segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nossa competitividade não será manchada pelo câmbio

"Não seremos mais aquele país que dirá não aos juros baixos", afirmou Dilma

Em discurso, presidente Dilma Rousseff defende medidas protecionistas no combate à crise.
A presidente Dilma Rousseff defendeu mecanismos de proteção à indústria, como a recente elevação do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para os importados, como a melhor forma de assegurar a estabilidade econômica durante as turbulências internacionais.
"Queremos competir, mas não podemos deixar que nossa competitividade seja manchada por mecanismos cambiais ou financeiros de economias em crise. Nós podemos usar o protecionismo como instrumento de desenvolvimento", disse no evento "A construção de um Brasil competitivo", realizado hoje na capital paulista.
A presidente destacou que o Brasil está mais preparado para enfrentar a crise do que em 2008, mas que não deve repetir os erros do passado.
"Temos uma estrutura financeira bem regulamentada, R$ 350 bilhões em reservas e R$ 420 bilhões em depósitos compulsórios. Não seremos mais aquele país que dirá não aos juros baixos", afirmou.
"Enquanto a deflação ameaça a economia mundial e a crise ganha maiores proporções, dessa vez vamos aproveitar. Temos as condições para reiniciar um ciclo de redução dos juros graças ao compromisso com o reajuste fiscal", complementou.
Ela destacou que a avaliação do governo não é de que "desta vez" o país está imune ao que acontece lá fora. "É preciso continuar defendendo nossos empregos e exigindo que a indústria utilize mais produtos nacionais na cadeia. Essa é a nossa oportunidade de conquistar o lugar de destaque que merecemos no mundo", ressaltou.
Como medidas que incentivam investimentos em competitividade por parte da iniciativa privada, Dilma destacou o PSI, do BNDES, que deverá inserir R$ 75 bilhões em créditos para aquisição de bens de capital, além da ampliação do Super Simples e desoneração da folha de pagamento de alguns setores, como o têxtil.
"Por muitos anos investimos sem pensar no longo prazo e comprometemos diversos outros setores em detrimento da infraestrutura. Passamos de uma taxa de investimentos de 1,6% do PIB em 2006 para 3,27% em 2010 e vamos manter aportes por meio do PAC. Entretanto, precisamos de mais participação do setor privado para crescer", disse.





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