colheita da terceira maior safra de milho da história em 2011 alimenta a previsão de preços menores no próximo ano. Mas, como lembra Jank, o etanol da cana continua a ter uma produtividade por hectare duas vezes maior do que o de milho.
O dólar desvalorizado, segundo o diretor da RFA, foi uma motivação especial para o setor buscar o mercado externo. A importação do produto pelo Brasil deveu-se ao aumento da demanda doméstica no primeiro semestre, somado a uma safra menor e ao dólar desvalorizado. Segundo a Unica, essas compras são sempre esporádicas. Em setembro, não aconteceram.
O mercado interno, entretanto, é um fator ainda decisivo para o comércio exterior de etanol de ambos os concorrentes. Em 2008, por exemplo, a quebra da safra de milho obrigou os EUA a importar 1,519 bilhão de litros de etanol do Brasil. Em 2006, quando foi adotada a mistura obrigatória à gasolina, a importação do combustível brasileiro atingiu 1,749 bilhão de litros. No ano passado, essa compra foi de apenas 270 milhões.
Mesmo ocasional, a briga entre Brasil e EUA pelo mercado internacional de etanol terá no custo de produção o seu fator preponderante. Segundo Joel Velasco, representante da Unica para a América do Norte, até 2009, o etanol brasileiro alcançava o porto de Nova York a um preço de US$ 1,85 por galão, enquanto o custo final do americano era de US$ 2,15. Mesmo sem tarifas e subsídios, o preço do combustível brasileiro custaria US$ 0,06 a mais que o americano, nas contas da RFA.
Fonte: Estado de S. Paulo

BP oferece R$ 800 mi por até 50% da Cerradinho

12 de novembro de 2010 | 9h 44

EDUARDO MAGOSSI - Agencia Estado

SÃO PAULO - A petroleira britânica BP fez uma oferta de aproximadamente R$ 800 milhões para comprar até 50% do Grupo Cerradinho. A administração da Cerradinho tem até hoje para decidir se aceita a oferta da BP, cuja exclusividade para negociar com o grupo terminou ontem.
Se não aceitar a oferta da petroleira, a Cerradinho volta a analisar propostas feitas por outros grupos consolidadores do setor sucroalcooleiro, como Cosan, Bunge, Tereos, Louis Dreyfus e Noble Group. Procuradas, BP e Cerradinho disseram apenas que não comentam rumores de mercado.
Segundo fontes próximas à negociação, o presidente da Cerradinho, Luciano Sanches Fernandes, esteve em Londres nas últimas semanas para fazer ajustes na operação com a BP, durante o período do Sugar Dinner londrino, evento que reúne a nata do setor sucroalcooleiro mundial.
As negociações entre as duas empresas já duram mais de seis meses e a BP realizou a due diligence (uma análise detalhada dos ativos) da Cerradinho nos últimos meses.
Fernandes disse, esta semana, que o parceiro estratégico procurado pelo grupo vai ser anunciado até dezembro e que a Cerradinho permanecerá no controle da empresa. Originalmente, a Cerradinho procurava por um parceiro estratégico que ficasse com até 30% do grupo ou 50% da Usina Porto das Águas, em Goiás. A Cerradinho possui três usinas, duas localizadas em São Paulo - a Catanduva e a Potirendaba - e a Usina Porto das Águas.
Enquanto as usinas paulistas têm a produção dedicada ao açúcar, embora também produzam etanol e bioeletricidade, a usina goiana produz apenas etanol e energia. A colheita de cana-de-açúcar na safra 2010/11 está estimada em 10 milhões de toneladas.
Se a operação for concretizada, essa será a segunda usina do setor sucroalcooleiro a contar com uma participação da BP. A petroleira já possui 50% da Usina Tropical Bioenergia, localizada em Goiás. Os outros 50% estão divididos igualmente entre o Grupo Maeda, agora parte do Veremonte Group, e a Louis Dreyfus Commodities. A estratégia da BP é, contudo, de controle compartilhado, e de comprar sempre 50% de um ativo.
Para as fontes ouvidas pela Agência Estado, o preço pago pela BP indica a compra de 50% da Cerradinho." A Cerradinho é um ótimo ativo, mas sua dívida é alta, o que reduz seu valor", afirma um analista. A dívida da Cerradinho é de cerca de R$ 1,2 bilhão, e a maior parte vence a partir da safra 2013/14.
Fonte: Estado de S. Paulo

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Açúcar bate recorde também no mercado interno

Reuters | De São Paulo
05/11/2010
Os preços do açúcar no mercado físico no Brasil subiram para níveis recordes depois da disparada dos futuros no mercado internacional para a máxima de 30 anos. A saca de 50 quilos do açúcar cristal foi cotada no recorde de R$ 74,60 na quarta-feira - ontem teve leve recuo para R$ 74,21 - um aumento de 85% desde o início de julho, segundo o indicador Cepea/Esalq.
De acordo com estimativas da associação da indústria de alimentos, o pico na produção de alimentos ocorre entre outubro e novembro, o que indica cenário de aumento da demanda por açúcar, informou o Cepea em seu relatório, indicando que a compra no mercado à vista deve se intensificar.
As cotações recordes do açúcar bruto na bolsa de Nova York e do refinado em Londres foram registradas após o Federal Reserve anunciar a recompra de US$ 600 bilhões em títulos do governo na tentativa de reforçar o crescimento na lenta economia americana.
No Brasil, os preços subiram diante da combinação de alguns fatores. Entre eles, a proximidade da entressafra no Centro-sul, uma possível queda na produção de açúcar no próximo ano e valorização da moeda.
Traders disseram que usinas poderão cancelar contratos de exportação para mais de 1 milhão de toneladas de açúcar, com o objetivo de vender o produto localmente a preços mais elevados ou porque, simplesmente, a produção foi menor que o previsto inicialmente.
"Uma boa parte disso é de pessoas que cancelaram vendas porque o açúcar nunca chegou a ser produzido", disse Arnaldo Correa, diretor da consultoria Archer.
Fonte: Valor On Line

Setal vai investir US$ 420 milhões em estaleiro no Rio Grande do Sul

Sérgio Bueno | De Porto Alegre
05/11/2010
A Setal Óleo e Gás (SOG) pretende colocar em operação, até o início do segundo semestre de 2012, a primeira etapa do estaleiro projetado para a cidade gaúcha de São José do Norte, numa área que faz parte do porto organizado do município vizinho de Rio Grande. No início a unidade vai montar módulos para plataformas marítimas de exploração de petróleo e um ano depois começará a produzir plataformas completas e de navios de apoio do tipo AHTS, especializados no manuseio de âncoras, reboques e suprimentos de unidades "offshore".
O investimento estimado chega a US$ 420 milhões e 90% do total será financiado pelo Fundo da Marinha Mercante, com juros equivalentes à TJLP mais 4,2% ao ano, disse o presidente da Estaleiros do Brasil (EBR), subsidiária criada pela SOG para tocar o empreendimento, Alberto Padilla. O executivo assinou ontem um protocolo de intenções com o governo do Rio Grande do Sul, que vai conceder incentivos fiscais para o projeto, além de assegurar o suprimento de energia elétrica e água e ainda o acesso rodoviário às instalações.
A operação no Rio Grande do Sul representa o retorno da SOG ao setor de construção naval. Em 2005 a empresa vendeu para a parceira Keppel Fels a participação que detinha desde 2000 no estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis (RJ). Desde então a companhia vinha se concentrando em projetos de ampliação e modernização de refinarias de petróleo. A empresa também está negociando com companhias asiáticas e europeias, detentoras de "tecnologia de ponta", a venda de parte da EBR, mas sem perder o controle sobre a gestão do novo estaleiro, explicou Padilla.
A nova operação no Rio Grande do Sul representa o retorno da companhia ao setor de construção naval
Segundo o executivo, o projeto é "irreversível", mas as obras só vão começar após o projeto obter o licenciamento da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), que deve levar de seis a dez meses. Depois disso, a construção da primeira etapa exigirá um ano de trabalho e a segunda, mais um. "Já compramos uma área de 130 hectares e estamos adquirindo mais 20 hectares", disse. No terceiro ano de operação, quando pretende funcionar a plena capacidade, a empresa prevê empregar até 5 mil pessoas na cidade, que tem apenas 25,5 mil habitantes, conforme os primeiros dados do censo 2010 divulgados ontem pelo IBGE.
Na avaliação de Padilla, o "ideal" é que a EBR participe e vença alguns dos próximos leilões de navios e plataformas que serão realizados pela Petrobras. "Isso proporcionaria um fluxo de caixa mais confortável", afirma o executivo. Mesmo assim, ele não condicionou a construção do estaleiro aos eventuais contratos com a estatal e afirmou que a empresa vai buscar negócios com outros operadores como as petroleiras YPF, OSX, Shell e Chevron. Além disso, em "cinco a seis" anos o plano é tornar a nova unidade competitiva também para exportar.
Há quatro anos o destino do projeto era a Bahia, mas a companhia optou por São José do Norte devido à possibilidade de consolidação de um polo naval na região (que inclui o Estaleiro Rio Grande, adquirido neste ano da WTorre pela Engevix e Funcef, e a unidade de produção de embarcações de apoio a plataformas petrolíferas em implantação pela Wilson, Sons). O município gaúcho também levou a melhor devido à disponibilidade de grande área plana para a obra, do mar relativamente calmo na região e da profundidade adequada do canal de acesso ao porto de Rio Grande.
Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai), Josué Barbosa, o plano é enquadrar o projeto da SOG no programa de incentivo fiscal Fundopem/Integrar até o fim do ano, antes da troca do governo do Estado. Os benefícios incluem a redução de 75% no recolhimento de ICMS gerado pela operação durante oito anos. O débito acumulado pela empresa no período será pago também em oito anos, após cinco de carência, com desconto de 55% sobre o total em função do baixo índice de desenvolvimento do município. A correção pode variar de 2% a 4% de juros ao ano, mais IPCA.
Fonte: Valor On Line

ENTREVISTA-BP vê expansão de biocombustível nos EUA e Brasil

 04 de novembro de 2010 | 16h 50
LAURA MACINNIS - REUTERS

GENEBRA - A BP está centrando esforços nos biocombustíveis de cana-de-açúcar no Brasil e de gramíneas nos Estados Unidos, represando por ora investimentos em outras regiões, disse nesta quinta-feira um diretor executivo sênior do grupo global de energia.
James Primrose, chefe de estratégia da BP Biofuels, disse que incentivos do governo e regulações mais claras sobre energia alternativa são vantagens das Américas neste setor, comparado a regiões da Europa e Ásia onde o terreno ainda é incerto.
"Nossos planos de crescimento são ambiciosos", disse ele à Reuters no intervalo de uma conferência sobre o etanol realizada em Genebra, um centro europeu para comércio de commodities.
"Para que possamos realizar nossos planos, temos que focar nestes mercados primeiro, onde há clareza regulatória e vantagens de custo com matéria-prima".
Em julho, a BP anunciou a compra da tecnologia desenvolvida por sua parceira Verenium, por 98 milhões de dólares, na qual assumiu a operação da tecnologia de biocombustíveis à base de celulose.
A unidade de biocombustível da companhia planeja ampliar seu engajamento no Brasil, dada a alta qualidade e custo relativamente baixo de cana-de-açúcar, disse Primrose sem dar mais detalhes.
Nos Estados Unidos, o executivo da BP disse que o apoio do governo aos biocombustíveis à base de celulose estimulou aos investidores. "Com relação a isso, em termos de clareza nas regulações, os Estados Unidos são mais favoráveis que a Europa", disse ele.
A BP é particularmente otimista quanto ao potencial das gramíneas energéticas, especialmente no sudeste dos Estados Unidos, região de clima úmido e quente e vastas fazendas que resultam em rápido crescimento das plantas que podem produzir etanol de celulose.
A companhia já identificou no sul dos Estados Unidos uma área alvo para os biocombustíveis, depois do vazamento no Golfo do México, disse Primrose. "Os eventos muito desafortunados no Golfo apenas reforçaram o compromisso com combustíveis alternativos e, particularmente, biocombustíveis", disse.
Primrose também citou forte potencial para o biobutanol, uma molécula produzida a partir do milho, trigo, cana-de-açúcar e outras matérias-primas que podem funcionar bem nos carros e caminhões.
A BP está trabalhando com a DuPont neste biocombustível. Na quarta-feira, as companhias inauguraram o primeiro laboratório no Brasil para conduzir pesquisas e desenvolver o produto no Brasil.
"Biocombustíveis como o biobutanol podem permitir que se continue a aumentar o uso de biocombustíveis sem necessidade de planejar novos veículos", disse. "É possível usar as mesmas instalações --para o milho nos Estados Unidos, trigo na Europa e cana-de-açúcar no Brasil-- e converter estas instalações para o biobutanol".
Questionado sobre a domínio das grandes companhias energéticas em biocombustíveis, depois dos investimentos da Exxon Mobil, Petrobras e outras, Primrose afirmou que o tamanho não confere vantagem.
"É verdade dizer que as companhias de petróleo existentes têm acesso tanto a fundos como o alcance para empregar estas tecnologias", ele disse. Na conferência do etanol, nesta quinta-feira, Primrose também disse que biocombustíveis viáveis precisam ser produzidos em larga escala".
"Opções de nicho não resultarão no tipo de solução que são requeridas para o ritmo do transporte rodoviário. Opções de nicho também não são atrativas para companhias do tamanho e escala da BP", acrescentou.
Fonte: Estado de S. Pauo

Brasil vê 1º carro movido a etanol e eletricidade

Montadora Obvio!, vendida ao fundo inglês Capadoccia, apresenta nesta 6ª feira no País seu carro equipado com motor desenvolvido na Inglaterra
Cleide Silva, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O governo Lula deve deixar para a equipe da presidente eleita Dilma Rousseff o programa de incentivo aos veículos elétricos e híbridos. Após idas e vindas, com direito até a evento de anúncio suspenso cinco minutos antes do horário previsto – em maio –, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não se posicionou sobre um projeto nacional.
Em visita na semana passada ao Salão do Automóvel em São Paulo, Lula entrou em alguns dos 20 modelos híbridos e elétricos expostos no evento e ainda ganhou, em regime de comodato, um Ford Fusion híbrido, movido a gasolina e eletricidade.
Mas, enquanto a definição do programa não vem, grupos empresariais antecipam anúncios de projetos por acreditarem que o Brasil precisa estar na rota da eletrificação veicular. Nesta sexta-feira à noite, em evento no Consulado Britânico, em São Paulo, o grupo inglês de investimento Capadoccia, que recentemente adquiriu a empresa brasileira Obvio!, apresenta o 828H, minicarro híbrido que terá eletricidade gerada por um motor a etanol.
É o primeiro motor com essa tecnologia no mundo. Até agora, os modelos disponíveis em diversos países operavam com gasolina ou diesel. O propulsor foi desenvolvido na Inglaterra, com ajuda de engenheiros brasileiros. É um motor de alta eficiência que vai gerar energia para carregar a bateria elétrica, que também pode ser carregada na tomada. Se fosse vendido hoje, o 828H custaria entre R$ 150 mil e R$ 200 mil.
O evento é dirigido a um grupo de 200 pessoas, a maioria empresários britânicos que atua no País e também pilotos e organizadores da Fórmula 1. É a primeira vez que o carro, já visto em salões nos EUA, será mostrado em um evento no País. "Temos grande interesse no desenvolvimento de tecnologias para diminuir os níveis de emissão de carbono", diz John Doddrell, cônsul em São Paulo.
Será lançado durante o evento um sistema de geração de energia sem fio desenvolvido pelo grupo Halo. O Capadoccia anuncia ainda parceria com a Gevco, empresa pertencente ao grupo inglês Lotus, que está desenvolvendo uma família de carros elétricos, um deles compacto para quatro pessoas, chamado de e-City. Futuramente, o modelo também poderá ser fabricado no Brasil a preços bem mais competitivos que o 828H, diz Ricardo Machado, presidente da Obvio!.
"Aguardamos a decisão do governo sobre um programa de incentivos à eletrificação", informa Machado. Os governos de todos os países que estão lançando carros elétricos oferecem incentivos para a compra.
O Capadoccia tem planos de montar uma fábrica no Brasil, mas, sem medidas governamentais, poderá ir para o México.
Fábrica
Outra iniciativa é a do empresário Eike Batista, da EBX. Ele anunciou que vai construir uma fábrica de carros elétricos no Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Disse que já existem negociações com fornecedores de tecnologia japoneses e europeus e que a ideia é iniciar a produção em até quatro anos. O investimento estimado é de US$ 1 bilhão.
Mais uma empresa a manifestar interesse foi a Oxxor Motors, que assinou acordo de intenções com a Prefeitura de Campo Largo (PR). A Mitsubishi do Brasil mostrou em várias eventos e também ao presidente Lula um compacto elétrico feito pela marca no Japão, o i-MiEV e não descarta a produção local no futuro.
No Consulado também serão expostos modelos de alto luxo das marcas inglesas Aston Martin, Mini, Jaguar e Land Rover.
Fonte: Estado de S. Paulo

Bovespa quer se tornar referência de preço do etanol


A BM&FBovespa monta uma estratégia de médio prazo para se tornar a referência internacional no preço do etanol e ser um veículo para financiar o setor nos próximos anos. A Bolsa de São Paulo alerta que o setor do etanol precisará de investimentos de US$ 8 bilhões por ano apenas para atender à demanda de açúcar e combustível até 2014.
A ofensiva vem num momento em que o setor do etanol no Brasil passa por uma transformação profunda. Consolidações estão ocorrendo e a projeção é de que, em 2015, 40% da produção nacional já esteja nas mãos de estrangeiros. Mas a constatação também é de que parte da expansão do setor terá de passar pelo mercado financeiro e por uma maior integração com as bolsas.
A ideia da Bolsa de São Paulo é a de se consolidar como um 'farol' do preço do etanol, da mesma forma que Nova York serve de base para o café e a soja segue as tendências da Bolsa de Chicago. Um dos argumentos da Bolsa de São Paulo é que o Brasil é hoje um dos países que menos intervêm nos preços do etanol e, portanto, seria o mercado onde a commodity tem um comportamento de preço mais parecido com o de um mercado livre.
Um primeiro passo foi dado em maio, com o lançamento dos contratos de etanol com liquidação financeira. O contrato é cotado em reais e, na avaliação de Ivan Wedekin, diretor de commodities da Bolsa, a iniciativa está contribuindo para a maior transparência no mercado.
Apenas seis meses depois, já são 4 mil contratos de etanol sendo negociados por mês. Wedekin aponta que processo está apenas começando e aposta em uma expansão ainda maior nos próximos meses.
Um número considerado ideal seria atingir 50 mil contratos de etanol por mês. Para a Bolsa, outra vantagem da integração ao mercado financeiro é que investidores poderão criar uma espécie de hedge e reduzir os riscos de seus projetos.
Chicago. Outra iniciativa da Bolsa de São Paulo é acelerar seu processo de internacionalização. A entidade já tem acordos com a Bolsa de Chicago, que, de certa forma, é a concorrente direta da bolsa paulista.
Para 2011, a meta da Bolsa de São Paulo é a de já ter contratos de soja negociados em Chicago. 'Participantes brasileiros poderão negociar contratos de Chicago na própria bolsa brasileira', explicou Wedekin. 'Isso facilitará a vida de quem não pode participar de Chicago', disse, lembrando que o investidor não precisará mandar dólar para o exterior.
No Brasil, os contratos de derivativos de commodities representam apenas 0,7% do movimento da Bolsa. No mundo, as commodities representam 5,2%. Os especialistas, portanto, acreditam que o Brasil tem um importante potencial de expandir nesse setor.
Segundo dados da BM&FBovespa, os números de contratos de derivativos de commodities em setembro de 2010 já superou o pico de julho de 2008, antes de a crise econômica explodir. Em setembro, foram mais de 160 mil contratos negociados.
Hoje, a Bolsa de Valores de São Paulo comercializa o equivalente a 30% da safra de milho. Nos Estados Unidos, a mesma safra é alvo de contratos 20 vezes o seu valor a cada ano.
Acordo
IVAN WEDEKIN
DIRETOR DE COMMODITIES DA BOVESPA
'Negociar contratos de Chicago na própria bolsa brasileira facilitará a vida de quem não pode participar da Bolsa de Chicago'
Fonte: Estado de S. Paulo

Refinarias do Nordeste terão prioridade no governo Dilma


Relegadas a segundo plano ao longo da capitalização do pré-sal e sob suspeição quanto à sua viabilidade econômica, as novas refinarias da Petrobras ganharão peso estratégico no próximo governo.
A Premium I, no Maranhão, originalmente voltada à exportação, terá a produção redirecionada para as as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, informa ao Brasil Econômico o diretor abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.
Para a Abreu Lima (PE), a Petrobras aguarda acordo entre o BNDES e a sócia PDVSA para definir se o projeto será adequado ao refino do petróleo venezuelano, mais pesado.
Fonte: Brasil Econômico.

Futuro do setor de bioenergia requer tecnologia e inovação


JOSÉ CARLOS GRUBISICH
ESPECIAL PARA FOLHA

O debate global sobre segurança energética e mudanças climáticas tem tornado o setor de bioenergia brasileiro cada dia mais estratégico.
Nos últimos anos, o segmento consolidou seu potencial nacionalmente e, por sua competência, abre oportunidades no mercado internacional, assegurando a liderança na produção de energia limpa e renovável. Hoje, o setor passa por uma mudança em seu modelo de negócio, no qual as operações agroindustriais são fortemente integradas e combinam competitividade e sustentabilidade.
As unidades incorporaram tecnologias agrícolas de última geração, com a total mecanização das operações e novas variedades de cana com alta produtividade, aliadas a inovações na área industrial, com moderna automação, alta eficiência dos processos e consumo otimizado de recursos naturais.
Após dobrar de tamanho nos últimos quatro anos, o setor tem um potencial significativo de crescimento pela frente e um novo ciclo de investimentos deverá ser realizado pelas empresas brasileiras para acompanhar a demanda crescente no Brasil e no mundo.
Nesse cenário, é importante que esse crescimento seja acompanhado pelo desenvolvimento de tecnologias inovadoras e sustentáveis que agreguem valor aos processos e produtos do segmento para garantir rentabilidade e perenidade no médio e longo prazos. A inovação e a tecnologia serão determinantes para o Brasil continuar liderando a dinâmica do setor de bioenergia.
Hoje, existe um movimento internacional acelerado de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) focado em tecnologias de ruptura para aproveitar melhor a biomassa e criar produtos, como o plástico verde lançado recentemente pela Braskem.
Estados Unidos e Europa, além de emergentes como China e Índia, já anunciaram a ambição de desenvolver tecnologias ligadas à valorização da biomassa.
Nesse intenso ritmo de investimentos, é importante que o Brasil mobilize esforços dos setores público e privado e, por meio das universidades e de centros de excelência tecnológica, como o Centro de Tecnologia Canavieira e a Embrapa, defina um programa ambicioso de P&D.
Os recursos financeiros disponíveis -BNDES, Finep, Fapesp- contribuirão para que o país não perca as oportunidades do uso eficaz e sustentável da biomassa brasileira, a mais competitiva do mundo.
O Brasil reúne as competências técnicas e humanas, mas o que o manterá à frente será sua capacidade de inovar.
Se o país deseja garantir a liderança no setor de energia limpa e sustentável e agregar valor à biomassa na indústria química e bioquímica, grandes esforços e investimentos em novas tecnologias devem ser realizados de forma contínua, ousada e estruturada.
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JOSÉ CARLOS GRUBISICH é presidente da ETH Bioenergia.
Fonte: Folha On Line

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

LDC-SEV nega rumor de venda e prevê crescer no País


     RIBEIRÃO PRETO, SP - Um ano após a maior incorporação do setor sucroalcooleiro no País, a LDC-SEV procura se desvencilhar dos rumores do mercado de que sua acionista majoritária, a francesa Louis Dreyfus Commodities, venderia as operações brasileiras em açúcar e etanol, avaliadas em US$ 4 bilhões. "Isso é completamente infundado. A Dreyfus tem claramente um compromisso forte com a verticalização das operações e em aumentar a participação na cadeira de valor", afirmou Bruno Melcher, presidente da LDC-SEV. "Tem ainda um compromisso forte com a América do Sul e, especificamente, com o Brasil; claramente queremos crescer", completou.
     Segunda maior processadora de cana-de-açúcar do Brasil, com 40 milhões de toneladas previstas para serem moídas em suas 13 usinas, a LDC-SEV produzirá, nesta safra, 2,5 milhões de toneladas de açúcar, 1,5 bilhão de litros de etanol e devem gerar 1 gigawatts (GW) de energia. Os dados não incluem a participação de 25% da LDC na Tropical Bioenergia, usina em Goiás comandada pela British Petroleum (BP). O desejo de venda da fatia pelos franceses da Louis Dreyfus na Tropical só teria alimentado os boatos de que família acionista da companhia teria a intenção de optar pelo comércio de commodities em detrimento da produção.
     Fontes do setor consideram que poucos compradores teriam capacidade de bancar uma aquisição como a LDC-SEV - oriunda da Louis Dreyfus Commodities Bioenergia e da Santelisa Vale. Segundo Melcher, desde 2000, quando a Louis Dreyfus Commodities comprou a Usina Cresciumal, em Leme (SP), a empresa cresceu 38% ao ano em um setor que avançou 10% anualmente.
     Com fusões, aquisições e construções de novas unidades, a LDC-SEV é dona ou acionista majoritária em sete unidades em São Paulo, uma em Minas Gerais, três em Mato Grosso do Sul e duas no Nordeste. Das usinas paulistas, cinco foram adquiridas junto à Santelisa Vale, nas quais a LDC tem 60% de participação.
     O presidente da LDC-SEV reafirma que "é consenso que o setor precisa dobrar de tamanho no Brasil nos próximos dez anos e nós queremos continuar crescendo", disse. "Temos uma estrutura financeira e de gestão que nos permite colocar numa posição de consolidador e sempre observamos (possíveis negócios), pois os movimentos são intensos", completou.
Fonte: Estado de S. Paulo

Grupos estrangeiros terão 40% da produção brasileira de etanol até 2015


Projeção da Unica leva em conta a velocidade da entrada do capital estrangeiro no setor: participação passou de 7% da produção em 2007 para os atuais 22%
03 de novembro de 2010 | 22h 30
Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo

     GENEBRA - Nos próximos cinco anos, 40% da produção brasileira de etanol estará nas mãos de estrangeiros. A projeção foi apresentada na quarta-feira pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) no Congresso Mundial do Etanol, que reúne em Genebra as maiores indústrias de biocombustíveis.
     A projeção foi considerada por empresários como o melhor espelho da revolução silenciosa que sofre o setor no mundo. Após dois anos de uma crise sem precedentes, os produtores de etanol passam por uma profunda reestruturação. A liderança de aquisições e fusões, porém, não está nas mãos de grupos agrícolas, mas sim de grandes empresas petroleiras do mundo.
     Quarta-feira, Shell, BP, Petrobrás e outras multinacionais do setor de energia anunciaram que se preparam para fazer investimentos substanciais nos próximos anos no setor de etanol. Para elas, o biocombustível é a opção "mais realista" para complementar o petróleo nos próximos 30 anos e, nessa estratégia, o Brasil é o principal alvo.
     "Para as multinacionais de energia, o etanol é visto como uma fonte de energia mais acessível que o petróleo no Ártico, as reservas nos países da Opep ou a gasolina da Venezuela", admitiu James Primrose, chefe de estratégia da BP Biocombustíveis. "Estamos vendo a entrada das multinacionais do petróleo no etanol e isso promoverá uma mudança enorme no setor", disse Alexis Duval, diretor financeiro da francesa Tereos.
     "Na prática, estamos vendo o nascimento de um novo setor", disse Christoph Berg, gerente da consultoria F.O. Licht. O Brasil, segundo consultores, multinacionais e usineiros, está sendo o campo de provas dessa transformação. Em cinco anos, cem usinas se somaram às trezentas que já existiam no País e os investimentos chegaram a US$ 20 bilhões. O resultado foi uma ampliação da participação do capital internacional no setor considerado até pouco tempo como carro-chefe da diplomacia comercial do presidente Lula.
     "Em 2007, apenas 7% do setor do etanol do Brasil estava em mãos estrangeiras. Nossa previsão para 2010 era de que essa taxa chegaria a 12%. Mas o que vimos foi que o número hoje já é de 22%", disse o representante chefe da Unica para a União Europeia, Emmanuel Desplechin.
Essa tendência vai continuar e até se aprofundar. "Nos próximos cinco anos, a projeção é de que 40% do setor seja já internacionalizado no Brasil", destacou. Segundo ele, os investimentos desde 2005 permitiram uma expansão da produção do etanol de 70% no País.
 
Consolidação
     Outra tendência que deve ser acelerada é a da consolidação do setor. O processo ganhou velocidade nos últimos dois anos diante da crise e do fato de que muitos usineiros não sobreviveram. Mas, hoje, os dez maiores grupos que atuam no Brasil controlam apenas 28% da produção.
     A Petrobrás já prometeu investir US$ 3,5 bilhões em etanol até 2014, principalmente em alianças com grupos estrangeiros. Segundo Marcelo Messeder, diretor da Petrobrás Biocombustível, a meta é a de ter uma expansão na produção de 193% em quatro anos. Já as exportações aumentariam 135% nesse período.
     Um dos contratos fechados neste ano pela Petrobrás foi com a Tereos. Ambas investirão US$ 2,4 bilhões até 2013 para transformar a Guarani, controlada pela Tereos, em uma líder no setor.
Outra gigante que aposta no etanol no Brasil é a Shell, que investiu US$ 12 bilhões em uma joint venture com a Cosan para criar a primeira multinacional do setor. Em entrevista ao Estado, Luis Scoffone, vice-presidente da Shell para energias alternativas, admitiu que a multinacional busca novas usinas para comprar. Segundo ele, o investimento anunciado até agora é apenas "uma parte da história". "Nossas metas vão bem além do Brasil", afirmou.

Fonte: Estado de S. Paulo

Cosan prevê preços altos para o açúcar


| De São Paulo
04/11/2010
A Cosan prevê que o aperto na oferta mundial de açúcar abre espaço para cotações ainda mais elevadas do que as atuais, que já são recordes. "O cenário está bastante apertado para os próximos três a seis meses. É necessário que os preços subam mais para haver uma postergação de compras no mercado internacional", disse Carlos Murilo Barros de Mello, diretor da área de açúcar da companhia.
Ontem, o contrato março da commodity na bolsa de Nova York fechou em leve alta a 30,15 centavos de dólar por libra-peso. Mello cita as perdas de safra na Rússia, Paquistão, China, África do Sul e Brasil para sustentar a tese altista. Mas principalmente um déficit mundial acumulado de 24 milhões de toneladas entre as safras 2008/09 e 2009/10, que não será recuperado com o superavit de 8 milhões de toneladas previsto para a temporada 2011/12.
Ele acredita que no longo prazo, os preços da commodity terão que ficar em 18 centavos de dólar para remunerar a indústria já instalada. Para estimular novos investimentos em aumento de produção, esse valor terá que saltar para 21 centavos de dólar a libra-peso. (FB)
Fonte: Valor On Line

Aporte da ADM em Santa Catarina acelera incremento da oferta de biodiesel no país

Para Domingo Lastra, presidente da ADM do Brasil, país constrói "robusta indústria nacional de combustíveis renováveis"
Dona da maior unidade de produção de biodiesel do Brasil em termos de capacidade diária de produção autorizada pelo governo, a americana ADM escolheu Joaçaba, em Santa Catarina, para ampliar sua aposta no segmento. Como informou ontem o Valor, a multinacional começará a construir na cidade catarinense, em março, a segunda planta brasileira do biocombustível, que elevará sua capacidade de produção total nesta frente em mais de 50%.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em Rondonópolis, Mato Grosso, onde está a unidade da múlti já em operação, a capacidade diária autorizada é de 955 metros cúbicos por dia. Granol, Brasil Ecodiesel, Caramuru Alimentos e Petrobras Biocombustíveis têm capacidades totais maiores, mas com mais unidades.
Em setembro, conforme a ANP, existiam 62 plantas de biodiesel autorizadas a operar no país, com capacidade total autorizada de 14,6 mil metros cúbicos diários. Já havia também autorização para quatro novas unidades e para a ampliação de outras nove, o que deverá representar, no total, mais 2,2 mil metros cúbicos diários.


Tais projetos ganharam mais fôlego a partir da elevação do percentual de mistura de biodiesel no diesel no país, que em 1º de janeiro deste ano aumentou de 3% para 5%. E fontes dessa indústria sustentam que seria possível, mesmo no curto prazo, partir para um salto para 20%.
"O Brasil tem sido um líder mundial na criação de uma robusta indústria nacional de combustíveis renováveis, que atende objetivos sociais e ambientais. E com a recente implementação da mistura de 5% de biodiesel em 2010 - três anos antes do previsto - a demanda por biodiesel no Brasil continua a crescer", afirmou Domingo Lastra, presidente da ADM do Brasil, em comunicado divulgado na terça-feira.
Segundo a empresa, a fábrica de biodiesel de Joaçaba, a primeira do segmento em Santa Catarina, deverá ser concluída no primeiro semestre de 2012. Ela será erguida dentro de um complexo de processamento de soja e refino de óleo da ADM já existente.
Nesse complexo, o grupo tem capacidade para processar 475 mil toneladas de soja em grão e refinar 73 mil toneladas de óleo de soja por ano. Com a nova planta de biodiesel, a capacidade de refino de óleo deverá aumentar para 110 mil toneladas anuais.
No comunicado em que Lastra comenta o aporte em biodiesel, a ADM lembra que iniciou operações no Brasil em 1997 - foi a última das grandes tradings multinacionais a chegar ao país, depois de Bunge, Cargill e Louis Dreyfus -, depois de comprar fábricas de processamento de soja em Rondonópolis (MT), Campo Grande (MS), Joaçaba (SC), Três Passos (RS) e Paranaguá (PR).
Em 2002, abriu uma fábrica de mistura de fertilizantes em Rondonópolis e em 2007 começou a produzir biodiesel no complexo localizado na cidade. Hoje também conta com outras duas misturadoras de adubos, em Catalão (GO) e Paranaguá, e com uma planta de processamento de cacau em Ilhéus (BA). Tem 3 mil funcionários e é a quinta maior exportadora do país.
A empresa não divulga seus resultados brasileiros, mas na terça-feira reportou os globais. No total, a receita líquida alcançou US$ 16,799 bilhões no trimestre até 30 de setembro, 12,6% que em igual intervalo do exercício anterior. O lucro líquido caiu 30,4%, para US$ 345 milhões.

Fonte: Valor On Line

PETROLÍFERAS AUMENTAM O ASSÉDIO A USINAS DE ETANOL


     O apetite cada vez mais intenso das petrolíferas pelo segmento sucroalcooleiro é tido como inevitável pela área produtiva do setor, mas a voracidade das empresas de petróleo surpreendeu as usinas brasileiras.

     Para Narciso Bertoldi, diretor comercial do Grupo USJ, as consolidações tornam os combustíveis complementares e não concorrentes. "Em busca de um desenho verde, dois ou três grandes players devem investir com mais voracidade no setor de álcool", prevê Bertoldi.

     A mais recente consolidação divulgada ocorreu no dia 25 de outubro, quando a Petrobras Distribuidora e a Petrobras Biocombustível anunciaram uma fusão com a Açúcar Guarani para o fornecimento, em quatro anos, de até 2,2 bilhões de litros de etanol. O montante injetado na parceira foi de R$ 2,1 bilhões.

     De acordo com Cristina Machado, pesquisadora do departamento de agroenergia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o mundo tem reconhecido cada vez mais a importância das energias renováveis. "A Petrobras investe em pesquisas para etanol de celulose, que tem contexto com biorrefinaria. As petrolíferas vão trazer avanço para o Brasil", afirma.

     Para o mercado, o baixo valor de ativos de produção, que torna mais viável a entrada no segmento, comparado aos de energia em geral é o principal atrativo.

     A pesquisadora considera ainda que essa tendência de fusão ocorre também devido à economia de escala, com a produção consequentemente maior.

     Segundo Machado, as indústrias de álcool brasileiras que são eficientes e competitivas, de acordo com a pesquisadora, não correm o risco de terem seus negócios ameaçados pelas petrolíferas. "Além de aumentar o volume de combustível no mercado, possibilita uma melhora nos preços ao consumidor final. As consolidações podem contribuir para "commoditizar" o etanol", diz.

     Levantamento da Datagro e da MBF Agribusiness mostra que em três anos foram realizadas 59 operações, nas quais 100 usinas estiveram envolvidas.

     Além da Petrobras com a Açúcar Guarani, Cosan e Shell fecharam acordo de R$ 21,2 bilhões para a criação de duas companhias para distribuição de etanol. Além disso, a ETH e a Brenco investiram R$ 5 bilhões na combinação de ativos e criação de nova empresa, na qual a ETH detém 65% de participação. A Bunge injetou R$ 2,6 bilhões na compra de 100% da participação das cinco unidades do Moema, e a Shree Renuka Sugars, com R$ 600 milhões, adquiriu 50,8% de participação da Equipav Açúcar e Álcool.

     Na safra 2009/2010, o segmento de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade movimentaram R$ 56 bilhões no País.

     O aumento de capital estrangeiro também tem contribuído para o avanço da competitividade do setor sucroalcooleiro do Brasil. Ainda de acordo com estudo da Datagro e MBF, hoje a participação de capital estrangeiro no setor corresponde a 25%.

     Para Eduardo Chaim, da Dextron Management Consulting, as participações estrangeiras devem avançar na mesma proporção em que as novas indústrias expandirem suas operações.

     Segundo o consultor, "As empresas internacionais estão mais bem posicionadas para mostrar o País como fornecedor confiável.

ENTIDADE INTERNACIONAL

     A International Ethanol Trade Association (Ietha), organização internacional, ganhou mais mais um associado: a holandesa North Sea Global Ethanol, trading de etanol, subsidiária do Grupo North Sea.

     Segundo Joseph Sherman, diretor-executivo da Ietha, a parceria fortalece a missão da empresa para transformar o etanol combustível em uma commodity (DCI, 4/11/10)

Fonte: G1