sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vale vai investir US$ 24 bilhões em 2011

Segundo o presidente da empresa, programa de investimentos é o maior da história da mineração
28 de outubro de 2010 | 22h 30

Chiara Quintão, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Um dia depois de anunciar um lucro trimestral recorde de R$ 10,5 bilhões (US$ 6 bilhões), a Vale divulgou na quinta-feira um plano de investimentos também recorde. A mineradora projeta investir US$ 24 bilhões em 2011, quase o dobro dos US$ 12,9 bilhões programados para até o final deste ano.
Segundo o presidente da mineradora, Roger Agnelli, esse será o maior investimento da história da indústria de mineração. Ele afirmou ainda que os investimentos serão financiados "plenamente" pela geração de caixa da mineradora.
Do total de investimentos, de acordo com a empresa, 63,8% (US$ 15,3 bilhões) será aplicado no Brasil, onde se encontra a maioria dos ativos de minério de ferro, logística e fertilizantes da empresa. Para o Canadá, onde a companhia tem a maior parte de seus projetos de níquel, foi destinada uma verba de US$ 1,959 bilhão. Já a Argentina receberá US$ 1,393 bilhão, seguida pela China, com US$ 663 milhões, e a Austrália, com US$ 436 milhões. A empresa também vai investir na Indonésia, Omã, Malásia, Peru, Colômbia, Libéria e Zâmbia.
Os projetos de minério de ferro, pelotas, manganês e ferro-liga deverão receber US$ 8,5 bilhões, ou 35% do total de investimentos. A segunda área a receber mais verba será a de logística: o segmento ficará com US$ 5 bilhões, 21% do total. Já o setor de metais base receberá 18% dos investimentos planejados para 2011 (US$ 4,310 bilhões), seguido por fertilizantes, que ganha um papel de maior destaque ao ficar com US$ 2,505 bilhões, o que representa 10,4% do orçamento total.
Os investimentos em projetos de carvão somam US$ 1,588 bilhão (6,8%) em 2011, enquanto os de energia totalizam US$ 794 milhões (3,3%), os de siderurgia chegam a US$ 677 milhões (2,8%) e outros projetos somam US$ 590 milhões (2,5%).
Carajás
No caso do minério de ferro, o orçamento para 2011 está ancorado principalmente em projetos de expansão em Carajás, no Pará. A empresa explicou que os principais projetos nesse segmento envolvem um aumento de capacidade de 191 milhões de toneladas por ano, sendo que a maior parte dessa expansão virá de Carajás – 130 milhões de toneladas.
Com orçamento de US$ 1,172 bilhão para o ano que vem, o projeto Carajás Serra Sul é o maior da história da Vale e também da indústria mundial, com capacidade de produção de 90 milhões de toneladas por ano. A conclusão do projeto está prevista para o segundo semestre de 2014. Já o projeto Serra Leste vai receber US$ 274 milhões e vai adicionar 10 milhões de toneladas a partir do primeiro semestre de 2012. O investimento engloba equipamentos de mina, usina de beneficiamento e em logística.
Segundo a Vale, Carajás e Simandou, na África, oferecem a "melhor plataforma" de crescimento de minério de ferro. "Minérios de alta qualidade apresentam menores custos operacionais e um valor em uso superior para a indústria siderúrgica, evidenciado pelo prêmio no preço dado pelo mercado", destaca a empresa. A Vale ressalta ainda que a demanda por minérios de alta qualidade é menos sensível a recessões econômicas.
De acordo com Roger Agnelli, a tendência para o preço do minério de ferro é oscilar em torno dos valores atuais da commodity no mercado à vista (spot) chinês. "Não se pode dizer hoje se a variação para o primeiro trimestre de 2011 vai ser positiva ou negativa", disse. Segundo o mercado, houve retração de 8% a 13% nos valores contratuais do minério fechados para o quarto trimestre.
Ao ser questionado sobre sua permanência à frente da mineradora após a eleição presidencial, Agnelli disse apenas que a empresa é importante para o Brasil em qualquer cenário. "Qualquer governo vai querer trabalhar de maneira próxima da Vale, e a Vale vai querer estar próxima de qualquer governo", disse. Ele informou que já houve um posicionamento (da Vale) em relação à questão, e completou: "Dispenso qualquer comentário". A Vale informou em comunicado esta semana que o tema de uma possível troca no comando da empresa "jamais foi tratado" pelos acionistas controladores.
Fonte. Estado de S. Paulo

Petrobrás definirá projeto de refinarias premium nas próximas semanas

Refinarias do Ceará e Maranhão serão feitas em conjunto
28 de outubro de 2010 | 17h 50

Kelly Lima, da Agência Estado
RIO - O diretor de Abastecimento e Refino da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, disse nesta quinta-feira, 28, que está contratando para as refinarias premium do Ceará e Maranhão, que serão feitas em conjunto. Segundo ele, o contrato com a empresa que fará o projeto vai ser assinado nas próximas semanas.
A Refinaria do Ceará tem 70% do levantamento da terraplenagem concluído e seu cronograma está mantido para início das operações em 2017, com capacidade para processar 300 mil barris por dia.
Costa está participando neste momento de entrevista coletiva, junto com o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, e demais diretores da empresa.
Fonte: Estado de S.Paulo

Refinarias são as mais caras do mundo

Estudo mostra que as refinarias da Petrobrás em Pernambuco, Maranhão e Ceará vão custar mais que o dobro da média internacional
29 de outubro de 2010 | 0h 00

Kelly Lima / RIO - O Estado de S.Paulo
Polêmicas desde o anúncio do projeto, as novas refinarias da Petrobrás estão entre as mais caras do mundo, revela levantamento do banco Credit Suisse. A ampliação do parque de refino - necessária ante o aumento da produção nos próximos anos - voltou a ser criticada pelo mercado como um dos fatores que devem segurar a cotação das ações da estatal.
O argumento é que o refino, ao contrário da área de exploração, traz margens pequenas de ganho, enquanto exige um volume extraordinário de recursos. Os custos das unidades programadas e a sua localização são os principais alvos de críticas.
Estudo preparado pelo analista Emerson Leite, do Credit Suisse, aponta que as refinarias previstas para o Nordeste - Abreu e Lima (PE), Premiuns I (MA) e II (CE) - apresentam maior custo por barril, se comparadas a outras refinarias em construção no mundo no momento, especialmente na Índia e na China.
Infraestrutura. Enquanto a média de investimentos mundial gira em torno de US$ 18/barril, no Brasil a média é de US$ 40/barril. O investimento previsto na Abreu e Lima, por exemplo, deve exceder US$ 12 bilhões para produção de 230 mil barris por dia. Para uma unidade semelhante na China, a estatal CNOOC investiu US$ 3 bilhões, indica o relatório.
"A principal razão para o aumento dos custos, a nosso ver, é a falta de infraestrutura nos locais escolhidos pela Petrobrás para instalar suas refinarias, ou seja, os Estados de Pernambuco, Ceará e Maranhão. Os três localizados em uma área relativamente pouco desenvolvida, com um pequeno mercado de produtos petrolíferos em relação ao Sul e Sudeste, e praticamente sem produção de petróleo", considera o analista em seu relatório.
O diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, sustenta que uma parte considerável dos custos de uma refinaria no Brasil refere-se a "fatores extramuros", ligados a questões de infraestrutura, o que dificulta comparações. E argumenta que isso ocorre independentemente de regiões, citando como exemplo o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), na Região Sudeste.
"Além da refinaria propriamente dita, os projetos envolvem obras de porto, estradas, geração de energia. São fatores extramuros que não há como comparar, por exemplo, com um investimento no Texas, onde a infraestrutura é muito diferente." Segundo o diretor, mesmo a comparação com países menos desenvolvidos, como a Índia, fica prejudicada. "Temos avanços aqui dos quais não podemos abrir mão", disse ele, referindo-se ao tratamento dispensado à mão de obra no Brasil e outros países, como China e Índia.
Custos altos. O executivo também citou boletim da Cambridge Energy Research Associates (Cera), deste ano, que diz que os custos com a construção de novas refinarias aumentaram 1,5% em relação ao ano passado e já estão a apenas 6,5% do pico de 2008.
"As atividade de construção (de refinarias) continuam a avançar em países em desenvolvimento, como China, Índia e Oriente Médio, por causa das perspectivas de maior demanda de produtos refinados e das políticas governamentais de apoio que estes investimentos recebem do governo", diz.
Para Emerson Leite, outro ponto importante é que, apesar de estarem destinadas a produzir um diesel de melhor qualidade do que o de outras unidades de refino, a Petrobrás não poderá aumentar sua margem de ganho sobre este produto, pelo menos no mercado interno. Isso porque já cobra pelo diesel e pela gasolina um preço mais elevado do que o do mercado internacional.
Fonte: Estado de S. Paulo

Braskem investirá US$ 100 mi em fábrica de plástico verde

Nova unidade utilizará etanol de cana-de-açúcar como matéria-prima
por Agência EFE
 
A fábrica de eteno verde, com capacidade para produzir 200 mil toneladas de resinas plásticas, começou a funcionar no mês passado em Triunfo, no Rio Grande do Sul
A Braskem, fabricante de resinas da América Latina e que no mês passado inaugurou uma fábrica para produzir eteno a partir da cana-de-açúcar, anunciou nesta quinta-feira (28/10) a construção de uma unidade industrial de propeno verde, um dos plásticos de maior demanda no mundo.

Para construir a fábrica, com capacidade de produção de 30 mil toneladas anuais, a empresa deve investir US$ 100 milhões. Segundo informações da companhia, a etapa conceitual do projeto foi concluída e a previsão é de que em 2011 sejam finalizados os estudos de engenharia básica, aprovação e implantação da unidade para início de operação no segundo semestre de 2013.

A nova unidade também utilizará como matéria-prima etanol de cana-de-açúcar em vez de petróleo. De acordo com a Braskem, o propeno verde será fabricado graças a uma tecnologia já testada industrialmente e que permite obter um produto com as mesmas propriedades técnicas e o mesmo desempenho do plástico produzido a partir de petróleo.

Estudos preliminares de eficiência ecológica, realizados pela indústria, foram bem-sucedidos e mostraram que cada tonelada de propeno verde produzido permite capturar e fixar 2,3 toneladas de dióxido de carbono.
Fonte: Folha de S. Paulo

Brakem mira México em busca de expansão mundial

 
A Braskem vai iniciar em 2015 a produção de resina no norte do México. O plano da companhia é expandir suas atividades no exterior.
A projeção do consumo de demanda de resina no México em 2014 é de 2 milhões de toneladas, dos quais 1,6 milhão será produzido pela companhia.
Os investimentos da companhia poderão chegar em US$ 2,5 bilhões.
A importância da operação é geográfica e estratégica, de acordo com o presidente da empresa Bernardo Gradin.
"Com esse projeto, nós vamos posicionar a Braskem na América do Norte e na América do Sul", afirma o executivo.
"Visamos atender todo o mercado mexicano, começar a servir o americano e partir para novas fronteiras", diz Gradin.
"O México é um passo importante porque importa mais resina do que produz, a demanda do país é maior do que a capacidade que tem de fabricá-la."
Mesmo com o projeto, em cinco anos, a demanda mexicana vai continuar maior do que a produção, de acordo com as estimativas da Braskem.
No ano passado, a brasileira venceu em parceria com a mexicana Idesa um leilão promovido pela estatal Pemex Gás e Petroquímica Básica para compra, por 20 anos, de 66 mil barris diários de etanol.
O álcool será usado como matéria-prima no complexo petroquímico a ser construído em Coatzacoalcos, no Estado mexicano de Veracruz.

BIORREFINO
A Braskem constituiu um conselho de notáveis com 300 cientistas de diversas partes do mundo, que prestarão consultoria em pesquisa e desenvolvimento. A primeira reunião do grupo deve ocorrer em dezembro.
"Em quatro anos, teremos 600 cientistas. Poucas empresas no Brasil têm isso", diz. Um dos focos dos cientistas será o desenvolvimento de materiais especiais a partir do biorrefino.


Fonte: Folha On Line

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Petrolíferas avançam no setor de álcool

Segundo analistas, valor baixo de ativos e competitividade do combustível incentivam consolidação no mercado

Petrobras e Açúcar Guarani anunciaram anteontem contrato de R$ 2,1 bilhões para fornecimento de etanol

GRAZIELLE SCHNEIDER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A consolidação do mercado de álcool combustível brasileiro por meio de parcerias entre empresas petrolíferas e sucroalcooleiras é uma tendência, afirmam especialistas consultados pela Folha.
Anteontem, a Petrobras Distribuidora e a Petrobras Biocombustível, subsidiárias da Petrobras, anunciaram contrato com a Açúcar Guarani no valor de R$ 2,1 bilhões para fornecimento de até 2,2 bilhões de litros de etanol em quatro anos.
O contrato é parte da parceria estratégica firmada em abril entre a Tereos Internacional, da qual a Guarani é subsidiária, e a Petrobras Biocombustível.
À época, a Petrobras disse em comunicado que o objetivo da parceria era "acelerar seu crescimento na indústria brasileira de etanol, açúcar e bioenergia".
Em agosto, Shell e Cosan já haviam anunciado acordo vinculante para a formação de uma joint venture para a produção e a comercialização de etanol.

COMPETITIVIDADE
O movimento ocorre, para Plínio Nastari, presidente da consultoria de etanol e açúcar Datagro, porque o álcool de cana já é visto como competitivo ante o petróleo.
Além disso, ele destaca o valor baixo dos ativos de produção em relação aos do mercado de energia em geral, o que torna mais barata a entrada no setor.
Adriano Pires, consultor em energia e diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), ressalta ainda o que chama de "commoditização" do etanol, que se transformou em "um combustível que não é mais uma alternativa, e sim uma realidade".
"Não que vá virar o novo petróleo, ou que o Brasil vá virar a "Arábia Saudita verde", como o presidente Lula já afirmou. Mas o etanol vai ser importante para a mistura com a gasolina, para deixá-la mais limpa", diz.
Para Amarílis Romano, consultora em biocombustíveis da Tendências, as empresas estão buscando entrar no setor com o know-how de quem é grande no mercado.
"O mercado de energia é maior que só petróleo, e sempre cai bem uma participação em biocombustíveis."

DESNACIONALIZAÇÃO
Pires afirma que o combustível, historicamente "verde-amarelo", está sofrendo uma "desnacionalização" com a saída das famílias tradicionais do processo de solidificação e profissionalização das sucroalcooleiras.
"Talvez tirando a ETH [Bioenergia, da Odebrecht], que é uma empresa genuinamente brasileira, os grupos que estão consolidando o setor têm sempre a presença estrangeira", diz.
Análise divulgada no início deste ano pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e pelo Ministério de Minas e Energia aponta que a participação estrangeira na capacidade de moagem de cana passou de inexpressiva, na safra 2005/ 2006, para 40% na safra 2010/ 2011.
Fonte: Folha On Line

ADM avalia vender sua participação em usina no Brasil


Mônica Scaramuzzo | De São Paulo
27/10/2010
A multinacional americana Archer Daniel Midland (ADM), maior produtora de etanol de milho do mundo, avalia se desfazer de seu ativo alcooleiro no Brasil. Segundo apurou o Valor, a companhia deverá colocar à venda a participação de 49% que mantém na usina Limeira do Oeste, no Triângulo Mineiro. Os 51% restantes pertencem ao ex-ministro da Agricultura Antonio Cabrera.
A gigante americana, uma das quatro maiores tradings de grãos do planeta, tem até o direito de preferência para adquirir a fatia de Cabrera, mas já não demonstrou interesse em exercê-lo. Fontes próximas à parceria afirmam que foi o primeiro passo para pavimentar o caminho de saída da sociedade. Procurada, a ADM limitou-se a informar que "não comenta rumores e especulações". O ex-ministro, que estaria procurando outro sócio, também preferiu não conceder entrevista.
ADM e Cabrera também estão juntos em um projeto "greenfield" (construção a partir do zero) em Jataí (GO). Este ainda não saiu do papel, e o novo sócio estratégico será vital para que as obras de fato tenham início.
Os projetos de Limeira do Oeste e Jataí, anunciados em 2008, marcaram a estreia da ADM no segmento sucroalcooleiro brasileiro. Em Jataí ainda não houve investimentos, mas a unidade de Limeira do Oeste tem capacidade para processar 3 milhões de toneladas de cana por safra. Com base nessa capacidade e um valor de venda estimada em US$ 120 por tonelada de cana, a venda da participação da múlti poderá ser fechada por cerca de US$ 360 milhões.
Fontes da área afirmam que já há negociações em curso para a transferência da fatia americana, e que elas ganharam corpo nos últimos dias. Cinco grupos estão no páreo, entre os quais o belga Alco Group (Alcotra) e o Noble. Ambos também foram procurados pelo Valor e preferiram não se pronunciar a respeito. Nas conversações, Cabrera admitiu reduzir sua participação na usina do Triângulo Mineiro de 51% para 20%
No caso da unidade de Jataí, a que continua no papel, a capacidade de moagem foi projetada para processar 2 milhões de toneladas. Inicialmente o foco deverá estar na produção de etanol e na cogeração de energia a partir do bagaço de cana. Os investimentos previstos chegam a R$ 500 milhões.
No Brasil desde 1997, a ADM é a terceira maior processadora de soja e a segunda maior processadora de cacau do país. O grupo opera quatro fábricas de processamento de soja com refinarias, uma processadora de cacau e três misturadoras de fertilizantes. A múlti também é dona da maior planta de biodiesel do Brasil. Localizada em Rondonópolis (MT), a fábrica começou a rodar em escala industrial em janeiro de 2008. O grupo também produz farelo voltado para a produção ração animal e óleo destinado ao consumo humano. (Colaborou FB)
Fonte: Valor On Line

CSN estuda abrir fábricas de cimento na América Latina


O Estado de S. Paulo - 27/10/2010
 
 Investimento previsto pelo grupo é de US$ 2 bilhões, que inclui a construção de três fábricas no Brasil

A CSN planeja investir US$ 2 bilhões para construir três fábricas de cimento no Brasil e também em vários países da América Latina nos próximos três anos. A afirmação é do presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch.
"O Brasil será o primeiro. Cerca de metade desse valor será (investida) no Brasil", afirmou. A outra metade deve ser para investimentos em países ainda em estudo, grupo no qual se incluem Colômbia, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Peru. A companhia quer ter uma capacidade de produção total de 10 milhões de toneladas de cimento por ano no Brasil e em outros países sul-americanos.
O presidente-executivo da CSN está incentivando seu grupo a se diversificar para além da produção de aço em direção a materiais de construção, logística e mineração. A CSN entrou no negócio de cimento no ano passado, com a abertura de uma fábrica em seu complexo siderúrgico no Rio de Janeiro. A expectativa é a de que a unidade deverá produzir cerca de 250 mil toneladas de cimento por mês até o fim deste ano.

Mineração. A CSN espera para o início do próximo ano a listagem das ações de suas operações de minério de ferro. Segundo o executivo, negociações com sócios asiáticos da unidade de minério Namisa "estão indo bem". A intenção é fundir esse ativo com a mina Casa de Pedra para elevar o valor do negócio de mineração do grupo para a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). "O desafio é decidir quais termos vão reger a parceria", diz Steinbruch.

Com a listagem da operação de minério de ferro, o executivo espera que a CSN eleve o valor do negócio e levante recursos para aquisições. Ao deter a maior parte dos ativos que poderão formar a nova unidade de mineração listada, no entanto, a CSN poderia diluir a posição dos sócios asiáticos na Namisa. Alguns deles são as siderúrgicas coreana Posco e a japonesa Nippon Steel. O consórcio asiático, chamado de Big Jump, pagou cerca de US$ 3 bilhões pela participação de 40% na Namisa, em 2008.

Analistas estimam que a CSN possa levantar até US$ 3,5 bilhões de dólares com a venda de uma participação da unidade de minério de ferro no IPO, o que deve incluir a mina Casa de Pedra, a Namisa e algumas ligações logísticas entre áreas produtoras e porto. A unidade de minério de ferro da CSN é a operação de crescimento mais rápido e tem incentivado a expansão do conglomerado, segundo analistas.

O Estado de S. Paulo - 27/10/2010
 
 Investimento previsto pelo grupo é de US$ 2 bilhões, que inclui a construção de três fábricas no Brasil

A CSN planeja investir US$ 2 bilhões para construir três fábricas de cimento no Brasil e também em vários países da América Latina nos próximos três anos. A afirmação é do presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch.
"O Brasil será o primeiro. Cerca de metade desse valor será (investida) no Brasil", afirmou. A outra metade deve ser para investimentos em países ainda em estudo, grupo no qual se incluem Colômbia, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Peru. A companhia quer ter uma capacidade de produção total de 10 milhões de toneladas de cimento por ano no Brasil e em outros países sul-americanos.
O presidente-executivo da CSN está incentivando seu grupo a se diversificar para além da produção de aço em direção a materiais de construção, logística e mineração. A CSN entrou no negócio de cimento no ano passado, com a abertura de uma fábrica em seu complexo siderúrgico no Rio de Janeiro. A expectativa é a de que a unidade deverá produzir cerca de 250 mil toneladas de cimento por mês até o fim deste ano.

Mineração. A CSN espera para o início do próximo ano a listagem das ações de suas operações de minério de ferro. Segundo o executivo, negociações com sócios asiáticos da unidade de minério Namisa "estão indo bem". A intenção é fundir esse ativo com a mina Casa de Pedra para elevar o valor do negócio de mineração do grupo para a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). "O desafio é decidir quais termos vão reger a parceria", diz Steinbruch.

Com a listagem da operação de minério de ferro, o executivo espera que a CSN eleve o valor do negócio e levante recursos para aquisições. Ao deter a maior parte dos ativos que poderão formar a nova unidade de mineração listada, no entanto, a CSN poderia diluir a posição dos sócios asiáticos na Namisa. Alguns deles são as siderúrgicas coreana Posco e a japonesa Nippon Steel. O consórcio asiático, chamado de Big Jump, pagou cerca de US$ 3 bilhões pela participação de 40% na Namisa, em 2008.

Analistas estimam que a CSN possa levantar até US$ 3,5 bilhões de dólares com a venda de uma participação da unidade de minério de ferro no IPO, o que deve incluir a mina Casa de Pedra, a Namisa e algumas ligações logísticas entre áreas produtoras e porto. A unidade de minério de ferro da CSN é a operação de crescimento mais rápido e tem incentivado a expansão do conglomerado, segundo analistas.


Fonte: Estado de S. Paulo

Siderúrgicas veem mercado se recuperar

Em evento realizado na Argentina, empresários mostraram preocupação com crescimento da China no setor
27 de outubro de 2010 | 0h 00


Otimismo, mas com precaução. Esse era o clima do encontro que reuniu, na Argentina, empresários da cadeia do aço. A reunião de encerramento do Instituto Latino-americano do Ferro e do Aço (Ilafa), contou com a presença de 1,3 mil executivos de empresas de 36 países - entre indústrias do setor siderúrgico, metalúrgicas e de mineração.
O evento avaliou os desafios do setor nos tempos pós-crise, especialmente a concorrência da China, que se transformou no principal pesadelo desses empresários. "A Ásia representava 25% do mercado mundial de aço em 1980. Hoje, equivale a 65% do mercado", disse Gordon Moffat, diretor-geral da Confederação Europeia de Siderurgia (Eurofer). "Os EUA e a União Europeia, que em 1980 representavam, respectivamente, 27% e 17%, atualmente equivalem a 11% e 7% do mercado mundial." Segundo Moffat, a América Latina, que equivalia a 5% do mercado, atualmente tem 4,7%.
André Gerdau Johannpeter, presidente da Gerdau, disse que há uma recuperação da produção de aço mundial, mas que "a China foi a protagonista dessa retomada". O executivo sustentou que a recuperação latino-americana foi mais rápida do que nos países desenvolvidos. No entanto, o problema é a "volatilidade dos preços" da matéria-prima. Para complicar, ele explicou que "as importações se recuperaram de forma mais rápida do que as exportações latino-americanas de aço". Gerdau citou o caso do Brasil, onde as importações de aço cresceram 250% em comparação com 2008, enquanto as exportações aumentaram apenas 50% no mesmo período.
Uma pesquisa realizada pela organização do evento deixou evidente o temor em relação à China. Do total, 73% dos presentes acreditavam que, em 2011, o país asiático será "uma grande exportadora de aço". Só 3% achavam que a China será um grande importador. Pelo levantamento, 59% dos empresários acreditam que a demanda de aço em 2011 será de 5% a 10% maior que em 2010.
Fonte: Estado de S. Paulo

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Curtas

Cosan no açúcar...A Cosan registrou receita líquida de R$ 1,107 bilhão nos negócios de açúcar no segundo trimestre de seu exercício social 2011, encerrado em 30 de setembro passado. Na comparação com igual intervalo do exercício 2010, houve aumento de 42,7%.
...na área de etanol...
Nos negócios com etanol, por sua vez, a receita líquida da empresa alcançou R$ 532,4 milhões no mesmo período, um incremento de 62,4% em relação ao trimestre entre os meses de julho a setembro do ano passado.
...e na cogeração
Na cogeração de energia, a receita líquida foi de R$ 79,3 milhões, alta de 102,8%. Segundo a empresa, são todos resultados prévios. No total, a receita da companhia atingiu R$ 4,7 bilhões no segundo trimestre do exercício, um salto de 32,1%.


Fonte: Valor On Line

John Deere investe R$ 60 milhões em Goiás

Alexandre Inacio | De São Paulo
25/10/2010

A unidade que a americana John Deere tem em Catalão (GO) e produz atualmente apenas colhedoras para cana-de-açúcar passará a fabricar também pulverizadores. Para isso, a planta receberá durante os próximos quatro anos investimentos de R$ 60 milhões para ampliar sua estrutura e elevar sua capacidade produtiva.
Com o investimento na linha de pulverizadores, a empresa fecha um ciclo passa a ter todo seu sistema de produtos mecanizados produzidos no Brasil. Atualmente, os pulverizadores comercializados pela John Deere no mercado nacional são importados.
"Nacionalizar a produção faz parte do nosso projeto de aumentar a produtividade da lavoura dos clientes, reduzir os custos operacionais e de investimentos, independentemente do tamanho da propriedade agrícola", afirma Alfredo Miguel Neto, diretor de assuntos corporativos para a América do Sul da John Deere.
Ao nacionalizar o produto importado, a multinacional consegue incluir a máquina nas linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Apesar de ter unidades em Montenegro (RS), onde fabrica tratores, e também em Horizontina (RS), de onde saem colheitadeiras e plantadeiras, Catalão, segundo Miguel Neto, reúne características estratégicas que pesaram no momento da decisão. O executivo lembra que a posição geográfica de Goiás, as condições logísticas favoráveis e a disponibilidade de mão de obra pesaram no momento de direcionar o investimento para a ampliação.
A John Deere não revela qual o volume de vendas que tem hoje de seus pulverizadores importados, nem a capacidade de produção de sua nova linha. A única informação até o momento é que as primeiras unidades estarão no mercado em 2012. "Esses são números estratégicos. Ainda estamos analisando o mercado para saber quais pulverizadores serão produzidos", diz Miguel Neto.
Fonte: Valor On Line

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Caixa das empresas e juros baixos incentivam fusões

Alex Ribeiro | De Washington
21/10/2010
A combinação de forte caixa das empresas multinacionais e dinheiro barato criado pelo Fed, o banco central americano, está levando ao reaquecimento das fusões e aquisições entre empresas. Em termos globais, ainda há um longo e incerto caminho para retornar aos níveis pré-crise, mas bancos de investimentos de Wall Street dizem que os emergentes, o Brasil em especial, lideram a retomada.
A previsão do Credit Suisse é que o volume de transações cresça entre 15% e 20% neste ano, em relação a 2009, chegando a US$ 2,5 trilhões no mundo todo. Não deixa de ser uma recuperação, mas o desempenho ainda está muito abaixo dos US$ 4,2 trilhões de 2007. Para a América Latina, porém, a sensação é de uma enxurrada de fusões e aquisições, com um recorde de US$ 190 bilhões nos nove primeiros meses do ano, dos quais pouco mais da metade para o Brasil.
"Todas as empresas que têm ambições globais devem estar avaliando o Brasil", afirma o presidente para a América Latina do J.P. Morgan, Nicolas Aguzin. Só nesta semana, por exemplo, o Banco Santander anunciou a venda de 5% de suas operações brasileiras por US$ 2,7 bilhões para o Quatar Holdings, o fundo soberano do Quatar. Outra operação que ganhou destaque é a disputa entre CPFL e a Cemig para comprar a Elektra.
Um dos principais motores da retomada é o caixa, calculado em US$ 3 trilhões, acumulado pelas maiores multinacionais do mundo, depois de uma série de medidas de corte de custos e de aumento de liquidez colocadas em prática para enfrentar a crise.
"O dinheiro acumulado pelas empresas nos seus balanços está em níveis recordes", afirma o presidente do Citibank para a América Latina, Eduardo Cruz. "Começamos a ver essas grandes companhias mais dispostas a apostar em fusões e aquisições para crescer".
A política monetária expansionista patrocinada pelo Fed, que amplia o volume de dinheiro em circulação para reanimar a economia, reduz custos de quem quer tomar recursos emprestados para financiar fusões e aquisições.
O dinheiro barato também favorece o renascimento das operações feitas por fundos de "private equity", que compram empresas, geralmente com financiamento, para revendê-las mais adiante. "Vimos novos personagens entrando no mercado brasileiro, como Carlyle e a Apax", afirma Aguzin, do J.P. Morgan. "Esse é apenas o começo e provavelmente vamos ver mais".
Fonte: Valor On Line

Gabrielli põe governança em discussão

Graziella Valenti | De São Paulo
21/10/2010
Foco de discussão em outras campanhas eleitorais, desta vez a Petrobras, por meio de seu presidente, José Sérgio Gabrielli, entrou no debate ao sair publicamente em campanha atacando a administração da estatal durante a gestão do PSDB e enaltecendo a administração atual. Com isso, provocou discussões entre investidores e especialistas sobre a governança corporativa das estatais. "O administrador deve lealdade à companhia e não ao controlador", diz Edison Garcia, da Associação de Investidores no Mercado de Capitais, que disse tratar-se de questão técnica, já que a obrigação consta da Lei das S.A. A assessoria da estatal afirma que Gabrielli "não participou de debate eleitoral". "Ele defendeu o modelo de negócios que considera mais adequado para a Petrobras".
Fonte: Valor On Line

Acionistas reagem a Gabrielli em campanha

Eleições: Críticas do presidente da Petrobras à gestão anterior levantam debate sobre governança corporativa 

Gabrielli: presidente da Petrobras alega que defendeu modelo de negócios e não se envolveu na campanha
Protagonista nas campanhas presidenciais de 2002 e 2006, a Petrobras voltou ao centro do debate eleitoral este ano, mas com um ingrediente inédito. A própria empresa, na figura de seu presidente, José Sergio Gabrielli, expôs-se na defesa da candidatura Dilma Rousseff (PT). O executivo saiu publicamente em campanha, ao atacar a administração da estatal durante a gestão do PSDB e defender a administração atual . É a primeira vez que o executivo-chefe da maior empresa brasileira expõe-se no debate eleitoral.
O envolvimento levou à reação de acionistas da empresa. "O administrador deve lealdade à companhia e não ao controlador", enfatizou Edison Garcia, superintendente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), que disse se tratar de uma questão técnica, uma vez que a obrigação está prevista na Lei das Sociedades por Ações. "O desvio dessa conduta provoca perda do valor da companhia e a queda de suas ações." Segundo Garcia, os avanços no conceito de governança no Brasil nos últimos anos estiveram concentrados nessa separação do papel do administrador. "Mas ainda falta esse avanço ocorrer nas estatais, de forma geral."
Primeiro Gabrielli fez uma carta respondendo às críticas de David Zylbersztajn, que foi presidente da Agência Nacional de Petróleo (ANP) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), na qual afirmou que o PSDB trabalhava pela "privatização" e pelo "desmonte" da Petrobras. Zylbersztajn, por sua vez, estava respondendo a citações feitas pela candidata Dilma Rousseff (PT) durante o primeiro debate do segundo turno. As críticas de Gabrielli foram repetidas em seguida em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo". O ex-presidente FHC negou qualquer intenção de privatização e o enfraquecimento da empresa.
O envolvimento de Gabrielli na disputa política, extrapolando seu papel de administrador de companhia estatal e aberta, provocou mais uma vez discussões sobre a governança corporativa de empresas públicas entre especialistas e os incomodou investidores, em especial neste momento em que a companhia tem pela frente os desafios da exploração do pré-sal. Outro fato que chamou atenção foi a antecipação do lançamento da operação comercial do campo de Tupi para antes da votação do segundo turno, fato que estava inicialmente previsto para o fim deste ano.
Questionada sobre a conduta de Gabrielli, a assessoria de imprensa da estatal afirma que o executivo "não participou de debate eleitoral". "Ele se manifestou com o intuito de discutir o futuro da empresa, que é sua atribuição, independentemente do período eleitoral. Ao comparar a gestão da Petrobras dos últimos oito anos com a gestão da diretoria dos anos anteriores, o presidente Gabrielli defendeu, como sempre o fez, o modelo de negócios que considera mais adequado para a Petrobras, com mais eficiência e resultados", diz a resposta da empresa.
Na opinião da professora Roberta Prado, da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a conduta chama atenção, especialmente porque vem depois da megacapitalização da companhia, na qual investidores nacionais e internacionais participaram com R$ 40 bilhões. " Ele deveria estar focado no negócio, que é o papel do administrador." O envolvimento do executivo na cena política acaba gerando intranquilidade, na medida em que não traz segurança sobre a separação dos interesse de governo dos da companhia, segundo a especialista.
Essa, aliás, é uma preocupação presente desde a oferta de ações, pois o governo aportou R$ 80 bilhões e elevou sua participação de 39% para 48% do capital total. Os investidores estrangeiros foram duros nas críticas à empresa e ao governo nesse processo, alegando que foram forçosamente diluídos.
Para investidores, não faltam desafios operacionais para Gabrielli se dedicar neste momento.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) lançou em 2005 o primeiro e o único documento com diretrizes para governança de estatais, com destaque para a separação das decisões de negócio das políticas, de forma a reduzir a interferência na gestão diária.
No Brasil, é grande a presença de estatais no mercado. Elas respondem por 15% do Índice Bovespa. Só a Petrobras tem 10% do indicador. É a maior empresa do país, avaliada em R$ 350 bilhões.
Alexandre Di Miceli, professor da Universidade de São Paulo (USP), lembra em seu livro "Governança Corporativa no Brasil e no Mundo" lembra que se trata de um desafio de toda a América Latina.
A preocupação com a governança das empresas estatais é crescente. A Amec programou seminário para 11 de novembro com esse tema, visando fornecer diretrizes para a condução desse debate no futuro, dado o aumento da participação do governo em empresas privadas. Já o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) tem um grupo de estudos que pretende criar recomendações específicas para essas companhias.
Fonte: Valor On Line

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Amyris quer aumentar ganhos com cana


Luiz Silveira   (lsilveira@brasileconomico.com.br)
19/10/10 16:59

 
"Depois de 2012 teremos uma postura diferente na partilha, pois a tecnologia já estará funcionando"
Dona de tecnologia que transforma cana em compostos similares ao petróleo elevará percentual em lucros das usinas.
A Amyris quer aumentar a participação nos lucros de suas parcerias com usinas brasileiras. A companhia americana detém a tecnologia para transformar a cana-de-açúcar em compostos químicos idênticos aos derivados de petróleo.
Esses elementos podem ser utilizados como matéria-prima na fabricação de combustíveis, lubrificantes e na indústria de cosméticos, como explica John Melo, CEO da empresa, em entrevista ao Brasil Econômico.
Qual é o modelo atual de parceria?
Nosso modelo de negócios é de baixo capital. Por isso, fechamos parcerias com empresas que já produzem cana para colocarem em suas usinas a nossa solução. Temos acordo com empresas como a São Martinho, a Açúcar Guarani, a Cosan e a Bunge.
Qual o estágio desses projetos?
A parceria com a São Martinho é a mais avançada. A nossa unidade anexa à usina entrará em operação ainda em 2010. Os outros projetos começarão a operar até 2012. Ao todo, eles devem custar à Amyris algo entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões, aproximadamente.
E quanto a novos parceiros?
Esses projetos devem tomar nossa atenção até 2012. Depois disso adotaremos uma postura diferente na partilha dos lucros da nossa tecnologia, porque ela já estará funcionando.
Qual será a mudança?
Hoje pegamos a diferença entre lucro gerado pelo etanol e o lucro do nosso produto e dividimos meio a meio com a usina. Daqui para a frente, vamos ficar com mais de 50%.


Fonte: Brasil Econômico

Participação de térmicas na geração de energia deve crescer


THAÍS MARZOLA ZARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Desde 2001, sempre que há um surto de crescimento um pouco mais forte, a capacidade de geração de energia elétrica logo volta a ser causa de preocupação.
Isso ocorre porque, como já se viu anteriormente, a capacidade do sistema de geração e de distribuição de energia deve andar à frente da demanda para que não ocorram gargalos.
A energia elétrica pode ser gerada de fontes renováveis (água, sol, vento etc.) e não renováveis (combustíveis fósseis, como petróleo, gás, carvão etc.).
No Brasil, dadas as condições geológicas favoráveis, a primeira opção sempre foi a preferida.
No ano passado, por exemplo, 93,3% de toda a energia elétrica gerada no país teve origem hidráulica, enquanto 3,7% foram gerados por usinas térmicas convencionais, 2,9% por usinas termonucleares e 0,2% por fontes eólicas.
É assim que, no Brasil, as preocupações com o mercado de petróleo e combustíveis fósseis focam-se majoritariamente em seu papel nos transportes e nos fretes, enquanto em outros países a dependência do combustível para outros fins é muito maior.
Contudo, conforme o país cresce, fica mais complexa a exploração da energia hidrelétrica, porque ela começa a exigir um comprometimento ambiental cada vez maior (os rios com melhor topografia para fins de geração de energia já foram utilizados), prolongando o tempo de implantação dos projetos e, muitas vezes, reduzindo a capacidade final de geração.
É por isso que, desde 2001, o Brasil vem investindo em fontes alternativas de geração de energia elétrica, especialmente a térmica.
Atualmente, há no país a energia térmica gerada com base no gás e no óleo. A primeira é mais cara do que a hidrelétrica, mas mais barata do que a segunda, de caráter mais emergencial.
Em 2010, como os reservatórios estão em níveis mais baixos do que os de 2009, já há um uso mais intensivo da energia térmica: até setembro, 6,7% da energia produzida veio dessa fonte.
Caso as chuvas no Nordeste demorem mais a voltar, devido ao fenômeno climático "La Niña", o uso dessa fonte de energia deve se intensificar ainda mais, com possibilidade de ativação das térmicas a óleo.
Infere-se, assim, que a tendência para o futuro próximo é de maior participação da energia térmica na matriz de energia elétrica, especialmente em momentos cujo clima não seja favorável.
Embora o risco de novo apagão seja reduzido devido a essas fontes alternativas, seu uso deve elevar o preço da energia.
Fonte: Folha On Line

Fundos buscam associações no setor


Francisco Góes | Do Rio
20/10/2010
Aline Massuca/Valor
 
Abreu, presidente do grupo MPE: "Tem fila de gente querendo parcerias"

A entrada de capitais cingapurianos na Odebrecht Óleo e Gás, anunciada ontem, pode ser vista como um exemplo que tende a se repetir com outras empresas da área de engenharia ligadas ao petróleo. "Tem fila de gente querendo parcerias", diz Renato Ribeiro Abreu, diretor-presidente do grupo MPE. O grupo, que deve faturar R$ 1,25 bilhão este ano, analisa três ou quatro propostas de associação na área de petróleo e gás, na qual atua em projetos de construção de plataformas e de reforma e modernização de refinarias.
Entre os interessados em parcerias com o MPE estão bancos e fundos de investimento nacionais e estrangeiros. Na visão de Abreu, os estrangeiros têm cada vez mais interesse de fazer acordos com empresas brasileiras de engenharia que estejam bem posicionadas como fornecedoras da Petrobras. Para o MPE, uma futura parceria na área de óleo e gás poderá aumentar a capacidade do grupo de participar de grandes projetos. Por meio de uma associação, o grupo poderia ampliar os limites de garantias exigidos em empreendimentos do setor.
A parceria também pode significar a incorporação de tecnologia. É o caso da Ebse Soluções de Engenharia, fabricante de tubos de aço controlada pelo MPE. A empresa já tem acordo com a holandesa Frames para desenvolver projetos especiais, como a construção de equipamentos usados em plataformas para separar o petróleo do gás, da água e da areia. A Ebse também está em entendimentos com uma multinacional estrangeira para fazer a pré-fabricação de componentes de tubulações de aço, conhecidos como "spools", nas unidades da empresa no Rio e em Pernambuco. Em Itapissuma, perto da Ilha de Itamaracá (PE), a Ebse montou uma fábrica para atender a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), a Petroquímica Suape e a indústria da construção naval.
Marcelo Bonilha, diretor superintendente da Ebse, disse que o acordo em negociação com a multinacional levaria a empresa a fazer "spools" com uma tecnologia diferente daquela que hoje emprega, o que permitiria redução de custos e maior velocidade de produção. A Ebse, que está completando uma década sob controle do MPE, deve faturar este ano R$ 145 milhões e a perspectiva para 2011 é ultrapassar os R$ 200 milhões.
Carlos Maurício de Paula Barros, que acumula a presidência da Ebse e da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi), avalia que é crescente o interesse de empresas estrangeiras pelo setor de óleo e gás no Brasil. Na área de engenharia de projeto, diz Barros, há diversas empresas de controle estrangeiro operando no Brasil. No segmento de fabricação, há muita conversa envolvendo empresas de engenharia nacionais, diz Barros. A Abemi não tem preocupação com a chegada de empresas estrangeiras.
Essas companhias, diz Barros, transferem tecnologia e permitem a incorporação de novos processos, além de utilizarem mão de obra local. Barros afirmou que com a exigência de conteúdo nacional no setor de petróleo e gás as empresas estrangeiras têm de buscar parcerias ou se instalarem no país. A preocupação da Abemi, segundo Barros, é com o produto feito no exterior que entra no Brasil para competir com a indústria nacional em condições de desigualdade por força da valorização do real e de incentivos tributários na importação.


Fonte: Valor On Line

Odebrecht Óleo e Gás vende fatia para Temasek


Rafael Rosas | Do Rio
20/10/2010
A Odebrecht Óleo e Gás (OOG) vendeu, por US$ 400 milhões 14,3% do seu capital para a Temasek Holdings, fundo de investimentos do Ministério da Fazenda de Cingapura. Como resultado, o presidente da OOG, Miguel Gradin, admitiu que as necessidades de recursos para o médio prazo foram satisfeitas, o que adiou a possibilidade de abertura de capital da companhia. "A ideia de um IPO [oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês] não foi abortada totalmente. Mas vimos a parceria com a Temasek como a melhor opção para o curto e o médio prazos. Futuramente, poderemos ter nova capitalização ou analisar um IPO", disse.
A expectativa é que os recursos contribuam para a realização do plano de investimentos de US$ 3,5 bilhões para os próximos três anos, período que a empresa poderá construir cinco sondas de perfuração, além das cinco que já em construção. A primeira delas, a Norbe 6, que está sendo feita nos Emirados Árabes, chega ao Brasil em dezembro para operar para a Petrobras em águas profundas e ultraprofundas.
As outras quatro unidades estão em construção na Coreia do Sul - duas chegam ao país em 2011 e as outras duas em 2012. Para as duas últimas unidades, a OOG ainda negocia a estrutura de "project finance" para custear a construção, num pacote que deverá custar US$ 1,2 bilhão, dos quais US$ 1 bilhão em emissão de dívida e o restante em recursos próprios.
Gradin ressaltou o bom momento da economia nacional e frisou que o resultado da disputa presidencial não mudará o cenário de otimismo. "Há uma estabilidade política muito positiva, com crescimento muito favorável. Essa visão vai continuar para o país, independentemente da política."
Paulo Cesena, diretor da Odebrecht S.A., que controla a OOG, disse que a empresa está concorrendo na licitação para um pacote de sete sondas de perfuração lançada para a Petrobras. Cesena limitou-se a dizer que será construído um estaleiro em São Roque, na Bahia, que poderá servir de base para a construção de embarcações e sondas no Brasil. Segundo o executivo, o estaleiro já obteve licença de instalação.
O diretor de investimentos da Temasek, Matheus Villares, fez questão de explicar que, apesar de pertencer ao Ministério da Fazenda cingapuriano, a empresa tem conselho de administração e gestão independentes, responsáveis por um portfólio de investimentos de US$ 133 bilhões. "A OOG nos atraiu pela capacidade [de crescer] em um setor bastante complexo", destacou, admitindo que a companhia está sempre "olhando investimentos" em diversos países.

Fonte: Valor On Line

Desregulamentação em curso no país


| De São Paulo
20/10/2010

Narendra Murkumbi, CEO da Shree Renuka, destaca que a Índia conta com a maior capacidade de refino do mundo

A Índia está tentando implementar um programa de desregulamentação de seu segmento canavieiro, que hoje tem forte intervenção governamental. As indústrias do país precisam de autorização para exportar e são obrigadas a vender 10% da produção mensal para o governo, que define os preços desses volumes que são destinados à população abaixo da linha de pobreza, que gira em torno de 27,5% dos habitantes).
"No Brasil, esse processo demorou sete anos. Na Índia, também será longo", disse Narendra Murkumbi, CEO da Shree Renuka Sugars, uma das maiores refinarias de açúcar da Índia e que já está entre os dez maiores grupos sucroalcooleiros presentes no Brasil. As indústrias indianas esperam ter liberdade para exportar açúcar, serem regidas pelo "mercado" e poderem fazer a gestão de risco do negócio.
O executivo acredita que a Índia deverá se tornar o maior centro mundial de refino de açúcar da Ásia, e que o Brasil tende a se concentrar na exportação de açúcar bruto. "A Índia tem a maior capacidade de refino do mundo, com usinas localizadas estrategicamente na região portuária. Tem também a melhor localização geográfica para atender aos mercados asiáticos".
Na safra passada (2009/10), a Shree Renuka importou para a Índia 900 mil toneladas de açúcar do Brasil para refinar. Esse volume deve alcançar 1,2 milhão de toneladas em 2010/11. No Brasil, a companhia indiana tem quatro usinas de açúcar e álcool e vai processar 11 milhões de toneladas de cana nesta temporada.
A empresa, que há cinco anos tem capital aberto na bolsa da Índia, não descarta abrir o capital também no Brasil no longo prazo. Em setembro passado, a Shree Renuka fez uma joint venture com a Hindustan Petroleum Corporation (HPCL), uma das companhias indianas de petróleo, para a construção de uma indústria para processar cerca de 1 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, com produção de açúcar e etanol. Os investimentos devem somar US$ 80 milhões. A Shree Renuka tem participação de 76% na joint venture.
No total, a indústria açucareira da Índia têm capacidade para processar de 29 milhões a 30 milhões de toneladas de cana por safra, mas para atingir esse capacidade o país precisa vencer o desafio com mão de obra e uso de tecnologia. Os cortadores de cana no país retiram a matéria-prima do campo sem queima ou máquinas, apenas desfolhando a cana. (FB)
Fonte: Valor On Line

Índia volta a exportar açúcar em 2010/11


Fabiana Batista | De São Paulo
20/10/2010
O governo indiano divulgou ontem, em evento em São Paulo, uma estimativa conservadora para a produção de açúcar do país na safra 2010/11, que por lá começou oficialmente em 1º de outubro. Presente em conferência da consultoria Datagro, a secretária do Departamento de Alimentação e Distribuição Pública da Índia, Alka Sirohi, anunciou que a previsão oficial é que o país produzirá 24,5 milhões de toneladas de açúcar até fim de setembro do ano que vem, o que representará um aumento de 30% em relação ao total na safra anterior (18,8 milhões de toneladas).
A previsão oficial, considerada conservadora por analistas e empresários, considera um processamento de 324,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e uma área cultivada de 4,86 milhões de hectares. A secretária indiana prevê um excedente exportável, uma vez que o consumo indiano esta previsto em 22,5 milhões de toneladas, mas não arrisca volumes e nem quando as exportações ocorrerão. "O governo vai definir esses volumes e quando eles serão autorizados ao longo da safra, conforme ela for evoluindo", disse Alka.
Já a Datagro prevê que a produção de açúcar na Índia será de 25,5 milhões de toneladas, 1 milhão de toneladas a mais do que a estimativa do governo indiano Há projeções do mercado que enxergam a produção na Índia pelo menos 2 milhões de toneladas maior que a previsão oficial. É o caso da estimativa da consultoria F.O. Licht. Seu diretor, Stefan Uhlenbrock, prevê produção de 26,2 milhões de toneladas no país, com um excedente exportável de 3 milhões de toneladas que devem ser escoadas até setembro de 2011. "A produção global vai aumentar em 11,9 milhões de toneladas de açúcar, mas as quebras de safras no mundo por problemas climáticos manterão o superávit menor do que o esperado", diz Uhlenbrock.
Ele prevê que a China vai ampliar suas importações de 1 milhão para 2 milhões de toneladas em 2010/11 por causa da estiagem que atingiu 70% de sua produção de açúcar. Também estima que as inundações no Paquistão farão com que o pais tenha que importar em torno de 1 milhão de toneladas. "E a Rússia também vai continuar importando volumes significativos", afirma.
Para Uhlenbrock, se houver mais revisões para baixo nas produções mundiais, os preços podem chegar a um novo pico. "Estamos patinando em gelo fino e ele pode quebrar. É bom que saibamos nadar em águas geladas", alerta Uhlenbrock. Ontem, em Nova York, os contratos para maio fecharam a 25,47 centavos de dólar, alta de 57 pontos. Ele observa, porém, que a redução da produção mundial na safra 2010/11 foi causada por problemas climáticos, e não por uma redução de apostas.. Com preços atraentes, diz , a produção continuará a crescer e um novo recorde poderá ser alcançado na safra 2011/12.
Fonte: Valor On Line

Entrevista com o Presidente da Sermatec Sr. Antonio Carlos Christiano - Revista Cana Mix Outubro 2010





Etanol deve ficar cada vez mais caro no Brasil


19 de outubro de 2010 | 8h 53

AE - Agencia Estado
SÃO PAULO - Os tempos do etanol barato devem ficar cada vez mais distantes do consumidor. Ao contrário dos últimos anos, em que o preço poderia variar até 100% entre a safra e a entressafra, a expectativa para os próximos 12 meses é de preços em níveis elevados, independentemente do período. Só nas últimas quatro semanas o preço médio do etanol subiu 10% no Estado de São Paulo e 6,1% no País, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Até o fim do ano, o custo do combustível na bomba deve subir ainda mais e permanecer alto por todo o primeiro trimestre.
Com o início da safra, entre março ou abril, pode haver um pequeno arrefecimento, mas nada comparado às fortes quedas verificadas em períodos anteriores. Em janeiro deste ano, o preço médio no Brasil era de R$ 1,915 o litro. Em junho, estava em R$ 1,537. "Não devemos ter variações desse tipo no ano que vem. A tendência é o preço ficar mais linear", afirmou o diretor técnico da União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica), Antônio de Pádua Rodrigues.
A explicação para a tendência de alta dos preços está na oferta de cana em 2011. Na melhor das hipóteses, diz Pádua, a próxima safra será igual à deste ano. Depois da corrida verificada em meados da década, a crise iniciada em 2008 reduziu o apetite dos investidores. No ano passado, 19 usinas foram inauguradas. Neste ano, serão 10 e, em 2011, apenas 4.
Outro fator é o envelhecimento dos canaviais, que reduz a produtividade do setor. Para recuperá-los, os agricultores terão de reduzir a área plantada no próximo ano para ter algum resultado em 2012, destaca o executivo. Além disso, com o clima mais úmido, pode haver uma proliferação da praga chamada Ferrugem Alaranjada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

Fonte: Estado de S. Paulo

Governo eleva para R$ 85 bi investimentos da Petrobras


Ribamar Oliveira | De Brasília
19/10/2010
O governo encaminhou ao Congresso dois projetos de lei ampliando os investimentos do grupo Petrobras este ano em R$ 6,41 bilhões. Do total, R$ 2,76 bilhões serão utilizados no exterior para a aquisição de um navio-plataforma FPSO e de equipamentos de produção e coleta para os campos de Barracuda e Caratinga. A Petrobras será autorizada também a investir mais R$ 454 milhões na implantação do gasoduto Urucu-Coari-Manaus.
O orçamento total de investimentos do grupo estatal para este ano, aprovado pelo Congresso Nacional, foi fixado em R$ 79,3 bilhões, sendo R$ 16 bilhões com gastos no exterior. Com os novos projetos, o total autorizado passará a R$ 85,7 bilhões.
Um dos projetos do governo promove grande remanejamento nos investimentos da estatal para este ano. Ao mesmo tempo em que corta R$ 12,92 bilhões nas atuais dotações, abre um crédito suplementar de R$ 16,57 bilhões. Isso garantirá um acréscimo líquido nos investimentos de R$ 3,65 bilhões.
A exposição de motivos do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, diz que o objetivo do projeto é adequar as dotações orçamentárias em decorrência de novas prioridades para o exercício. A exposição de motivos não informa quais foram as atividades e projetos cortados.
O ministro disse que os cancelamentos "não comprometerão o desempenho das suas atividades, uma vez que estão ocorrendo apenas adequações dos cronogramas de desembolso".
No fim de cada ano, as empresas estatais costumam cancelar projetos que, por algum motivo, não foram executados, remanejando recursos para reforçar as dotações de outros. Neste ano, além de fazer o remanejamento, a Petrobras terá um acréscimo em seus investimentos, bancado com recursos próprios da empresa, conforme a exposição de motivos.
O segundo projeto abre crédito especial para a Petrobras Netherlands no valor de R$ 2,76 bilhões. Os recursos serão utilizados para a aquisição de um navio-plataforma e de equipamentos para os campos de Barracuda e Caratinga, na Bacia de Campos. Esses recursos serão obtidos pela Petrobras Netherlands por meio de empréstimos de longo prazo no exterior.
Fonte: Valor On Line

Vale estima investir US$ 28 bi até 2012 e revela produção do trimestre


Vera Saavedra Durão | Do Rio
19/10/2010
A Vale estima investir entre US$ 25 bilhões a US$ 28 bilhões nos próximos dois anos em projetos orgânicos de fertilizantes, cobre e níquel, dentre outros, disse o presidente executivo da companhia, Roger Agnelli, durante entrevista, ontem, após abrir o pregão da Bolsa de Nova York, durante 10º Vale's Day. Agnelli declarou que "a Vale está no melhor momento de sua história". E revelou que "reza todo dia" para a China, país muito importante para o mundo.
Ao contrário do previsto, porém, a companhia não divulgou os números fechados do programa de investimento da Vale para 2011 e para os próximos cinco anos. Relatório do UBS estima que a companhia anuncie um programa de investimentos entre US$ 95 a US$ 100 bilhões para os próximos cinco anos e de US$ 20 bilhões para 2011. Estes dados deverão ser conhecidos até o final do mês, pois alguns projetos ainda não foram aprovados pelo conselho de administração da empresa.
Apesar de ter provocado certa decepção no mercado com o adiamento dos números de investimento, Agnelli conseguiu transmitir grande confiança sobre o futuro ao destacar que a empresa tem ótimos ativos no mundo (Simandou, um novo Carajás na África, cobre em Zambia, carvão em Moçambique) e pretende focar-se no desenvolvimento de todos eles. O executivo assegurou a prioridade da Vale em projetos orgânicos, e afirmou que a companhia não pretende fazer grandes aquisições. Vai usar oportunidades de compra de pequenos ativos para acelerar e fazer crescer novos projetos em andamento.
Apesar do mercado não apreciar o anúncio de números gigantes de investimento no médio e longo prazo, pois sobra menos dinheiro para distribuir para os acionistas, Agnelli conseguiu entusiasmar os analistas ao garantir que todos os investimentos da Vale passam no teste de retorno real de 12% em dólar desalavandados. Este percentual está acima do custo de capital da empresa (ponderado entre dívida e capital próprio) na faixa de 8%.
Ainda ontem, a Vale divulgou os números de produção do terceiro trimestre. Eles superaram as expectativas de analistas e impulsionaram as ações da mineradora para cima. "A companhia produziu, no período, 82,6 milhões de toneladas de minério de ferro, o melhor desempenho trimestral desde o recorde de 85,8 milhões de toneladas no terceiro trimestre de 2008 e acumulou 227,5 milhões de toneladas do insumo nos nove primeiros meses do ano. "Foi muito forte", destacou uma fonte do setor de mineração.
O terceiro trimestre do ano costuma ser o de melhor desempenho da Vale. Pedro Galdi, analista da SLW Corretora, espera no período resultado operacional de R$ 12 bilhões e lucro líquido na faixa de R$ 8 bilhões, ambos recordes. Pelos dados de produção, não será difícil a Vale chegar lá. Além da produção surpreendente de minério de ferro, a de pelotas somou 13,6 milhões de toneladas de julho a setembro - no ano 36,8 milhões de toneladas. A produção total de níquel refinado fechou em 44 mil toneladas, indicando que as operações da Vale Inco no Canadá estão quase normalizadas com o fim da longa greve em Sudbury. No ano, acumula 114 mil toneladas. A produção de cobre atingiu 58 mil toneladas - 131 mil no ano.

Fonte: Valor On Line

Petrobras fará remanejamento de investimentos


Ribamar Oliveira | De Brasília
19/10/2010
A Petrobras promoverá um forte remanejamento em seus investimentos programados para este ano, de acordo com um dos dois projetos de lei encaminhado pelo governo ao Congresso. A empresa fará o cancelamento de dotações no valor de R$ 12,92 bilhões e, com os recursos, reforçará outros programas em andamento. O maior reforço será feito nos investimentos para o desenvolvimento dos sistemas de produção de óleo e gás natural na bacia de Campos. Para esta finalidade, o projeto de lei destina mais R$ 3,3 bilhões este ano.

Uma parte considerável dos investimentos adicionais da Petrobras será usada na modernização e adequação de refinarias já existentes. A refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, no Paraná, ficará com a maior parcela e receberá mais R$ 1,69 bilhão. A refinaria do Vale do Paraíba (Revap), em São José dos Campos (SP), terá mais R$ 962,9 milhões, enquanto que a refinaria de Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) ficará com mais R$ 307,5 milhões e a refinaria Duque de Caxias (Reduc), com R$ 339,5 milhões.
O projeto de lei prevê também a ampliação da capacidade de transporte do gasoduto Bolívia-Brasil, no trecho entre Paulínia (SP) e Araucária (PR). Com investimento previsto de R$ 84,1 milhões, o governo pretende ampliar o transporte de gás dos atuais 7,4 milhões de metros cúbicos por dia para 12,6 milhões de metros cúbicos ao dia. A Petrobras terá mais R$ 877,3 milhões este ano para ampliar a malha de gasodutos da região sudeste, de acordo com o projeto de lei.

Fonte: Valor On Line

Cai alavancagem das usinas, diz estudo

 
"Essa renovação maior vem para recuperar os últimos três anos de baixo investimento", diz Ismael Perina, da Organização dos Plantadores de Cana do Centro-Sul

Levantamento do banco Itaú BBA mostra que a recuperação dos preços de açúcar e álcool, aliado ao pé no freio colocado pelas usinas em novos investimentos, está fazendo com que o setor sucroalcooleiro reduza fortemente sua alavancagem. O banco fez um estudo minucioso da situação financeira de 66 grupos de usinas, que somam 450 milhões de toneladas de capacidade de moagem, e constatou que a maior parte está em condição de retomar investimentos.
"Desse total, 31 grupos, equivalentes a 65% dessa carteira em volume de cana, está em condição de voltar a investir", diz Alexandre Figliolino, diretor do Itau BBA. Segundo ele, outros 16, com capacidade de processamento de 80 milhões de toneladas, estão ainda em fase de ajuste financeiro, ou seja, trabalhando para reduzir alavancagem, e os 19 restantes, com 78 milhões de toneladas, precisam fazer alguma operação estratégica para reduzir o endividamento.
Em 2008/09, o nível de endividamento médio das usinas no Centro-Sul estava em R$ 86,80 por tonelada de cana. Esse valor estava previsto para encerrar 2009/10 em R$ 80 por tonelada, mas foi melhor do que se esperava, diz o diretor do Itau BBA, e vai fechar em R$ 75,21.
Ele acredita, portanto, que o movimento de consolidação vai continuar firme nos próximos anos e prevê, para até o fim do ano, o fechamento de duas ou três operações de fusões e aquisições relevantes. "A crise deixou marcas, mas os ativos estão com preços bons e a consolidação vai seguir adiante. A tendência é que os grupos consolidadores busquem ter mais de 30 milhões de toneladas de capacidade", disse Figliolino, durante a 10ª Conferência Anual da consultoria Datagro.
No evento, que segue até hoje, a Datagro revisou a moagem de cana para o 2010/11 e anunciou a primeira previsão para a próxima temporada, a 2011/12 no Centro-Sul. Em vez das 578 milhões de toneladas previstas em setembro, a temporada atual deve ser 4 milhões de toneladas menor e fechar em 574,8 milhões de toneladas.
Para 2011, as previsões mais otimistas da Datagro chegam a uma variação positiva de, no máximo, 5%, o que significa 28 milhões de toneladas a mais de cana. "Isso se o regime de chuvas for muito favorável, ou seja, regulares e bem distribuídas até abril", diz Plínio Nastari, presidente da Datagro. As estimativas mais pessimistas da Datagro, projetam queda de 5%, algo próximo de 546 milhões de toneladas.
Para o diretor-técnico da União da Indústria da Cana-de-açucar (Única), Antonio de Pádua Rodrigues, não existe "hipótese alguma" de aumento na produção do ano que vem. Entre as razões apresentadas está a maior renovação do canavial, da ordem de 18%, segundo a Datagro, enquanto a ideal é de 16,5%, o que vai reduzir a área de corte para 2011. "Essa renovação maior vem para recuperar os últimos três anos de baixo investimento", diz Ismael Perina, presidente da Organização dos Plantadores de Cana do Centro-Sul.
Pádua também argumenta que pode ser que no próximo ciclo haja maior incidência da doença ferrugem alaranjada que, por conta do tempo seco desta temporada, não se alastrou, cenário que pode se inverter se chover mais em 2011. "Em torno de 10% dos canaviais do Centro-Sul são de variedades suscetíveis à ferrugem e outros 18% têm variedade intermediária. Essa condição pode impactar a safra do ano que vem", pondera Pádua.
A consultoria FGAgro, de Ribeirão Preto, também fechou ontem a sua primeira estimativa para a safra 2011/12 e está no grupo das previsões mais pessimistas. Devido a alguns fatores, entre eles a decisão de renovação de muitas áreas afetadas pela falta de manutenção nos anos anteriores e expansão do canavial, a estimativa é de moagem em 2011/12 entre 530 milhões e 560 milhões de toneladas, o que significa, no melhor dos cenários, uma produção menor do que a da temporada atual.
Por causa dos preços sustentados do açúcar, a tendência para a próxima temporada é de um mix mais açucareiro, segundo Nastari. "O mundo terá no ano que vem um superávit de apenas 2,8 milhões de toneladas, quando teria que ter entre 4 milhões e 5 milhões para começar a pressionar os preços para baixo", diz Nastari. (FB)

Fonte: Valor On Line

Petrobras faz parceria para etanol de bagaço de cana

A Petrobras e a dinamarquesa Novozymes firmaram acordo de parceria para desenvolver uma rota para produção de biocombustíveis de segunda geração.
O objetivo é a produção de etanol a partir da ação de enzimas do bagaço de cana-de-açúcar. O acordo abrange o desenvolvimento de enzimas e de processos de produção de etanol celulósico.
A Petrobras confirmou a assinatura do contrato de parceria. A companhia nega tratar-se de uma nova rota, segundo afirmou por meio de sua assessoria.
"O acordo é para otimização de enzimas que a Petrobras já tem."
O Brasil é o maior produtor mundial de cana, com uma capacidade de extração de cerca de 600 milhões de toneladas por ano. Hoje, a produção de etanol é de cerca de 27 bilhões de litros.
A tecnologia de bagaço pode impulsionar a produção de etanol do país em cerca de 40%, sem aumento da cultura, segundo a Novozymes, que tem fábrica no Paraná.
A Petrobras realiza pesquisas de conversão de bagaço de cana-de-açúcar em etanol por meio de processos bioquímicos desde 2006.
A Novozymes, por sua vez, faz pesquisas com enzimas para tornar o processo economicamente viável. As enzimas quebram resíduos, como palha de milho e bagaço de cana, que são fermentados para fazer etanol.
"A Novozymes tem outros projetos no Brasil na área de química renovável, biogás e biodiesel, além de parcerias com empresas líderes nos EUA, China e Europa", disse Poul Andersen, diretor de bioenergia da companhia.

 
Fonte: Folha On Line

China quer investir em transmissão de energia no Brasil


Interesse brasileiro se concentra em importar tecnologia para linhas de longas distâncias, consideradas de ponta

Aneel quer impor condições para obrigar os chineses a transferir tecnologia e também fábricas para o Brasil

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Depois do primeiro passo no setor elétrico brasileiro por meio da compra de sete concessionárias de energia, a China quer agora investir nos setores de transmissão e geração, afirmou ontem em Pequim o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Nelson Hübner.
Do lado brasileiro, o maior interesse está na importação de tecnologia chinesa em linhas de transmissão para longas distâncias, considerada de ponta. No Brasil, as linhas chegam a 600 KV (quilovolts) em corrente contínua, enquanto a China é o único país a alcançar um padrão de 1.000 KV.
Essa tecnologia, explica Hübner, é a mais eficaz para cobrir distâncias de até 2.000 km -assim como o Brasil, vários dos importantes centros de produção de energia chineses estão longe dos principais mercados consumidores. Assim, uma linha de transmissão chinesa consegue substituir quatro linhas mais convencionais.
O potencial para uso da tecnologia chinesa está principalmente nos projetos na área amazônica, que concentra os grandes investimentos do setor. É o caso da usina Belo Monte (PA), cujo leilão para transmissão da energia deve ocorrer no ano que vem.
Por outro lado, a Aneel quer impor condições, como a transferência de tecnologia, num modelo semelhante ao adotado pela China para as multinacionais no país.
"Não nos interessa comprar uma tecnologia que só os chineses têm e ficar na mão deles. Estamos discutindo muito com eles a possibilidade de eles levarem a fabricação de equipamentos. Queremos usar com eles as mesmas políticas que eles usam com as nossas empresas", disse Hübner, em entrevista na Embaixada do Brasil em Pequim.
O diretor-geral da Aneel também vê dificuldades dos chineses para entender o modelo de concessão brasileiro e para obter informações atualizadas. Como exemplo, contou que, durante encontro ontem com o ministro da Energia chinês, Zhang Guobao, ele demonstrou interesse no leilão para a construção da usina de Belo Monte, cujo resultado já saiu seis meses atrás, em abril.
Hübner diz que, na área de geração, os chineses demonstraram interesse em investir principalmente em energia eólica e que já há conversas com a Eletrobras.
Em maio, a gigante estatal chinesa State Grid anunciou a compra de sete concessionárias no Brasil por R$ 3,1 bilhões. O negócio foi considerado um teste para conhecer o mercado brasileiro.
Fonte: Folha On Line

Brasil registra entrada de US$ 3 bi em uma semana


Volume atingiu 2ª maior marca do ano, apesar das medidas de contenção
Dólar comercial fechou novamente em queda, vendido a R$ 1,655; a cotação é a mais baixa desde setembro de 2008 EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

O fluxo de dólares para o Brasil continua forte apesar das medidas já anunciadas pelo governo para tentar conter a queda da moeda americana.
O Banco Central registrou a entrada de US$ 3,3 bilhões no país por meio de operações financeiras na primeira semana de outubro. É o segundo maior volume do ano, atrás apenas do recorde de US$ 16,7 bilhões que entrou em setembro, mês que contou com os recursos da oferta de ações da Petrobras.
Ontem, o dólar comercial fechou novamente em queda, vendido a R$ 1,655. Essa é a cotação mais baixa desde 1º de setembro de 2008. O dólar turismo foi cotado por R$ 1,730 para venda e R$ 1,600 para compra.
As operações financeiras incluem, por exemplo, os investimentos em títulos públicos, que estão sendo tributados desde a semana passada com uma alíquota maior de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), de 4%.
Também entram nessa conta o dinheiro para Bolsa de Valores, cuja alíquota foi mantida em 2%, e os investimentos diretos em empresas.
Outra medida adotada pelo governo foi o aumento na compra de moeda estrangeira, que cresceu 60% na semana passada. As compras do início do mês (US$ 2,8 bilhões) já representam 25% das aquisições de setembro, também recordes.
Com essas aquisições, as reservas internacionais do Brasil chegaram a quase US$ 280 bilhões no início desta semana.
Para o economista João Medeiros, da corretora de câmbio Pioneer, o fluxo de dólares para o país continuará elevado ao longo do mês, já que muitos agentes têm lucrado com o diferencial entre os juros praticados aqui e no exterior.
Segundo ele, não há sinais de que o dólar já tenha alcançado um piso na cotação em relação ao real.

Fonte: Folha On Line

EUA elevam mistura de etanol à gasolina para 15%

Tom Polansek e Scott Kilman | The Wall Street Journal
14/10/2010
O governo Barack Obama abriu as portas ontem para a ampliação do uso do etanol em combustíveis que os americanos usam em carros e caminhões, um gesto que foi recebido com entusiasmo contido por grupos agropecuários e com hostilidade pelos setores de petróleo, alimentos e produção de veículos.
A decisão da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) de permitir que a gasolina contenha até 15% de etanol foi acompanhada de condições que podem desencorajar os donos de postos de gasolina e empresas que fazem a mistura dos combustíveis a oferecer mais do que a combinação com 10% de etanol aprovada para uso em todos os carros.
A mistura com 15% seria restrita a veículos fabricados a partir de 2007 e os postos de gasolina precisariam colocar rótulos claros nas bombas para evitar que os consumidores, por engano, coloquem a mistura de 15% em carros mais antigos, equipamentos usados fora das estradas, cortadores de grama e barcos, que não foram feitos para operar com álcool combustível.
A decisão da EPA ocorre em um momento em que o setor de etanol está manobrando para manter o apoio federal para o produto, em meio a sinais de que o Congresso pode reduzir esse suporte.
Duas medidas que beneficiam o setor - crédito fiscal de 45 centavos de dólar por galão para companhias que misturarem o etanol à gasolina, e uma tarifa sobre etanol de cana-de-açúcar do Brasil - expiram no fim do ano.
O presidente de um comitê da Câmara dos Deputados que analisa o assunto, deputado Sander Levin, propôs a extensão do crédito por um ano, mas com redução de 45 centavos para 36 centavos por galão (pouco menos que quatro litros). O Growth Energy, uma das principais associações do setor, propôs a extensão do incentivo, com redução gradual, e transferência dos recursos para créditos ou concessões para encorajar a instalação de bombas de mistura nos postos de gasolina.
Uma ideia em discussão é permitir que a tarifa expire e substituir o crédito fiscal atual - que, em grande parte, beneficia as refinarias - por créditos para produtores domésticos de etanol.
As incertezas em relação ao apoio para o etanol poderiam reforçar o dilema dos donos de postos de gasolina em relação a lidar com uma multiplicidade potencial de misturas de combustíveis.
Jeff Broin, diretor-presidente da grande produtora de etanol Poet LLC disse ontem que a gasolina combinada com 15% de etanol provavelmente será lançada em certas regiões dos EUA no fim do primeiro trimestre de 2011.
Outros estão menos otimistas. "Essa não é uma panaceia para a demanda para a indústria de etanol", diz Dustin Haaland, diretor de suprimentos de combustíveis renováveis da CHS, a maior cooperativa de produtores rurais dos EUA. Mesmo a sua rede de 1.400 postos de gasolina, localizados em áreas rurais onde o etanol é popular entre produtores de grãos, vai vender quantidades limitadas da gasolina apelidada de E-15.
Os postos de gasolina que querem vender a E-15 podem ter que investir em uma bomba específica e bem identificada para evitar equívocos com carros antigos. A instalação da nova bomba pode custar de cerca de US$ 18 mil a US$ 20 mil, de acordo com estimativas da Associação Nacional das Lojas de Conveniência. Um novo tanque subterrâneo pode custar US$ 100 mil ou mais.
A EPA disse que ainda considera se vai aprovar as misturas com 15% de etanol para os cerca de 86 milhões de carros produzidos entre 2001 e 2006. A decisão poderia criar mais conflitos entre os interesses de produtores rurais, montadoras e outros grupos.
A ADM, segunda maior produtora de etanol dos EUA, disse ontem que encorajaria a EPA a determinar o maior nível de etanol adequado para todos os veículos.
A deputada Stephanie Herseth Sandlin disse ser "crucial" que a agência permita o uso de porcentual mais alto de misturas de etanol em carros mais antigos.
As montadoras, por meio de suas associações, expressaram novamente ontem a preocupação de que carros mais antigos possam ser danificados por concentrações mais altas de etanol.
A maioria dos analistas de grãos estava perdida ontem ao tentar calcular quanto mais a indústria de etanol poderia vender por conta da medida da EPA, assim como quanto mais milho poderia ser consumido.
Ainda assim, os preços de milho já estão tão altos que as empresas de alimentos e criadores de animais não querem ver mais nenhum aumento do apetite da indústria de etanol.
Segundo previsões do Departamento de Agricultura dos EUA, o setor de etanol vai consumir 37% da colheita de milho atual.
(Colaboraram Naureen Malik e Timothy W. Martin)


Fonte: Valor On Line

Contexto

O crescimento da importância do segmento de açúcar e álcool nos negócios da francesa Louis Dreyfus faz parte da busca da multinacional por uma espécie de "reinvenção" do negócio em âmbito mundial. O grupo surgiu há mais de 150 anos como um pequeno negócio de compra e venda de trigo em Alsácia, interior da França. Atualmente uma das maiores tradings de commodities agrícolas do mundo, e ainda controlada por um núcleo familiar, a Louis Dreyfus vem estudando mundialmente uma mudança radical de titularidade, segundo matéria do "Financial Times" publicada no mês passado pelo Valor. A discussão passa pelo acesso ao mercado de capitais, por meio de uma oferta pública inicial de ações, ou pela venda de uma participação a investidores de longo prazo. O Brasil, além da Ásia e de outros mercados emergentes, não fogem à nova visão global da companhia. A empresa discute dar mais espaço aos investimentos em ativos de produção, que são mais rentáveis mas também são mais intensivos em capital. Foi o que ocorreu com a compra da participação de 60% na paulista Santelisa Vale, que culminou com a criação da LDC-SEV, que já tem anunciados planos de ir à bolsa no Brasil. Por estar em período de silêncio, o CEO da LDC-SEV, Bruno Melcher, não fala sobre quando isso vai ocorrer, mas tudo indica que a empresa pode liderar uma nova onda sucroalcooleira da bolsa.

Fonte: Valor On Line

Empresa traça planos para uma nova etapa de expansão

| De São Paulo
14/10/2010
As 13 usinas de açúcar e álcool da LDC-SEV são a base sobre a qual a empresa deve sustentar sua nova rodada de expansão em açúcar e álcool, que terá, portanto, boa parcela de crescimento orgânico. Em período de silêncio por conta do lançamento de debêntures, a companhia não pode falar sobre projetos futuros, mas Bruno Melcher, presidente da empresa, não esconde que esse plano já começou a ser desenhado pela companhia. "Acabamos de dobrar de tamanho, mas já estamos, sim, com planos futuros".
Somente potencializando os ativos industriais já existentes, a LDC-SEV tem condições de incrementar de 30% a 35% sua capacidade de moagem de cana, diz o executivo, o que significa adicionar à capacidade total entre 12 milhões e 15 milhões de toneladas.
Deixando claro que não se trata de um projeto ainda concreto, apenas uma "medição de potenciais", Melcher acrescenta que o mesmo raciocínio se estende à cogeração de energia com bagaço de cana. Atualmente, a capacidade de exportação de energia do grupo ao sistema elétrico nacional é de 1 gigawatts-hora (GWh). O potencial é atingir 2,5 GWh a partir das estruturas atuais.
Mas o apetite francês não se restringe ao crescimento orgânico. Melcher avisa que a expansão virá combinada com a estratégia de aquisições. "Os cinco maiores grupos detêm apenas 25% do setor sucroalcooleiro. Em processamento de soja, esse percentual é de 64%, em papel e celulose é de 73% e em suco de laranja, de 92%", compara. Tudo isso para concluir que ainda há muito o que avançar na consolidação do segmento de açúcar e álcool. "Temos capacidade financeira que nos posiciona como um agente natural de liderança dessa expansão", diz ele.
Mesmo em São Paulo, onde já está bem posicionada com oito usinas, a LDC não deve deixar de disputar ativos. "A região norte do Estado centraliza boas oportunidades", adianta. É em paralelo com esses planos futuros que a companhia dá continuidade a seus investimentos operacionais. Nesta safra, R$ 488 milhões estão sendo aplicados em diversas áreas. Desse valor, R$ 209 milhões seguem para renovação e implantação de canaviais.
De investimentos já previstos, estão R$ 298 milhões em cogeração para agregar mais 400 megawatts-hora de energia à companhia. Os projetos estão localizados nas usinas Lagoa da Prata (MG) e Passatempo (MS). (FB)
Fonte: Valor On Line